Data: quinta-feira, 8 de abril de 2004
Você esqueceu a ressurreição prometida nos Evangelhos? No dicionário, "ressurreição" significa ressurgir ou reaparecer. Portanto, se um espírito desencarnado se materializa, ele desencadeia uma ressurreição.
Este amigo ou parente reaparece, ressurge ou ressuscita.
Este espírito pode se apresentar com todas as características do personagem que ele viveu, quando reencarnado.
Todavia, o seu corpo está lá, no sepulcro, se decompondo.
O que aparece, aqui ou acolá, é apenas o espírito.
Quando fantasmas são filmados, nos castelos ingleses, Deus permitiu que eles "ressuscitassem".
Percebam que, quando faço tal afirmação, eu não me afasto das páginas da Bíblia.
Moisés e Elias já eram desencarnados, quando foram "ressuscitados" diante de Jesus, Pedro, Tiago e João.
O relatório sagrado comprova esta reaparição.
A presença era tão real, que o apóstolo Pedro sugeriu a Jesus:
"Se queres, farei três tendas: uma delas será tua, outra para Moisés, e outra para Elias".
Mateus, 17 v 3.
Todas as famílias têm registros de aparições...
Muitos casarões continuam habitados por espíritos de antigos donos, que viveram há séculos...
Tais espíritos ressurgem das sombras, como Elias e Moisés, no alto do monte.
Aliás, para completar o quadro, no Velho Testamento, temos o famoso encontro entre o espírito do profeta Samuel e o rei Saul.
"Samuel (desencarnado) disse a Saul (encarnado) : Por que me inquietaste, fazendo-me subir?" I Samuel, 28 v 15.
Samuel já era desencarnado.
Por isso veio em espírito.
Portanto, a Bíblia comprova o fenômeno da ressurreição ou ressurgimento de espíritos, sem a parceria dos corpos.
Nesta "ressurreição" eu também acredito.
Aliás, neste campo a confusão é grande.
Ouçam dois textos do apóstolo Paulo:
"Paulo, apóstolo não pelos homens [...], mas por Jesus Cristo (...) que o ressuscitou dentre os mortos..." Gálatas, 1 v 1.
Portanto, vejam só: neste primeiro texto, Paulo se diz ressuscitado.
No segundo texto, Paulo afirma o contrário:
"Para ver se, de algum modo, posso chegar à ressurreição dos mortos. " - escreve ele em Filipenses, 3 vv 11 e 12.
Na primeira manifestação, Paulo se diz ressuscitado.
Logo em seguida ele está inseguro e já coloca a ressurreição como aspiração incerta.
O problema se encontra no duplo sentido da palavra "ressurreição".
Numa delas, Paulo aponta a conversão: Ele deixara de ser um morto-vivo dominado pelo pecado: "...ressuscitara dentre os mortos".
No segundo texto, ele se referia à ressurreição do Juízo Final.
Este duplo sentido é um problema sério.
Infelizmente, porém, isto acontece freqüentemente na Bíblia.
O estudioso desatento acaba fazendo "gol contra".
Acaba confundindo "alhos com bugalhos".
Temos um exemplo no livro do Gênesis:
"De todas as árvores do jardim, comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás, porque no dia em que dela comerdes, certissimamente morrerás".
Gênesis, 2 vv 16 e 17.
Observem esta ameaça de Deus: "certissimamente morrerás..."
Eis aí uma ameaça falsa.
A própria Bíblia fala que Adão e Eva se serviram da árvore proibida... e continuaram vivendo!
Afinal, será que Jeová faltou com a verdade?
Pela nossa interpretação, a ameaça era verdadeira.
A confusão se encontra, outra vez, no sentido da palavra.
Nesta passagem, "morte" significa expulsão.
Passar de um planeta paradisíaco para outro primitivo é uma verdadeira morte.
Portanto, em nosso enfoque da Bíblia, Jeová não blefou.
Agora se vocês preferem a versão da Teologia, será difícil modificar o pecado de Jeová.
Ele será m e n t i r o s o com todas as letras.
Os teólogos dizem que o Éden é um bairro do nosso mundo...e que Adão e Eva atravessaram a fronteira deste "bairro" com seus próprios pés.
Admitindo esta interpretação, nós surpreendemos Jeová blefando, com aquela falsa ameaça de morte.
Pela versão da teologia, o casal não morreu coisa nenhuma; continuou vivo e são...
...apenas caminhou de um bairro para outro.
A Biblia aponta a longevidade de Adão:
"Os dias todos da vida de Adão foram novecentos e trinta anos". Gênesis, 5 v 5.
Será que novecentos e trinta anos não serão suficientes para desmoralizar o decreto de Jeová?
Portanto, se vocês preferem a interpretação teológica terão que "engolir" um Deus mentiroso.
"Morrerás com toda a certeza", disse Jeová...
E Adão viveu "novecentos e trinta anos..."
Não pode existir dúvida: Deus não falava da morte física?
O que ocorreu com a raça adâmica foi outro tipo de morte.
Ela foi expulsa do planeta Éden, e comeu o pão feito no "suor".
A "morte", no caso, é o término das mordomias.
Como dizem os esportistas: o time de Adão foi rebaixado...
...caíu para a segunda divisão.
Não é assim que falam os comentaristas esportivos?
Times com menos pontos não permanecem na elite do futebol.
Da mesma forma, os espíritos que se atrasam terminam exilados.
Isto se repete em todos os mundos em evolução.
Vejam só o que diz o Apocalipse:
"Quanto, porém, aos incrédulos, aos covardes, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago de fogo e enxofre, a saber - a segunda morte".
Apocalipse, 21 v 8.
Aquilo que já aconteceu será repetido.
Este "lago de fogo" é o exílio no planeta primitivo, com todas as suas implicações?
Lago de fogo é viver num lugar sem discíplina e sem lei...
Lago de fogo é a escravização dos fracos pelos fortes...
...o chicote do feitor...
...a solidão dos cárceres...
Lago de fogo é a saudade do paraíso perdido...
Lago de fogo é a completa insegurança de uma terra estranha.
Inegavelmente, meus amigos, quem for expulso deste nosso planeta azul, realmente vai comer fogo...
É por isso que o Apocalipse fala em "segunda morte".
É por isso que Jeová disse ao casal Adão e Eva:
"Se comeres da árvore que está no meio do jardim(...) certissimamente morrerás".
Se Adão viveu "novecentos e trinta anos" depois do decreto de sua morte, o desencarne - como castigo - está fora de cogitação.
Deus falava de outro tipo de morte.
Deus falava no "exílio" daquela raça.
Continuar aprendendo num outro mundo, portanto, não é castigo e sim correção.
Exatamente!
Quando Jesus afirmou que os ímpios "ressuscitarão para a perdição" em João, 5 v 29, ele apontava os tormentos do "planetão".
Os perversos ressuscitarão com passaporte carimbado, para mundo primitivo.
Inferno temporário nós sempre aceitamos.
Aliás, temos um texto que não deixa margem para dúvidas:
"(...) também este beberá do vinho da indignação de Deus, (...) e será atormentado em fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro".
Apocalipse, 14 v 10.
Percebam o despropósito da cena:
Os ímpios atormentados diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro, que é o Cristo.
Se existisse a eternidade do inferno, haveria coisa mais cruel do que esta?
O Cordeiro de Deus, num camarote, assistindo aqueles tormentos e gozando da "cara" dos prisioneiros.
Sim... seria a única coisa que o Cristo teria condições de fazer.
Se o inferno fosse eterno, nada mais restaria.
A sentença já fora pronunciada...e ponto final!
Pelo amor de Deus, meus amigos: o pior bandido da Terra não teria estômago para assistir a flagelação dos habitantes do Inferno.
Alguém dirá:
É o texto que afirma: "serão atormentados em fogo e enxofre, diante dos santos anjos, e na presença do Cordeiro".
Para este alguém, eu citarei a minha interpretação:
Existe uma diferença enorme entre o que tem remédio e o irremediável.
Se o inferno é para sempre por que Jesus permaneceria assistindo a danação eterna, sem poderes para melhorar a condição dos sofredores?
Agora, se o inferno é temporário, a coisa muda de figura.
Neste caso, a "esperança" é palavra chave.
Mesmo nos períodos mais negros da humanidade, desde Adão e Eva, o Cristo e os santos anjos têm "assistido" a nossa evolução.
Assistência não para gozar, mas sim para socorrer e orientar.
O mundo espiritual, meus amigos, é um celeiro de atividades.
O Bom Pastor deixa as "noventa e nove ovelhas" no redil, e vai ao encontro daquela que se perdeu.
Este é o trabalho do "Pai Criador"...
Este é o trabalho do seu Cristo...
Jesus e os "santos anjos" não estão sentados numa nuvem, gozando a nossa cara marcada pelo pecado... Não!
No inferno temporário que ainda é o nosso, todas as forças divinas estão de "holofote" sobre nós.
Em todos os tempos, os espíritos superiores estiveram vigilantes, socorrendo indistintamente a todos.
Deus é nosso Pai e o pai não abandona seus filhos...
Na ressurreição do Juízo Final, embora possamos ser expulsos deste recanto paradisíaco, a esperança não deve morrer.
O Apocalipse garante que o "Cordeiro...e os seus anjos" continuarão vigilantes, ao nosso lado.
Ser expulso é uma "barra" mas não é o fim.
Lembre-se que o Inferno é temporário.
Em termos de ressurreição do Juízo Final, outra coisa muito importante:
A ressurreição será em espírito.
Os espíritos é que serão reunidos para o julgamento.
"O corpo é pó" e vai permanecer no seu lugar.
Inevitavelmente, neste ponto, alguém sempre recorda a "ressurreição de Lázaro".
Como resposta, diremos que a ressurreição de Lázaro é um caso atípico: Lázaro foi um missionário.
Ele permaneceu sepultado, durante quatro dias, para ensejar o maior prodígio da vida de Jesus.
A missão do Cristo necessitava daquele alicerce.
De longe, o Nazareno velou pelo amigo, durante todo o tempo... e o manteve impoluto, mesmo depois de sepultado!
Querem provas bíblicas da minha afirmação?
Leiam o Evangelho de João, 11, vv 3 e 4:
"As irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus:
"Está enfermo aquele a quem amas".
Prestem atenção na resposta de Jesus: "Esta enfermidade não é para morte, e sim para a gloria de Deus, de maneira que o Filho do Homem seja glorificado por ela".
As palavras do Nazareno são muito claras:
"Esta enfermidade não é para morte..."
Se Jesus afirmou que a doença de Lázaro não era para morte, a conclusão é uma só:
O espírito do rapaz permanecera ligado ao corpo, como num transe sonambúlico.
Se todas as ligações tivessem sido cortadas, o Nazareno teria alimentado uma esperança falsa, quando afirmou:
"Esta enfermidade não é para morte".
No versículo 11, Ele confirma a hipótese:
"Nosso amigo Lázaro adormeceu, mas vou despertá-lo".
Quem lê o Evangelho, em profundidade, encontra provas.
A morte de Lázaro não obedeceu padrões coerentes.
No versículo 6, nós comprovamos a mesma linha de raciocínio:
"Quando" (Jesus) "soube que Lázaro estava doente ainda permaneceu dois dias no lugar onde estava". João, 11 v 6.
Qual a conclusão que esta espera demonstra?
Era importante que o corpo esperasse quatro dias no sepulcro, para que a "glória" ainda fosse maior.
Lázaro é, portanto, um caso inteiramente à parte.
Seu caso não justifica expectativas de corpos se erguendo, no Juízo Final.
De minha parte, eu repilo tudo o que possa representar imortalidade para o corpo.
"O corpo é pó"... e volta ao pó.
Os produtores de filmes de assombração que se apossem destas idéias mórbidas.
Deixemos os corpos se decompor, na renovação da vida...
Este é único papel que lhes cabe, após o desencarne...
O apóstolo Paulo fala com clareza:
"O que se semeia é um corpo animal. O que ressuscita é um corpo espiritual". I Coríntios, 15 v 44.
O corpo animal está contido no espermatozóide do homem.
O corpo físico agasalha o espírito, pressiona o espírito, faz guerra contra ele, mas acaba vencido.
Jesus disse a Nicodemos:
"O que é nascido da carne é carne: o que nasce do Espírito é espírito". João, 3 v 6.
A água foi trazida pelo Mestre como símbolo do corpo.
O corpo, constituído essencialmente de água, só podia ter nela o seu símbolo.
Apontando o nascimento pela "água" como uma das condições de vida eterna, Jesus não terá encarecido a presença do corpo como auxiliar indispensável?
Sem dúvida nenhuma este foi o sentido das palavras de Jesus.
Em nosso ciclo, ninguém progride sem o corpo de carne:
"Quem não nascer da água e do espírito não entrará no reino de Deus". João, 3 v 5.
Isto de evoluir no "purgatório" é balela.
A água representa algo muito real e muito gratificante.
Para definir o espírito, porém, Jesus apontou o vento.
Podemos ouví-lo, seguí-lo no balanço das folhas, mas ninguém conseguirá prendê-lo.
"O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do Espírito".
Palavras de Jesus em João, 3 v 8.
Nicodemos tremeu, quando Jesus falou deste assunto.
"Não te maravilhes de eu de te dizer: Terás que renascer!"
Ninguém conhece a entidade que anima o corpinho frágil de uma criança...
Todo berço é um enigma
Este mistério é mais um segredo nas mãos do Pai Celestial.
Louvado seja Deus!