Data: quinta-feira, 8 de abril de 2004
No seio de uma única família nascem marginais e pessoas equilibradas.
Se somos herdeiros genéticos, por que tanta distorção?
Diz a Bíblia que os filhos do profeta Samuel foram corruptos:
"Mas os seus filhos não seguiram os caminhos do pai; foram corrompidos através de presentes, e perverteram seus julgamentos".
I Samuel, 8 v 3.
O profeta incorruptível do Velho Testamento gerou descendentes desonestos.
Os bons exemplos do pai foram lançados no cesto de lixo.
Concluímos que a genética não é fonte única de transmissão da herança.
Algo independente do pai e da mãe entra no contexto, modificando as previsões.
Inegavelmente, as expectativas podem terminar em "zebra".
Aquela frase - "fulano é de boa família" é um blefe.
Não somente no campo da moral, acontecem diferenças.
Filhos do mesmo casal surgem desiguais, também, na capacidade de aprender.
Sendo irmãos, deveriam possuir a mesma inteligência.
Abel e Caim foram filhos de Adão e Eva.
Importante ressaltar: ambos viviam afastados de influências, naquele mundo primitivo.
No entanto, um deles revelou-se mais bem dotado, ao ponto de alcançar agrado especial do próprio Deus.
"Agradou-se o Senhor de Abel e da sua oferta".
Gênesis, 4 v 4.
Algo misterioso, no recôndito daquela criatura, mostrava sua capacidade de enternecer o próprio Deus.
Seu irmão de "sangue", porém, revelava o contrário...
...e o Pai Celestial não se agradou de Caim...
...E Caim terminou assassinando Abel.
O fato é que não existem criaturas iguais, mesmo sendo irmãos.
O próprio Jesus abriu esta controvérsia.
Ele denunciou que o "ninho" não queria dizer afinidade.
Pássaros estranhos podem estar comendo do mesmo alpiste.
Afinidades legítimas só existem na esfera do espírito.
Alguém disse a Jesus:
"Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e querem conversar contigo.
Ele, porém, respondeu: Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a praticam".
Lucas, 8 vv 20 e 21.
No momento em que Jesus pronunciou tais palavras, algo tremeu no edifício do parentesco carnal.
Uma pergunta é inevitável: O Mestre não terá sido severo demais com sua família?
Realidades não podem ser disfarçadas, meus amigos...
Deus criou a Reencarnação exatamente para eliminar fronteiras geradoras de conflitos. .
O conceito de clã tradicional está na raiz de todas as desavenças.
- Acaso você sabe com quem está falando? perguntam os herdeiros ricos, esmagando os humildes.
O orgulho é fruto da divisão em castas.
Oxalá a Reencarnação sirva para abrir nossos olhos: Amanhã, o rico de hoje poderá nascer na condição de mendigo.
Foi neste universo, que o Mestre nos ofereceu a lição:
Sobrenome ilustre pode durar pouco tempo.
Este alguém que nasceu em sua casa poderá ter vindo de outro mundo...
...da China ou da Índia.
As palavras do Mestre apontam "bagagens" diferenciadas.
Cada irmão, cada parente, pai e mãe são peregrinos em variados degraus evolutivos.
Por isso o Mestre se manifestou com tamanha veemência.
Ele não poderia perder aquela oportunidade.
Um estranho pode ser mais irmão do que nossos irmãos.
Estas idéias parecem chocantes, para quem só enxerga seu pequeno mundo.
Afinal, nestas alturas, vocês poderão pensar que o parentesco virou "pó de traque"?
Ressalto uma coisa muito importante:
No meu entendimento, Jesus foi realista e sábio: Ao invés de diminuir os laços, ele os ampliou, apontando a família universal.
Uma pergunta aparece clara, no Evangelho:
- "Se amardes tão somente os que vos amam, que prêmio mereceis?"
Pergunta de Jesus, em Mateus, 5 v 46.
Se ficarmos fechados no circulo restrito das nossas famílias, perderemos a grande oportunidade de universalizar o nosso amor.
Chegará tempo em que nossa "família universal" valerá tanto quanto nossa família carnal.
Um budista do Japão, outro induísta da Índia, mais um muçulmano do Iraque poderão reencarnar, todos, na mesma casa...
...em nossa casa...
...e causar a maior confusão.
A precariedade do parentesco "carnal" se tornará evidente...
...por falta de afinidade.
Todavia, a receita é esta: exercitar desigualdade para chegar à unidade.
Afinal, todos somos filhos do mesmo Deus...
...e terminaremos aprendendo a lição.
No Evangelho de Mateus, o timbre nebuloso da frase do Nazareno torna-se ainda mais radical: :
- "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"
Apesar da entonação estranha, eu não vejo menosprezo ao grupo familiar.
Simplesmente Jesus falava que os laços carnais eram efêmeros.
- "Quem é(...)? Quem são(...)?"
Só os laços espirituais são perenes.
Com este desafio, Jesus define a incógnita quanto aos espíritos reencarnantes.
Quem serão estes espíritos?
Foi a lição que o Mestre ensinou a Nicodemos:
"O vento sopra onde quer e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que nasce do espírito".
Palavras de Jesus em João, 3 v 8.
O nascimento pela matéria (água) é descomplicado: aquele bebê é filho de Fulana e Sicrano.
O nascimento pelo espírito, porém, este é uma verdadeira incógnita.
Mesmo oriundas de idêntico ventre, duas crianças podem ser totalmente diferentes.
Por que?
Se nasceram da mesma mãe, no mesmo dia e na mesma hora, qual a razão da desigualdade?
Vamos simplificar: como espíritos livres, cada uma delas é miniatura do "universo": elas têm vontade própria.
Como as estrelas, elas tem permissão para firmar sua rota.
Não se trata de "robôs".
Seus espíritos são tochas de luz criadas por Deus.
Usando seu livre arbítrio, aquelas crianças atingiram, independentes dos seus pais, extremos de bondade ou de maldade.
Se a vida rompesse do zero elas seriam idênticas.
Teriam a mesma cara!
Sem uma vida pregressa, os anos da infância seriam marcados pela falta absoluta de malícia. ...
No entanto, não é isto que ocorre.
Cada vez é mais precoce a participação de crianças em crimes, e até mesmo em crimes hediondos...
Vitor Hugo já escrevia, em seu tempo, que "há abortos de cabelo branco".
Ele falava de uma infância "envelhecida" pela maldade.
Na própria Bíblia, encontramos o reconhecimento de que a perversidade pode "hibernar", escondida na expressão inocente da infância:
Na tradução dos "Setenta" encontramos a seguinte pergunta:
"Quem há que seja isento de mácula? Ninguém, ainda que seja uma criança de um dia".
Jó, 14 v 4.
Eis uma prova de reencarnação, sem qualquer dúvida.
Afinal, se Deus criasse o espírito no mesmo instante do corpo, não restariam débitos naquele primeiro dia?
Se a criança de "um dia" tem culpa "no cartório", como diz a Bíblia, é sinal que viveu anteriormente.
Mais uma vez, porém, os teólogos fecham os ouvidos.
Tentando jogar areia em nossos olhos, eles inventaram uma "coisa" chamada "pecado original".
Eles culpam todos nós pelo "fruto" furtado no Éden.
Adão e Eva comeram, e nós é que "pagamos o pato".
Eles esqueceram a célebre frase de Deus através da mediunidade de Ezequiel:
"O filho não levará a iniqüidade do pai, nem o pai a iniqüidade do filho. A justiça do justo será sobre ele, e a impiedade do ímpio o atingirá".
Ezequiel, 18 v 20.
Se Deus disse que nada temos com o pecado do nosso pai, vocês acham possível arcarmos com o pecado de Adão?
Isto aí mais parece piada, meus amigos...
...e uma piada horrível!
Reencarnacionistas, nós entendemos a razão de que existam crianças cometendo crimes.
E o "pecado original" nada tem a ver com elas.
Há outras teorias, porém.
Estes dias alguém me perguntou:
A perversidade das crianças não será o efeito trágico de uma falha no sistema mundial de educação?
Se todas as crianças se tornassem perversas, esta tese ganharia "status" de verdade.
Seria a universalização do mal.
Iríamos até mais longe: admitiríamos que o selo da maldição fora impresso na Forma do Criador.
Um "vírus" maligno teria se instalado no computador de Deus.
Por descuído na "linha de montagem", todas as unidades apresentariam problemas.
Este não é o caso, porém.
Crianças ordeiras e disciplinadas nasceram, também, da mesma Forma Divina..
Elas contradizem este defeito congênito.
Maus e bons continuam nascendo.
Uma enorme distância moral separa os seres humanos.
Hitler e Gandhi nasceram da mesma fonte.
Uma coisa é certa: Ninguém se torna perverso ou bondoso da noite para o dia.
Cada criatura é a soma do seu aprendizado.
Quando nasce entre nós já viveu milênios.
Duvido que exista doutrina tão clara..
Saibam que eu já tentei colocar a Reencarnação fora do contexto, procurando outras explicações.
Por mais que eu a questionasse, porém, ela sempre voltava.
Sem ela o "quebra cabeças" da Bíblia fica incompleto.
Senhores teólogos, por que a teimosia?
Afinal, se Deus nos permite encarnar uma vez, onde estará a dificuldade de repetir a experiência?
Quando o livro de Jó diz que "uma criança de um dia" é pecadora, só a Reencarnação esclarece.
Pecadora por que?
Ora, porque aquela criança já viveu milênios...
Aquela criança poderá ser mais velha que seu pai.
Assim é mais fácil de compreender.
O criminoso precoce é fruto de outras vidas.
E o mais importante é que a esperança não morre.
Ninguém é excluído pelo Criador.
"Uma árvore tem esperança" - afirma o patriarca Jó.
"Se for cortada, torna a reverdecer, e brotam seus ramos.
Se envelhecer na terra a sua raiz, e morrer o seu tronco no pó,
ao cheiro d`água reverdecerá, e fará copa, como no princípio, quando foi plantada".
Jó, 14 vv 7 a 9.
E o mesmo Jó formula a pergunta:
"Mas o homem, quando morrer, (...) que será dele?"
Jó, 14 v 10.
E a resposta aparece logo em seguida:
"Tu o fortaleceste por um pouco de tempo, afim de que acabasse para sempre: mudarás o seu rosto e o farás sair".
Jó, 14 v 20.
Veja: Este "mudarás o seu rosto" não pode ser "Ressurreição".
Os teólogos apontam a volta no mesmo corpo.
"Ressurreição da carne" é o ensinamento deles.
Se atentarmos para as palavras de Jó, o fenômeno é outro:
"Mudarás o seu rosto", afirma Jó.
(...) e os seus filhos, estejam exaltados ou abatidos, ele não os conhecerá".
Jó, 14 vv 20 e 21.
Se o espírito que retorna não reconhece os filhos da outra vida, inegavelmente a Bíblia trata de Reencarnação.
Para vocês que ainda não acreditam, nós reservamos algo incontestável.
Alguém do nosso mundo que veio de outro planeta.
Por favor, prestem bastante atenção.
É Deus falando pelo seu profeta:
"Filho do Homem, profere lamento sobre o rei de Tiro, e lhe dirás:
Tu és o sinete da perfeição, cheio de sabedoria, e perfeito na beleza.
Tu estavas em Éden, no jardim de Deus".
Ezequiel, 28 vv 12 e 13
Percebam que o rei de Tiro vivera no planeta Éden.
Isto significa que o rei de Tiro era reencarnação de alguém que vivera em Éden.
Isto aí "mata dois coelhos": mostra também que Adão e Eva não foram os únicos que vieram daquele planeta.
O texto confirma a saga da "raça adâmica", que nós pregamos.
Depois de alguma pesquisa, eu descobri que o nome deste rei de Tiro era Itobal...
...e ele viveu na época de Nabucodonosor.
Foi morto por soldados de Babilônia, defendendo Tiro.
O fato é que Itobal fora grande sacerdote em Éden.
A Bíblia fala:
"Tu eras querubim da guarda ungido, e Eu (Deus) te estabeleci;
Permanecias no Monte Santo de Deus.
Perfeito eras nos teus caminhos (...) até que se achou iniqüidade em ti".
Ezequiel, 28 vv 14 e 15.
No versículo seguinte, Deus aponta sua expulsão de Éden:
"(...) te lançarei, profanado, fora do Monte de Deus(...)".
Ezequiel, 28 v 16.
As palavras divinas são muito claras:
"Tu estavas no Éden, jardim de Deus".
Ninguém esqueça que Adão foi expulso do Éden...
...e o espírito que seria Itobal também viveu lá.
"Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio, profanastes os teus santuários.
Eu, pois, fiz sair um fogo que te consumiu, e te reduzi a cinzas (...)" Ezequiel, 28 v 18.
O corpo foi destruído, mas o espírito reapareceria, milênios depois, como rei de Tiro.
Aliás, precisamos completar o nosso raciocínio:
Como sacerdote, aquele espírito morreu queimado.
"Fiz sair (...) um fogo que te consumiu".
Ezequiel, 28 v 18.
Como Itobal, ele desencarnou ferido por espada.
"(...) estrangeiros desembainharão a espada contra tua sabedoria (...) morrerás de morte violenta, no coração dos mares".
Ezequiel, 28 vv 7 e 8.
Se a mesma entidade morreu duas vezes, entendemos que tenha vivido também duas vezes.
Alguém já me disse: É muito tempo. Milênios separam o Éden da Babilônia.
Meu amigo, uma é a nossa pressa...
...outra, bem diferente, é a tranqüilidade do Criador.
Deus não tem pressa nenhuma.
Para Deus "um dia é como mil anos, e mil anos como um dia".
II Pedro, 3 v 8.
Se um pássaro imortal começasse a transferir as areias de uma praia para outro lugar...
...grão de areia por dia...
Daqui a milhões de anos este pássaro terminaria seu trabalho...
...mas a Eternidade estaria no mesmo lugar.
Que representarão milhões de anos para o Criador de bilhões e bilhões de mundos?
E neste ponto começa a falta de lógica da Teologia.
Se Deus é tão pródigo na criação de tantos mundos, porque sonega um lugar decente ao pecador que morre aos vinte anos?
Conduzir ao "inferno eterno" aquele sonhador vencido pelos hormônios que o próprio Deus criou em seu corpo?
Não será isto demasiado cruel...
...demasiado insano...
...demasiado incoerente?
Qualquer criança de catecismo sabe que Jesus recomendou o "perdão setenta vezes sete".
Portanto, este não pode ser o mesmo Deus de Jesus...
...o Deus da misericórdia... do amor...e do perdão.
Verdade! Alguém de vinte anos ainda nem viveu...
...E os doentes, os mutilados, os miseráveis, que a vida enxota de um lado para outro.
Um saudável, rico, inteligente e bonito...
Outro doentio, alquebrado e feio...
Nós sabemos que ambos são filhos de Deus, mas um deles nem parece.
O Criador os fez tão desiguais.
Um é até incomodado pelo muito dinheiro que possui...
...outro não tem suficiente para comprar um pão.
Só a reencarnação, meus amigos, explicará a distribuição desigual dos talentos divinos.
Somos livres para escolher o próprio corpo e a própria condição social.
Somos livres para marcar o número de parcelas de nossa dívida carmica.
A Reencarnação está escrita nas estrelas.
O Deus que criou bilhões de mundos não pode limitar nossa chance eterna...
...A Terra é muito pequena para resolver nosso destino!
Nós não acreditamos num Deus de arraial, num Deus avarento e sádico.
O Deus do Universo é nosso Deus...
Jesus é o nosso Cristo!
Louvado seja Deus!