A propósito das ondas gigantes
que causaram mais de trezentas mil mortes, um amigo nos pediu explicações:
Se Deus é amor, e Ele é nosso Pai, por que permite tamanhas tragédias?
Sempre defendemos o que diz o Evangelho: “Deus é amor”.
Mas a Bíblia diz também que Deus é justiça, e somos
obrigados a aceitar que Deus também é Justiça.
A mãe que encontra a filha morta, depois de estuprada, com toda a certeza
merece um sinal da Justiça Divina.
Depois destes milhões de anos de violência, será que o Pai
Celestial não estará vislumbrando a hora de separar o “joio
do trigo”?
Na parábola do “joio”, Jesus diz que os servos se propuseram
a arrancar a erva daninha.
Não façam isto! Proibiu o Semeador, pois com certeza “o trigo
também seria arrancado”.
“
Deixai-os crescer juntos até a colheita, e quando ela chegar ajuntai primeiro
o joio(...) para ser queimado(...)”.
Mateus, 13 v 30.
Esta parábola mostra que o Senhor está esperando o tempo da “colheita”.
“
Existe um tempo para semear e outro para colher”.
Explicando a parábola do joio aos discípulos, algumas horas depois,
Jesus lhes disse:
-
“(...)a ceifa é a consumação do século(...).
Assim como o joio é colhido e lançado ao fogo, a mesma coisa acontecerá na
consumação do século”.
Mateus, 13 vv 39 e 40.
A consumação do século é o término do ciclo...
...é o exame final onde os alunos serão aprovados ou reprovados.
Aquele que for “trigo” ingressará na universidade, isto é – ficará na
Terra.
Quem for classificado “joio” vai recomeçar o aprendizado.
“
(...) ali haverá choro e ranger de dentes”, como afirma Jesus, em
Mateus, 13 v 42
Nós já estamos vivendo na atmosfera deste tempo de colheita.
As ondas gigantes da Ásia e tantos outros desastres revelam que os “fins
dos tempos” se aproximam.
O planeta está se modificando...
Desde nossa primeira palestra, no ano de 1956, nós defendemos a doutrina
da verticalização do eixo da Terra.
Vejam vocês que os cientistas admitiram que as ondas gigantes modificaram
dito prumo.
A extrema fúria do oceano mexeu com o eixo do planeta.
Estudiosos já estão apontando este fenômeno, refutado anteriormente.
Com todas as suas conseqüências, nosso mundo vai terminar ereto, aprumado
no espaço.
Aquelas promessas de um “Novo Céu e de uma Nova Terra” serão
cumpridas por esta postura.
Seria difícil imaginarmos os “efeitos colaterais” desta correção.
O degelo das calotas polares irá inundar as praias em todos os continentes.
Fenômenos como estes da Ásia ocorrerão mais vezes.
Vejam vocês que ninguém reforma casa sem tropeços.
Toda a modificação para melhor é estressante.
A gestante sofre as dores do parto, antes do nascimento do filho.
O Juízo Final vai sinalizar a maior transição já ocorrida,
desde o homem das cavernas, há milhões de anos.
O planeta Terra estará em trabalho de parto.
É
natural que aconteçam sofrimentos.
A Bíblia nos conta que um velhinho de barbas e cabelos brancos, há muito
tempo, se entregou à tarefa de construir uma arca.
- É um louco, diziam seus contemporâneos.
- É um doido varrido, exclamavam.
Noé foi ridicularizado por toda aquela gente.
- Ele fala com Deus, gritavam seus vizinhos, soltando gargalhadas.
- É pura doidice. Esta arca vai apodrecer aos pés da montanha.
De repente, porém, o Sol desapareceu atrás de nuvens negras...
...e a chuva despencou sobre a terra seca.
Durante quarenta dias e quarenta noites, o barulho das águas não
deu trégua.
Uma extensa região da Terra virou mar.
Quando Deus resolve “puxar nossas orelhas” ninguém consegue
aplacá-lo.
Uma coisa é certa:
Nos finais de ciclos, Deus intervém, e a sua Justiça se impõe.
Quando a misericórdia e o amor não conseguem atravessar a carapaça
do egoísmo não resta alternativa.
É
hora da correção, e a correção pode não ser
agradável.
As tribulações são indispensáveis para o ajuste de
contas.
Ninguém se iluda com falsas alternativas, imaginando o Cristo “ali
e acolá” amaciando egos e cauterizando arrependimentos falsos.
O Juízo Final não é tempo de lamentar o passado.
O Juízo Final é tempo da “colheita”.
Aquele que não atingir a nota oito, pelo menos, vai p’ra fora.
Não existem alternativas.
Aqui precisamos fazer um pequeno reparo:
Por favor, ninguém confunda o desfecho que apontamos com as “penas
eternas” da Teologia.
Os espíritos rebeldes sofrerão, temporariamente, as agruras de
um planeta estranho.
Inferno eterno? – Nem pensar num absurdo deste.
O Velho Jó, no meio da grande provação, já compreendera
esta consoladora verdade:
Deus pode até castigar, mas não destrói o espírito
nem lhe tira a chance de reparação do mal.
“
Bem-aventurado o homem a quem Deus corrige”, disse Jó.
“
Porque ele fere e cura. Dá o golpe e as suas próprias mãos
tratam as feridas”.
Jó, 5 vv 17 e 18.
Se a correção não estivesse nos planos do Criador, seria
até mesmo motivo para duvidarmos de sua sabedoria.
No Evangelho de Marcos, nós encontramos provas de que a mão de
Deus vai “pesar”, nestes últimos tempos.
“
Naqueles dias sobrevirá tribulação tão grande, como
não tem havido igual desde o princípio do mundo, (...).
Se o Senhor não abreviasse aquele tempo, não se salvaria ninguém.
Ele os abreviará em atenção aos escolhidos”.
Palavras de Jesus, em Marcos, 13 vv 19 e 20.
Percebam uma coisa, nas “entrelinhas” do texto, meus amigos.
Também os escolhidos seriam alcançados pelas tribulações.
Tanto isto é verdade que Deus vai abreviar as provas, quanto possível, “em
atenção aos escolhidos”.
Contrariando a pregação “cor de rosa” de algumas correntes,
a Bíblia nos fala que também os “escolhidos” serão
confrontados pela dor.
A constatação desta realidade foi feita pelo maior profeta de todos
os tempos – Jesus de Nazaré.
E Ele foi mais longe:
“
O irmão entregará à morte o próprio irmão(...).
O pai fará o mesmo com os filhos.
E os filhos se revoltarão contra os pais, e os matarão”.
Marcos, 13 v 12.
Este nosso amigo inconformado com as “ondas gigantes” precisa entender
uma coisa:
O nosso mundo está em trabalho de parto.
A propósito, o profeta Zacarias nos traz lição pertinente:
“
Em toda a Terra, diz o Senhor, dois terços dela serão eliminados,
mas a terceira parte sobreviverá.
Farei assar esta terceira parte no fogo, e a purificarei como prata, e como ouro
ela será provada.
Ela (esta terceira parte) invocará o meu nome, e eu direi: É meu
povo. E todos exclamarão: O Senhor é nosso Deus”.
Zacarias, 13 vv 8 e 9.
Por estas palavras de Deus, através da mediunidade de Zacarias, nós
percebemos o propósito divino.
O ouro e a prata são submetidos a processos violentos, antes de aparecerem
como adornos no pescoço das princesas.
Zacarias repete o que Jesus disse: também os escolhidos sofrerão
os dissabores dos últimos tempos.
Ninguém espere as amenidades de um piquenique.
Vejam que as palavras divinas são claras:
“
Farei assar esta terceira parte no fogo, e a purificarei como prata, e como ouro
será provada”, nas palavras do profeta Zacarias.
Para herdar a “nova terra”, os candidatos terão que se enquadrar
ao rigor da prova difícil.
As tribulações da transição planetária são
o “caldo nesta sopa”.
Estas pregações de que tudo é “cor de rosa”,
portanto, não passam de
“conversa p’ra boi dormir”,
como diz o povo.
Ninguém se iluda.
Tudo o que fugir desta realidade é propaganda enganosa.
Certa vez, um lenhador foi flagrado subindo morro em busca de madeira de lei.
Ele colhia tábuas na parte mais difícil da encosta, castigada pelas
tempestades.
Alguém lhe disse: Existem árvores na planície muito mais
fáceis.
O lenhador respondeu: Os ventos e as tempestades sacodem as árvores da
colina, frente ao mar.
Por isso elas são mais resistentes e têm vida mais longa.
O lenhador preferia enfrentar o duro trabalho, para construir sua casa com madeira
melhor.
Da mesma forma, quem vive na dificuldade reforça músculos e ossos.
Com certeza, este é o pensamento de Deus, quando permite que as provações
alcancem seus filhos.
Ele quer transformá-los “em madeira de lei”.
O Pai Celestial deseja enrijecer o nosso caráter.
“
Estreito” é o caminho da redenção, nas palavras de
Jesus.
Percebam quantas tragédias aconteceram nestes últimos cem anos.
A gripe espanhola matou nove milhões de pessoas.
Em 1945, tivemos o holocausto atômico de duas cidades japonesas, que se
transformaram em cinzas.
E não esqueçamos as duas guerras mundiais no século vinte.
Tudo isto foi permitido por Deus.
Tudo isto foi profetizado, em lugares diferentes da Bíblia.
Não podemos ignorar que Deus tem um plano para nós, mas que este
plano atravessa o pântano do sofrimento.
A história conta que Jeremias morreu apedrejado no Egito...
...e o profeta Isaias foi serrado ao meio pelo rei Manasses.
Paulo aponta a saga dos profetas, na Epístola aos Hebreus, mostrando que
a jornada nunca foi fácil.
“
Eles passaram pela prova do escárnio, de açoites(...) de algemas
e prisões.
Foram apedrejados, provados, serrados ao meio, mortos pela espada; andaram peregrinos
(...) afligidos e maltratados”.
Hebreus, 11 vv.36 e 37.
Esta é a Bíblia...
...o resto é interpretação mais ou menos interesseira.
Propaganda enganosa – esta é a grande verdade.
Paulo deixou registradas, com todas as letras, as agruras do seu apostolado.
“
Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites,
Três vezes me fustigaram com varas.
Uma vez fui apedrejado e uma noite e um dia fiquei à deriva, na voragem
do mar”.
II Coríntios, 11 vv 24 e 25.
Fundamentado nestes fatos, e em milhares de outros, eu não poderia dizer
que o cristão está livre do sofrimento.
Se eu assim procedesse me tornaria enganador e demagogo.
Eu até gostaria que fosse diferente, mas não é!
A Bíblia é muito clara, para que seja negada.
Aqui mesmo, em Ponta Grossa, em pleno fevereiro de 2005, nós vivenciamos
uma tragédia envolvendo religiosos.
Doze adolescentes no caminho de uma reunião de preces foram atropelados
por motorista fora de controle.
Alguém reclamará: Por que Deus não afastou da rota aquele
automóvel?
Afinal, tais jovens se encontravam no desdobramento de trabalho religioso.
Para muitos, a intenção deles deveria significar segurança.
Os fatos, porém, que a imprensa vêm divulgando, desmentem a expectativa
otimista.
Acidentes com ônibus de romeiros têm acontecido.
Assassinatos de pessoas ligadas a ordens religiosas ocorrem com freqüência.
Até alguns tetos de igrejas têm despencado sobre os fiéis.
São fatos que não podem ser desmentidos.
A mídia vêm divulgando estes acidentes.
É
necessário, portanto, que nós corramos “atrás do prejuízo”,
em busca de uma explicação.
Afinal, o Salmo 90 (ou 91), v 7, nos oferece uma versão totalmente contrária
aos nossos argumentos.
“
Caiam mil ao teu lado e dez mil à tua direita, tu não serás
atingido”.
Todos conhecem de memória estas palavras do Salmista, porque elas revelam
aquela face mais apreciada de Deus.
Este trecho sempre foi o “prato” preferido daqueles que só enxergam
a Bíblia na sua parte “cor de rosa”.
Quem deseja tapar o sol com “peneira” só procura o que é doce.
Eles forçam a idéia de que a religião deles é o antídoto
contra todos os males do corpo e do espírito.
Uma coisa é certa, meus amigos:
Deus é a Suprema Grandeza...
...nós somos a extrema pequenez.
O verme não pode ditar normas para a trajetória das estrelas.
Neste comparativo se explica a raiz da controvérsia:
Deus é Deus e nós somos humanos, e pecadores.
Entre nós e Deus, a distância é maior ainda que aquela do
verme até a estrela.
Será bastante racional enveredarmos por este caminho.
Nada poderemos exigir daquele Deus transcendente, que mora nas alturas.
Nada poderemos reivindicar, alegando direitos e merecimento.
O Novo Testamento trata deste assunto com bastante clareza.
Acontecera um desastre, há poucos dias, e os judeus que rodeavam Jesus
encontravam-se eufóricos.
A torre de Siloé desabara e matara dezoito pessoas.
Isto mostrava que eles eram melhores do que os desencarnados, na exata perspectiva
de que Javé os protegera.
Conhecendo-lhe os pensamentos, Jesus foi “rápido no gatilho”.
“
Cuidais que aqueles dezoito que pereceram no desabamento da torre de Siloé eram
mais pecadores do que os demais habitantes de Jerusalém?
Estais errados. Se não vos converterdes, perecereis também vós”.
Lucas, 13 vv 4 e 5.
Duas coisas devem ser ressaltadas: A ausência de compaixão e a soberba
desencadearam a censura de Jesus.
A filosofia cínica do “antes ele do que eu” foi condenada
pelo Mestre.
Em grau maior ou menor, todos nós somos pecadores.
“
Se dissermos que não temos pecado a nós mesmos nos enganamos e
a verdade não está em nós”.
I João, cap.1 v 8.
Portanto, a Justiça do Alto é uma espada de Dâmocles sobre
a cabeça de todos nós indistintamente.
Ninguém é inocente ao ponto de gozar imunidades.
Se eu estivesse isento de pecado não estaria na Terra.
Aqueles que estavam diante de Jesus gozando a sua pretensiosa superioridade com
toda a certeza receberam o “troco” merecido.
Todos nós somos réus diante da Justiça Eterna.
Ninguém pode celebrar direitos e cobrar resultados de Deus.
Este é o grande pecado!
Isto é definitivo: Diante de Deus o nosso direito é zero.
As palavras do Mestre foram bastante claras:
“Se não vos converterdes,
perecereis também vós”.
Lucas, 13 v 5.
Duas coisas se tornam evidentes:
Primeira: Todos nós estamos no “olho do furacão”, independente
da religião que professarmos.
Segunda: A forma e a intensidade da correção é uma escolha
exclusiva de Deus.
Neste particular, o Criador não admite parcerias.
A vontade do Altíssimo é o Supremo Direito e a Suprema Lei.
Não existem tribunais superiores.
Deus é Pai, mas é também Juiz.
Ele conhece as nossas vidas desde outros planetas, e tem visão detalhada
de todos os nossos crimes.
Desta maneira, Ele pode escrever até mesmo “por linhas tortas”.
Não vale apontarmos os nossos direitos e a nossa opinião.
A opinião de Deus é a única opinião verdadeira e
justa.
Deixamos bem claro para evitar dúvidas: o Terrível Javé de
Moisés é o mesmo Pai Celestial de Jesus.
Apesar das aparências muitas vezes expressarem o contrário, em todas
as suas roupagens Deus sempre desejou o nosso bem.
As ondas gigantes da Ásia causaram mais de trezentas mil mortes.
As torres gêmeas de Nova York tombaram.
As profecias falam que
“a aflição será tão
grande, que não houve nem haverá igual, no passado e no futuro”.
Palavras de Jesus, em Mateus, 24 v 21.
O certo será dobrarmos a cabeça e sopitarmos o nosso orgulho.
Está na hora de compreendermos que acima de nós existe um Deus,
e que este Deus é infinitamente maior do que nós.
Talvez o que esteja faltando é humildade.
Depois de perder tudo o que tinha o patriarca Jó não gastou tempo
buscando causas para sua desgraça.
“
Ele se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça, lançou-se
em terra, e adorou a Deus.
Depois ele disse:
Deus deu; Deus tirou. Bendito seja o Santo nome de Deus”.
Jó, capítulo 1 verso 21.
Afinal, meus amigos, uma coisa é certa: O nosso corpo e toda a nossa vida
física é apenas uma vírgula no meio das nossas reencarnações.
Vocês acham que os cristãos que morreram nos circos romanos se perderam?
Não! Eles voltaram vitoriosos para o seio do Senhor.
O Rabi Galileu deu-lhes uma certeza:
-
“Eu vou para preparar-vos lugar”, prometeu Jesus.
Nos mundos espirituais do Senhor Nosso Deus existem lugares amplos e confortáveis
para todos os espíritos.
Conforme nosso merecimento, seremos abrigados e tratados.
Por isso, Jesus disse:
-
“Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a
alma”.
Vejam, meus amigos, que o panorama vai se tornando mais suave e mais compreensível.
O essencial é confiarmos em Deus, e nos entregarmos em suas mãos.
Jó recebeu sua vida de volta, com todos os seus bens.
Ele passou no teste da aceitação.
Ele teve humildade naquela transação incompreensível.
Ele sabia que Deus sempre tem razão.
Os mártires do cristianismo foram aclamados, no retorno ao mundo espiritual.
O certo é continuarmos orando e servindo com fé.
Isto não impede que as tempestades desçam sobre nós, e que
soframos prejuízos.
Melhor será, em qualquer transe, continuarmos na companhia do divino.
A humildade da nossa aceitação é o melhor antídoto
contra o mal.
Não esqueçamos que Ele é nosso Pai, e tem todo o direito
de “puxar nossas orelhas”, de vez em quando.
Ester tinha o filho na cama ardendo em febres.
Ezequias, menino de sete anos, encontrava-se muito doente.
Durante toda aquela noite, ele se mantivera insone.
- Eu quero ver Jesus, dizia com voz entrecortada pelos soluços.
- Filho, nesta noite chuvosa e fria, é impossível encontrar Jesus.
A criança repetia o apelo, muitas e muitas vezes, indiferente aos argumentos
da mãe:
- Eu quero ver Jesus... Eu quero ver Jesus, balbuciava o menino.
Baldados eram os argumentos da mãe e do pai.
O garoto continuava repetindo as mesmas palavras.
Alguma coisa lhe confidenciava que o lamaçal, a chuva e a distância
não poderiam ser empecilhos para o Rabi Galileu.
- O Mestre está muito longe, meu filho, esclareceu o pai.
Nesta noite de tempestade, com toda a certeza, algum ricaço das margens
de Tiberíades deve tê-lo abrigado em seu palácio.
Jesus não está disponível para gente pobre como nós.
De repente, porém, uma estranha luminosidade invadiu o quarto da criança,
e Jesus apareceu:
- Ezequias, disse o Mestre, colocando as mãos em sua cabecinha, aqui
me encontro atendendo seu chamado.
É isto ai, meus amigos.
Talvez seja este o elo que as religiões perderam.
Com certeza, jamais o socorro nos faltará se a nossa prece estiver alicerçada
na confiança sem malícia daquele garoto.
O profeta Isaias foi bastante claro:
“
Porque assim diz o Excelso e o Sublime: (...) Habito no alto e santo lugar,
mas moro também com o contrito e abatido de espírito”.
Isaias, 57 v 15.
Vejam que o Pai Eterno, em suas próprias palavras, se coloca numa altura
bem distante de nós.
Sua última frase, todavia, nos devolve a confiança:
"(...) mas moro também com o contrito e abatido de espírito”.
Na tempestuosa noite da maior provação, vale a pena nos dirigirmos
a Deus.
Esta é a prece perfeita: “Afastai de mim este cálice, Pai.
Mas que não se cumpra a minha vontade e sim a vossa vontade, meu Deus”.
A estrada lamacenta não é problema para Jesus.
Se formos humildes para reivindicar sem soberba ou idéias preconcebidas,
Deus e o seu Cristo virão até nós...
É
uma questão de humildade.
É
uma questão de reconhecer a grandeza de Deus e a nossa pequenez.
No momento em que eu cair do meu pedestal de orgulho, o Pai Celestial descerá do
seu Trono ao meu encontro.
O Javé transcendente só existe para os soberbos.
O Deus imanente de Jesus é o nosso patrimônio eterno.
“
A luz que ilumina todo o homem que vem a este mundo” é Deus entronizado
no coração.
“
Se Deus é por nós quem será contra nós?”
“
Ainda que eu ande pelo vale das sombras da morte, não temerei mal nenhum,
porque Tu estás comigo”, declamou o Salmista.
Vale a pena dobrarmos a fronte altiva, e comungarmos com Deus na planície
da nossa condição humana.
Em todas as circunstâncias, de erro e de pecado, Ele é nosso Pai.
O Pai Celestial vela por nós, na grande noite de todas as transgressões
e de todas as tragédias.
Nossa atual existência é uma simples vírgula em nosso eterno
romance ao encontro da perfeição.
Mesmo que nos falte o chão planetário para os pés, O Criador
sempre terá novos mundos esperando por nós.
Louvado seja Deus.