Data: domingo, 14 de janeiro de 2007
Usando o Apocalipse como pano de fundo, é natural que os símbolos dominem esta nossa exposição.
"Houve, no Céu, uma grande batalha: Miguel e seus anjos pelejavam contra o Dragão e o Dragão e seus anjos pelejavam contra ele”.
Em rápidas pinceladas, o profeta João define a guerra.
“(...) estes não prevaleceram, nem o seu lugar se achou mais no Céu.
E foi precipitado aquele grande Dragão, aquela antiga Serpente, que se chama Diabo e Satanás e que seduz todo o mundo.
Sim, ele foi precipitado na Terra, e expulsos com ele também os seus anjos”.
Apocalipse, 12 vv 7 a 9.
Vamos centralizar nossa atenção sobre esta Serpente antiga, que representa uma síntese das forças do mal.
O próprio texto a define, como sendo o Dragão, o Diabo e Satanás – numa única entidade.
Embora o conheçamos por vários nomes, o fato é que o mal tem o mesmo rosto.
Ela - a Serpente - está sendo expulsa de um lugar que o profeta chama estranhamente de "Céu".
E para onde esta Serpente está sendo expulsa?
O texto diz que ela está sendo expulsa para a Terra.
Hipoteticamente falando, todo o mal que existia no mundo de cima foi descarregado no mundo de baixo.
Nesta altura do campeonato, vocês ganharam o direito de me interromper, repetindo uma frase famosa:
"Eu já vi este filme", dirão vocês.
E eu repito a frase: Eu também já vi este filme.
O Profeta do Apocalipse está reprisando algo já dramatizado no livro Gênesis, 3, vv 14 a 23.
É a famosa expulsão da Serpente, juntamente com Adão e Eva, daquele lugar que por falta de nomenclatura foi designado Éden.
Agora, baseados no progresso da astronomia, nós já podemos apontá-lo como planeta: planeta Éden.
O fato é que o mesmo episódio foi narrado duas vezes.
Esta é a melhor hipótese para resguardarmos o crédito e a seriedade da Bíblia.
Vocês não acham estranha esta Serpente, expulsa no Gênesis, retornar para ser repudiada outra vez?
Se isto tivesse acontecido, estaríamos diante de uma brincadeira...
Serpente sobe, serpente cai;
Serpente sobe, serpente cai...
Não há “tatu que agüente” esta movimentação desordenada da “maldita” cobra.
Isto aí mais parece a “casa de mãe Joana”.
Este Céu está muito fraco em termos de segurança.
Estarão faltando cadeados nas portas do Céu?
Pilhérias à parte, concluímos que o Apocalipse descreve o Juízo Final que ocorreu no planeta Éden.
Como repetição, em termos simbólicos, a história se torna aceitável.
Adão usou e abusou da ciência bélica, até que Deus resolveu intervir.
O uso da árvore do bem e do mal só é permitido para quem alcança condições morais.
Adão, Eva e comparsas não tinham tais virtudes.
E Deus resolveu expulsar a raça adâmica para o nosso planeta.
Nestes termos nós concordamos, porque a expulsão confirma o mesmo episódio descrito em Apocalipse.
Imagens diferentes revelam o mesmo fato.
Desde o capítulo 4 até parte do 12 de Apocalipse, descreve-se uma resenha do que aconteceu no planeta Éden, antes da expulsão.
Neste lugar, viviam Adão e Eva, que eram os líderes da raça adâmica.
Uma coisa ninguém poderá contestar:
A guerra descrita entre os anjos bons e maus é característica que se repete em todas as transições planetárias.
No capítulo 11 vv 15 a 18, descreve-se um Juízo Final.
Este julgamento é incontestável, confirmado pelo texto.
"(...) mas chegou a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos, (...) e de exterminar os que corromperam a terra".
Apocalipse, 11 v 18.
É estranho que o Profeta tenha usado o vocábulo “terra”, dando chance a controvérsias.
Como entendermos este uso indevido do nosso chão?
É simples: Tanto o Éden quanto o nosso planeta são moradas para seres em corpo físico, e eles caminham com os pés no chão.
Por isso a confusão do Profeta.
Em espírito profético, ele viu os alienígenas se locomovendo, e não percebeu diferença entre lá e cá.
Para o profeta João, o Éden constituía-se num prolongamento do nosso mundo.
Prestem atenção, por favor!
De forma alguma poderemos confundir o julgamento no Éden com o Juízo Final que ocorrerá na Terra.
E por que não? Interrogarão vocês.
Simplesmente pelo fato de que o nosso Juízo Final está profetizado a partir do capítulo 20.
Para burlar a evidência, alguns teólogos dizem que este primeiro julgamento de Apocalipse trata da destruição de Roma.
Dizem eles que é condenação executada por Deus contra o Império Romano.
Não aceitamos esta interpretação.
O texto fala em “exterminar os que corromperam” aquele mundo.
Ninguém terá argumentos para me convencer que após a queda de Roma extinguiu-se a corrupção.
Dois mil anos depois, a corrupção não acabou, nem no Brasil nem na China.
No império romano existia corrupção e ela continua.
A conclusão é fácil, portanto.
Se esta praga foi exterminada, naquele mundo, é sinal que o profeta João falava de outro lugar.
Fica claro que ele apontava o planeta Éden.
Alias, para desfazer as dúvidas, o próprio Apocalipse descreve atividades das forças do mal, entre nós.
“E o Dragão, depois que se viu precipitado na Terra, começou a perseguir a mulher que tinha dado à luz um filho macho”.
Apocalipse, 12 v 13.
Esta mulher é Maria de Nazaré, que gerou Jesus.
Vocês terão idéia de quem terá sido este Dragão?
O texto é claríssimo.
Este Dragão é o rei Herodes, no episódio da matança das crianças menores de dois anos.
É aquilo que estamos repetindo sempre:
Satanás nunca passou da figura humana quando se torna adversária do Cristo.
Só não entende quem não tem ouvidos de ouvir.
Se o texto diz que o mal foi exterminado, naquele mundo (Éden), a perseguição contra Maria revela que aqui o mal continuava.
Aquele julgamento, portanto, nada tem a ver conosco.
Nós sabemos que os humanos vivem mergulhados em corrupção e violência, até hoje.
E o sétimo anjo tocou a trombeta. E ouviram-se grandes vozes, que diziam:
"O reino deste mundo passou a ser de Nosso Senhor e do seu Cristo, e Ele reinará pelos séculos dos séculos".
Apocalipse, 11 v 15.
Alguém poderá levianamente dizer que estes fatos ocorreram no Sétimo Céu.
Somos obrigados a contestar.
Tal conclusão é absurda.
No Sétimo Céu, de onde se coordenam os mundos, a corrupção jamais poderá ter entrado.
Ademais, o texto fala sobre a retomada, por Deus, daquele reino.
Se aquele campo de batalha entre os anjos bons e maus é o Céu, será coerente o Criador retomar o seu posto?
Terá Deus se afastado da administração do Sétimo Céu?
Acaso o Pai Celestial precisou de licença médica e ficou fora por alguns dias?
Negar a pergunta significa que aquele lugar não era o Céu.
Ficará mais coerente aceitarmos o planeta Éden, no momento em que foi promovido para uma escala superior.
Afinal, depois que a raça adâmica foi expulsa, aquele mundo adquiriu condições de uma vida boa para seu povo.
“Os mansos herdaram” aquele mundo, agora sem violência.
Quando o profeta João fala em "Céu", ele estava contemplando um recanto paradisíaco.
Dentro da visão profética não há senso crítico.
As imagens chegam aleatoriamente.
Simplesmente, João as descrevia como seus olhos espirituais enxergavam.
A palavra "Céu" definia perfeitamente aquele recanto, porque se tratava mesmo de um lugar aprazível.
Moisés escolhera a imagem de um jardim, e o denominara Éden: Jardim do Éden.
Quando Deus, através do seu Cristo, resolve promover um vestibular planetário, ele o faz por etapas.
Primeiro Ele separa o joio do trigo.
O joio é representado pelos espíritos ainda não evoluídos, estejam encarnados ou errantes.
O trigo representa os espíritos mais adiantados.
A Bíblia fala num “livrão” onde estão anotados todos os nomes dos futuros aprovados naquele vestibular.
Ai daquele que não tem seu nome na lista.
“Aqueles (...) cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo(...)”
Apocalipse, 17 v 8.
A visão divina enxerga, antecipadamente, o destino de cada um dos bem-aventurados, e os registra no “livrão”.
No início de um ciclo o Livro da Vida já antecipa, no escritório de Deus, a lista dos contemplados.
É uma lista secreta só conhecida pelo Pai Eterno.
Estes ficarão no planeta promovido.
Os reprovados são banidos para outro mundo.
Naquela altura do campeonato, a vibração do planeta promovido se modificará por completo.
A luz do Cristo brilhará nas consciências, e o amor prevalecerá.
Porque o amor é o verdadeiro passaporte.
Estes futuros habitantes da Terra já não precisarão viver escondidos atrás de grades e de complicados sistemas de segurança.
Ninguém será defrontado por surpresas desagradáveis.
Passeios tarde da noite para ver a lua serão rotineiros.
Foi o que aconteceu naquele lugar chamado "Éden" ou "Céu", como vocês preferirem.
Depois que foram expulsos os ímpios (Adão, Eva, a raça adâmica e a Serpente antiga), o Éden respirou aliviado.
O destino destes reprovados, porém, já é outro tema.
Ele revela o lado desconfortável da evolução.
Deus faz com os reprovados o que Portugal fez, na época do descobrimento.
O governo de Lisboa reuniu a escória - os degredados, ladrões e desordeiros - e os enviou para sua colônia.
Toda esta gente pervertida desceu como flagelo sobre os nativos perplexos e inermes.
A vida simples dos índios foi transformada pelos estrangeiros.
Toda a cultura da selva acabou destruída.
Até mesmo a escravidão foi exercida, com requintes de perversidade.
Doenças venéreas e alcoolismo invadiram as nações indígenas, em nome do progresso civilizador.
Levantamos o perfil para explicar a invasão de alienígenas, quando são despejados em outro mundo.
A única diferença é que a remoção de planeta para planeta se faz em espírito.
A influência deles se fez sentir anos depois.
A raça adâmica desceu com todo o ímpeto sobre os habitantes do planeta, imitando os portugueses do tempo de Cabral...
“Ai da Terra e do mar” – diz o Apocalipse. “Pois o Diabo desceu até vós cheio de grande cólera”.
Apocalipse, 12 v 12.
O Diabo de que fala o texto poderia ser aquele português de fartos bigodes que maltratou nossos índios.
Não esqueçam que o Diabo é o próprio homem.
O fato é que governo de inspiração cristã só pode existir depois de expulsas as falanges do mal.
Infelizmente, é preciso alguém perder o boné para que outro tenha a cabeça coberta.
Lisboa ficou livre de malfeitores, mas o Brasil sofreu as conseqüências.
O planeta Éden descarregou sua escória, mas o planeta Terra foi prejudicado pelos corruptos que chegaram de lá.
É a roda incessante do progresso.
Hoje é o dia da caça; amanhã será o dia do caçador.
Ninguém duvide: No devido tempo todos os mansos serão resguardados da violência.
O Criador possui lugares e recursos necessários para o remanejamento.
Num recanto não alcançado pelos espíritos perturbadores, as criaturas gozarão paz e harmonia.
Verdadeiro paraíso está reservado para todos.
Nos planetas evoluídos, a honestidade e o dever serão apanágio de todas relações humanas.
Deus é inspiração coletiva naqueles mundos.
Por isso, o texto fala que Deus retomou o seu reino.
Todos usufruem as vantagens de amar e ser amado, sem as nuvens negras do ciúme, da violência e do crime.
Uma coisa eu garanto:
Haverá menos gente falando em Deus.
Haverá mais gente obedecendo a Deus.
Neste ponto, seria normal, que alguém me interrompesse.
Existe uma dúvida que precisa ser esclarecida.
Na introdução do Apocalipse, fala-se de "coisas que deverão acontecer".
Apocalipse, 1 verso 1.
Teólogos amadores se agarram neste gancho para me contradizer.
Neste ponto eles sempre me questionaram.
- O último livro da Bíblia é profético: Ele só descreve o futuro, dizem estes teólogos amadores, tentando me confundir.
Os adversários das minhas idéias apontam o drama de Adão e Eva, como coisa anterior, e, portanto, fora do livro profético.
Segundo eles, eu estou laborando em premissa falsa.
Reclamam que eu fugi do contexto.
Neste caso só nos resta retornar, e colocar tudo em “pratos limpos”.
O passado sempre foi experiência para entendimento do futuro.
Futuro sem passado é semelhante à mulher vaidosa sem espelho.
As entrelinhas do Apocalipse nos contam outra história:
"(...) escreve, pois, as coisas que viste, e as que são, e as que têm de suceder depois destas".
Apocalipse, 1 v 19.
Se o alvo fosse simplesmente o futuro, a ordem não teria sido fracionada.
Outra prova de que o Apocalipse focaliza o passado, nós encontramos no começo do capítulo 12.
"Apareceu um grande sinal no Céu: uma mulher vestida de sol, que tinha a lua debaixo dos pés, e uma coroa de doze estrelas sobre a cabeça".
"Estando grávida, ela clamava com as dores do parto”.
Apocalipse, 12 v 1 e 2.
É voz corrente que esta figura é a mãe de Jesus.
Temos depoimentos de Santo Agostinho e São Bernardo concordando tratar-se de Maria.
Isto nos deixa em condições de afirmar que o Apocalipse focaliza também o passado.
O Livro Profético descreve até mesmo a gravidez e o parto de Jesus.
O registro disso no texto pulveriza qualquer dúvida.
Não é interessante para algumas igrejas que o profeta João tenha olhado para trás.
Alguns teólogos fazem tudo para manter a cortina de fumaça.
Eles forçam a barra para que se exclua o “passado” no Livro Profético.
De nossa parte, porém, temos “mil e uma” razões para crermos que o Apocalipse focalizou passado, presente e futuro.
Aliás, existe outra objeção criada pelos nossos oponentes:
"Leão da Tribo de Judá", "Descendente de Davi", "Doze tribos de Israel", etc.
Dizem eles que estas expressões são muito nossas, para uso numa resenha de outro planeta.
Ora, nós sabemos que o profeta João escreveu para comunidades cristãs, onde predominavam judeus convertidos.
O Profeta com certeza usou tais expressões para facilitar o entendimento da mensagem.
Os fieis das sete igrejas da Ásia compreenderam os símbolos, com maior facilidade, vertidos na linguagem deles.
Seria inadmissível apontar outros mundos habitados.
Tal coisa representaria extremada “burrice”, uma falta absoluta de sensatez.
Seria a mesma coisa que o Einstein dando uma aula sobre a Teoria da Relatividade para crianças no Jardim da Infância.
Imaginem a cena patética:
João Evangelista apontando o céu, dizendo que viajara por lá em corpo astral, e que coletara dados da evolução do planeta Éden.
- Aquele ponto na via látea é um planeta igual ao nosso. Eu o visitei, conduzido por um anjo, para conhecê-lo e registrar sua história.
Isto se tornaria até ridículo.
Naquele tempo, se o profeta João procedesse assim, seria preso como “doido varrido”.
O grande problema, que dificulta a compreensão dos textos bíblicos, é o fato de que a teologia os definiu há séculos.
A Idade Média não oferecia ambiente adequado para formulação de dogmas.
No entanto, foi nesta quadra de sombras que o alicerce das religiões se cristalizaram.
Todos os catecismos das igrejas cristãs nasceram neste ambiente hostil ao progresso.
Ninguém sonhava com as descobertas da astronomia, devassando as estrelas e mostrando a realidade.
Para os teólogos, a Terra era o centro do Universo.
No entender deles, tudo girava em torno do nosso planeta.
Pior ainda: os dogmas foram impostos e congelados.
Quem ameaçasse esclarecê-los queimaria na fogueira da Inquisição.
Ainda hoje, baseada nestes dogmas, existe uma resistência generalizada ao reconhecimento da pouca importância da Terra.
Tudo aquilo que ameace empobrecer o nosso grão de areia é contra Deus.
Arthur Clarke, que foi presidente da Sociedade Interplanetária Britânica, nos legou opinião elucidativa.
Ele escreveu:
“Tanto planetas quanto criaturas vivas são previsíveis no Universo”.
Só em nossa galáxia, ele calculou a “existência de um bilhão de mundos habitados”.
“O Sol”, disse Clarke “é apenas uma figurinha obscura situada num ponto remoto da espiral”.
Apesar da opinião do cientista, os defensores das teses da Idade Média continuam acariciando o ego do nosso planeta.
Percebam o quanto a Terra é importante, na filosofia religiosa que aparece nos compêndios:
A Mãe do Deus Universal nasceu em nosso planeta, numa aldeia da Judéia.
O Céu e o Inferno são bairros do nosso mundo, para onde se encaminham os mortos bons e maus.
O Criador colocou entre nós sacerdotes tão poderosos, que dão diploma aos Santos.
Sem este diploma ninguém vira estátua.
A última palavra pertence aos condutores infalíveis, que são os únicos depositários do poder divino, na opinião deles.
O ser humano aqui nasce, morre, ressuscita e vai para o inferno ou para o Céu, verdadeiros apêndices do nosso ilustre planeta.
Quem decide tudo é o sacerdote maior.
É verdade que a ciência estragou a festa provando que a Terra gira em torno do Sol, ao contrário do que os teólogos diziam.
Isto, entretanto, é apenas um detalhe.
Eles se recuperaram do abalo, jogaram areia nos olhos dos espectadores e continuaram no time principal.
Permanecem na crista da onda, dominando a mídia, e divulgando seus dogmas da Idade Média.
- Fora da nossa doutrina não há salvação, dizem eles.
Nós sabemos que a propaganda é a alma do negócio.
- Que fazer?
Martelando na televisão e no rádio, eles vendem seu peixe.
Outros grupos se agarraram no rabo do foguete, e oferecem boa vida para colecionar adeptos, e aumentar o capital.
Alguns interpretam as profecias pela letra, afirmando que no mundo futuro os cristãos nem precisarão mais trabalhar.
Os salvos vão viver numa cidade calçada de ouro e pedras preciosas...
Serão eternos e não haverá mais morte.
São aqueles estudiosos da Bíblia que nunca leram o capítulo 65 de Isaias.
Se tivessem estudado este capítulo 65 de Isaias, eles saberiam o que acontecerá depois do Juízo Final.
Em todos os mundos, meus caros, enquanto precisarmos reencarnar o corpo “é pó” e voltará “ao pó”.
Interpretar as Escrituras pela “letra mortífera” terminará gerando doutrinas fantásticas, distanciadas da realidade.
Já ouvimos pregações insuportáveis.
Jesus e o próprio Deus vão aposentar, e passarão a morar aqui, no planeta Terra.
Oh! planetinho importante, sô!
ÉÉÉ, infelizmente! Para muito cristão, a Terra ainda é o centro do sistema planetário...
Em pleno século vinte e um, ainda existe uma enorme resistência para aceitação da pouca importância do nosso planeta.
Fizemos todas estas divagações para mostrar a dificuldade do Profeta do Apocalipse quando expôs suas visões cósmicas.
As sete igrejas da Ásia não estavam estruturadas para receber a verdade em toda a sua extensão.
Os fiéis não entenderiam a frase lapidar do Cristo:
“A Casa de meu Pai tem muitas moradas”.
Se dois mil anos depois este ensinamento ainda não foi compreendido, imaginem quanto era ignorado naquele tempo?
Sábia decisão do profeta João, portanto, quando evitou comentar outros mundos.
Alhures, eu conversava com alguém sobre os milhões de anos do nosso planeta, quando fui surpreendido pelo seu desabafo:
- Milhões de anos coisa nenhuma, retrucou ele. A Bíblia prova que a criação ocorreu há menos de seis mil anos.
O Universo foi criado há menos de seis mil anos, repetiu.
Deus fez nosso mundo inteiro e acabado em seis dias e no sétimo descansou.
A evolução é uma tramóia do Darwin.
Adão, o primeiro homem, surgiu do “pó da terra”.
Depois Deus fez Eva de uma costela.
Horrorizado, eu quase gritei – Acorde, homem!
Julguei que ele estivesse sofrendo um ataque de loucura.
Apressei-me a interrompê-lo, antes que ele provasse a existência de Papai Noel ou evocasse Satanás para brigar comigo.
Deus nos acuda!
O Evangelho do Cristo é cósmico, eu lhe disse.
A Bíblia enquadrada ao gabarito do ensinamento de Jesus é perfeitamente compreensível.
Apenas a interpretação humana é difícil de engolir.
Os homens fracionaram a Bíblia em mil pedaços, e se serviram destes mil pedaços, como canibais, para satisfazer apetites.
É compreensível o aborrecimento deles, quando falamos que somos espíritos itinerantes...
...Filhos do Universo!
Eles se escandalizam quando explicamos que a nossa evolução se processa no rastilho das estrelas...
Na esteira de longo aprendizado, nós progredimos lentamente.
Esta é a grande Verdade.
Somos peregrinos do infinito.
Crescemos na intimidade dos planetas.
Somos Filhos do Deus Universal...
O aprendizado do amor passa, inexoravelmente, por inúmeras vidas na carne.
A ordem de Jesus não nos atinge no ontem nem no amanhã.
A ordem do Mestre não tem data marcada no calendário.
A ordem do Cristo se cumprirá, quando aprendermos a suprema lição na cartilha do Amor Universal.
Então seremos livres e salvos.
- “Sede perfeitos como é perfeito vosso Pai que está nos Céus”.
Louvado seja Deus!