Livrai-nos do mal

Data: segunda-feira, 21 de abril de 2008

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Estas palavras foram recomendações de Jesus inseridas na prece do Pai Nosso.

Da mesma forma como pedimos o pão, igualmente rogamos a Deus que nos livre do mal.

Sempre existiu uma sensação de insegurança.

Isto não é novidade, dentro deste planeta complexo e cheio de surpresas.

Salomão já lamentava esta perigosa fronteira entre o bem que eventualmente gozamos e os males que poderão nos alcançar.

"Tudo sucede igualmente ao justo e ao injusto, ao puro e ao impuro (...) ao bom e ao pecador".

Eclesiastes, 9 v 3.

Nesta passagem, Salomão generaliza o império do mal, universalizando a possibilidade de catástrofes.

O justo e o injusto poderão ser alcançados por elas.

Não existe uma expressa garantia de que determinados grupos tenham o corpo fechado.

O Salmo 90 aparece, todavia, com promessa totalmente contrária aos dispositivos do Eclesiastes.

O Salmista fala do "esconderijo do Altíssimo" e da "sombra do Onipotente", onde poderão descansar os seus filhos.

Salmo 90 v 1.

"Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda".

Salmo 90 v 10.

Pelo ensinamento de Salomão, o justo e o injusto seriam igualmente vergastados pelo chicote das provações.

Para o Salmista, o servo fiel seria protegido.

Pela doutrina de uma vida única, sem reencarnação, estes dois textos são inconciliáveis.

A unicidade da existência corpórea obrigaria a formação de dois rebanhos:

Os bons e os maus formariam grupos palpáveis, facilmente destacados aos olhos divinos.

Como afirma o Apocalipse, os eleitos terão o Sinal do Cordeiro na fronte e na mão direita.

Os ímpios serão marcados "pelo estigma da Besta".

Se a vida fosse única, o planeta Terra também seria único em seres habitados, e existiria o Inferno para depósito dos desobedientes.

Seria simples e fácil de resolver.

Os governos estão preocupados com o lixo atômico: Onde colocar esta sucata perigosa?

Deus não teria o menor problema com o "lixo atômico" dos maus: Ele entregaria toda esta caterva para o Príncipe dos Demônios.

A preocupação do Pai Celestial seria com os bons, e aqui funcionaria aquela mordomia preconizada pelo Salmo 90.

A proteção de Deus ocorreria vinte e quatro horas, guiando todos os passos dos seus protegidos.

Nesta altura do campeonato nós lembramos "batidas da bigorna" representadas pelo texto de Salomão.

As palavras do Velho Filósofo judeu nos tiram o sono:

"(...) o mesmo ocorre ao justo e ao injusto, ao puro e ao impuro (...) ao bom e ao pecador".

Alguma coisa está gerando confusão: Se todos estamos sujeitos aos desastres, por que o Salmo 90 promete tantas regalias?

Se não houvesse nem reencarnação nem o texto de Salomão, o Salmo 90 não teria contraditores.

Percebam que eu estou laborando numa hipótese de que as palavras de Salomão não fizessem parte da Bíblia.

Os bons teriam a proteção especial de Deus.

Os maus seriam abandonados e estariam destinados para o Inferno.

O problema é que Salomão escreveu o que nós citamos e a Bíblia registrou: "o mesmo ocorre ao justo e ao injusto".

Estamos, portanto, numa "sinuca de bico".

E o imbróglio só pode ser resolvido pelas muitas vidas que a doutrina da Reencarnação ensina.

Perante a Reencarnação, desaparecem os agrupamentos de maus e bons.

Todos são encarados como aprendizes.

Não existe a maldição da eternidade de penas.

Os ímpios também são herdeiros, embora a herança chegue em épocas diferentes.

No momento que se afasta a marca da condenação eterna, todos são nivelados, embora em graus variados de merecimento.

Aqui se fala em termos de filhos de Deus e não de réus.

Assim o nosso raciocínio é facilitado.

Estes bons e maus são colocados na mesma massa, por Salomão, pelo fato de que eles não diferem, essencialmente, uns dos outros.

No início do Quarto evangelho está escrito que a Luz do Cristo "ilumina todo o homem que vem a este mundo".

João, 1 v 9.

Embora eu seja pecador, uma réstia da luz me ilumina.

Para o Salmista, Jeová está de olhos abertos para livrar dos "laços do passarinheiro e da peste" aqueles filhos que se "escondem no esconderijo".

Salmo 90 v 3.

Aqui existe uma condição para se livrar do mal: "se esconder".

E é flagrante o descompasso entre o Salmo e o Eclesiastes.

No Eclesiastes o perigo prevalece tanto para o justo quanto para o ímpio.

Eu resolvi debater este problema quando escutei um pregador apontando o Salmo 90 como prova de que sua religião é o "esconderijo".

Aqueles que dissessem "amém" aos ensinamentos teológicos de sua igreja ficariam livres de qualquer perigo.

Este pregador, apressadinho, esqueceu Salomão.

Este pregador está "viajando na maionese".

Ele repete a necessidade de obedecer a "palavra" interpretada pelos seus teólogos, como panacéia para todos os males.

E de repente certos aspectos da Bíblia são esquecidos.

Quando apontam a "palavra" estes pregadores ficam parecidos com Pedro Primeiro proclamando a independência:

- Independência ou Morte!

A entonação da voz deve ser a mesma do filho de Dom João VI.

Aquele pregador nada disse, porém, sobre a contradição entre Salomão e o redator do Salmo 90.

Afinal, todos estamos sujeitos aos males da vida, ou existem privilegiados que nós desconhecemos?

Que se manifestem os professores de Bíblia.

Dentro da nossa maneira de interpretar, a coisa não é tão complicada quanto parece.

Estabeleçamos uma hipótese: Todos os espíritos que gravitam na órbita do planeta Terra ficam nivelados pelos números 21 a 90.

Francisco de Assis, Mahatma Gandhi, Schweitzer e outros estão na faixa de 85 a 90.

A nossa nota deve estar ai pelos 35.

Como nós, porém, eles não são perfeitos: Não atingiram cem por cento.

Todos eles admitiram sua condição de pecadores.

Embora eles estejam em degraus mais altos, isto não apaga o fato de que a escada é a mesma.

Portanto, teremos que admitir, dentro do Eclesiastes, de que estamos mais ou menos nivelados.

Deus enxerga o anão e o gigante do mesmo tamanho.

Mesmo que alguém use binóculo, no alto da montanha, enxergará as formigas como se fossem gêmeas.

Numa faixa ampla de apreciação, todos nós somos aprendizes, igualmente aprendizes.

O Gandhi e o Getúlio são alunos da mesma escola.

Não da mesma classe porque o Gandhi está mais na frente.

Mas os dois são alunos do mesmo colégio espiritual.

Portanto, eu não vejo razão para pleitear privilégios.

Todos os seres humanos são considerados igualmente merecedores de um tratamento equânime, para que superem suas dificuldades.

Vocês acham que o desprezo de Deus diante do perverso iria consertar sua perversão?

Se Deus deseja o amor dos pecadores precisa conquistá-lo.

Os apóstolos de Jesus, certa vez, mostraram ar de superioridade, por ocasião da queda da Torre de Siloé.

Em cochichos pelos cantos eles se vangloriavam.

Foi quando Jesus percebeu e disse:

"Cuidais que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre (...) foram mais culpados do que os outros habitantes de Jerusalém? Pois eu vos afirmo que não eram. Se não vos arrependerdes todos vós igualmente perecereis".

Palavras de Jesus, em Lucas 13 vv 4 e 5.

O Mestre está confirmando as palavras de Salomão: Todos igualmente estamos sujeitos a catástrofes

Aqueles que gravitam em torno do planeta Terra, encarnados ou desencarnados, sem exceção, estão ameaçados pela Espada de Dâmocles.

É o que Jesus disse: "Todos igualmente perecerão".

Ninguém se julgue imunizado contra os golpes do destino, porque todos somos pecadores.

Se nos encontramos neste "vale de lágrimas" somos pecadores, e ponto final.

Alguém nesta altura do campeonato ergue o dedo ameaçador, e me coloca na parede.

- Epa! Você ainda não explicou o Salmo 90: Quem são estes que dormem "no esconderijo do Altíssimo e descansam à sombra do Onipotente"?

Salmo 90 v 1.

- Pois saiba, meu amigo recalcitrante, que no próprio Salmo nós encontramos a explicação.

"Ele me invocará, e Eu lhe responderei: Na sua angústia eu estarei com ele, o livrarei e o glorificarei, irei saciá-lo com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação".

Salmo 90 vv 15 e 16.

Do texto inteiro, salientamos as palavras "na sua angústia".

Isto muda completamente o endereço da proteção divina.

Esta citação mostra algo diferenciado.

Vocês acham que o Pai Celestial poderia desprezar o apelo de uma alma angustiada?

Este é o segredo do Salmo 90: Deus está respondendo a alguém desesperado: Estes recebem resposta imediata do Pai Celestial.

Aqui não há pombo-correio atrasado nem mala perdida.

Para quem se encontra desesperado, e dobra os joelhos, contrito e humilde, a resposta chega na hora, e a proteção é completa.

Religioso ou irreligioso, rico ou pobre, ignorante ou sábio, aquele ser humano fica coberto pelo "esconderijo do Altíssimo".

O segredo, portanto, é estar angustiado.

Outro segredo será prostrar-se, diante de Deus, e suplicar.

Todas as palavras deste Salmo maravilhoso são consolações do Pai Celestial aos seus filhos mais sofredores.

A mensagem deste Salmo não se dirige aos que se locomovem lépidos e fagueiros, esperando ganhar milhões na loteria.

Este Salmo não é para os que enxergam na Bíblia maneiras de se locupletar, ameaçando os fiéis quando atrasam as ofertas.

Este Salmo não foi composto para ser evocado nos cultos de prosperidade.

Este Salmo foi redigido para os aflitos.

Os outros estão regidos pelo fatalismo do Eclesiastes.

Desde que alguém manifeste contrição e humildade, tudo pode acontecer em matéria de proteção divina.

"Caiam mil ao teu lado e dez mil à tua direita e tu não serás atingido".

Salmo 90 v 7.

Naum e o seu irmão Néri fugiam da perseguição de Matatias atravessando as perigosas gargantas da montanhosa região.

Matatias aproximava-se com soldados armados.

A patrulha estava cada vez mais perto.

Os dois irmãos se encontravam à mercê dos assassinos.

Matatias, sentindo-se o gato que tem os ratos nas mãos, resolveu até mesmo mudar a estratégia, e ficar descansando numa estalagem.

Matatias instruiu Ana, para que procurasse os viajantes, e os seduzisse com suas artes de mulher.

Ela levaria dois pães apetitosos para enganar os fugitivos.

Com certeza a dupla se encontrava faminta.

E aquele alimento seria devorado com pressa.

E os dois inimigos seriam mortos, sem necessidade de que ele sujasse as mãos no sangue.

O próprio Matatias fechou, dentro de cada pão, uma serpente venenosa, num invólucro lacrado.

Quando os pães fossem mordidos, a cobra picaria o rosto da vítima.

Ana se aproximou, com cautela, dizendo-se penalizada pela situação dos irmãos.

Certamente vocês estão com fome, disse ela.

E entregou um pacote para cada um.

Neste momento, dois cegos apareceram ruidosamente:

- Estamos esfomeados, gritaram eles.

Os dois irmãos se entreolharam.

Deus mandara os pães; Deus enviara os cegos.

- Dividiremos em quatro pedaços, e pronto. Será feita a vontade de Jeová.

Antes que Ana pudesse impedir, Naum cortou os pães pela metade.

Os pedaços das pequenas serpentes mortas escorreram pelas bordas do invólucro, desaparecendo pelos vãos do rochedo.

Os dois irmãos, acompanhados dos mendigos cegos, comeram os pães sem perceber que haviam escapado da morte.

Lição para nós: Quando Deus quer, Ele encontra um jeito.

Matatias tinha tanta certeza que os seus inimigos seriam mortos, que permaneceu repousando naquele mesmo lugar, até o retorno de Ana.

Este atraso permitiu que os irmãos Naum e Néri alcançassem as fronteiras da Síria, sãos e salvos.

Quando Matatias voltou da expedição fracassada, o tribuno Marcelo o lançou na prisão.

- Foi o Deus dos cristãos o responsável pelo meu fracasso, disse ele, zangado. Os dois irmãos subornaram Deus com duas metades de pães.

Realmente, se a pretexto da fome, eles negassem socorro aos cegos, a história teria sido outra.

"O simples copo de água fria que entregardes a um destes pequeninos não perderá o seu galardão".

Palavras de Jesus, em Mateus, 10 v 42.

Eu sei que nada mereço de Deus porque sou um pecador.

No entanto, sei também que Deus é misericordioso e é meu Pai, e, no momento de angústia Ele fará tudo para me socorrer.

Dois caminhos conduzem ao "esconderijo do Altíssimo".

A súplica de alguém aflito é um deles.

A solidariedade é o segundo caminho.

A faca afiada dos irmãos Naum e Néri cortou as serpentes ao meio, quando eles resolveram alimentar os mendigos.

Aquele gesto solidário salvou-lhes a vida.

São significativas as palavras de Matatias para o tribuno Marcelo:

- Os dois irmãos subornaram o Deus dos cristãos, com duas metades de pães.

Vejam que o Pai Celestial leva em consideração o menor gesto fraterno de seus filhos.

Como é grande a força de um ato de bondade?

De nossa parte, porém, teremos que esquecer aquilo que fizermos, para que a vaidade não apague o gesto solidário.

"Quando fizerdes tudo dizei: Somos servos inúteis, porque não cumprimos mais do que a nossa obrigação".

Recomendações de Jesus, em Lucas, 17 v 10.

Tudo o que passa disto é soberba, é vanglória.

É exatamente esta disposição de servir sem marcação de pontos que deve nortear as nossas atividades.

Qualquer pensamento de exaltação pessoal ou reivindicação de direitos e tudo estará perdido.

Esta é a única atitude que nos resta, se desejamos que Deus nos livre do mal.

Por todas estas razões, eu enxergo com perplexidade este cristianismo que aponta o triunfo como meta e a vitória como prêmio.

Parece que os adeptos de determinados grupos estão com a prosperidade embutida no batismo.

Eles não esperam a manifestação da vontade de Deus.

Desejam sempre o adiantamento do salário de amanhã.

Entram na igreja sem dinheiro para um prato de comida, e a mídia os faz aparecer, dias depois, guiando o carro do ano.

A religiosidade tornou-se barganha entre homem e Deus.

A pobreza vem sendo transformada em vilipêndio e vergonha.

Não vai longe, e os pobres terão que viver proscritos da sociedade, como acontecia com os leprosos de antigamente.

Os espiritualistas autênticos sabem que isto não é verdade.

Os pobres e os ricos são variedades de flores que se espalham pelos jardins do Todo Poderoso.

Nenhum pai sente amor diferenciado pelos seus filhos, mesmo que eles o encarem com afetos desiguais.

As aperturas e privações são experiências valiosas.

Bem administradas, elas poderão se multiplicar e terminarão até mesmo sendo divididas.

Aquela viúva indigente que Jesus elogiou, no templo, é uma prova de que esta divisão é possível.

Ela entregou tudo o que lhe restava, o próprio sustento da sua alma.

"Ela deu mais do que todos os outros", na opinião de Jesus.

Ninguém é tão pobre, que se transforme em vilipêndio.

Sempre restará aquela doce consolação de fazer alguma coisa.

E este refrigério não é propriedade apenas de quem possui recursos.

Este refrigério poderá ser aproveitado também pelos pobres.

Quando a reserva de moedas descer a zero, no baú, entrará a graça de Deus e ele ficará repleto.

O profeta Elias completara período de grande aflição e até passara fome, naquela terra seca, sem chuva.

.E o Senhor lhe disse:

- "Vai para Sarepta de Sidon, pois eu ordenei a uma viúva que te sustente".

I Reis, 17 v 9.

Chegando às portas da cidade, a mulher viúva apanhava lenha, e Elias a chamou.

Ela tinha apenas uma panela, um pouco de azeite e um punhado de farinha.

E a mulher disse para Elias:

- Tão certo como teu Deus vive eu não tenho coisa alguma. Com estes três cavacos que colhi, vou cozinhar este resto de comida para mim e para o meu filho.

Era o que restava para aquela mulher atingir o fundo do poço.

Depois ela se recolheria ao seu quarto, para esperar a morte, pela consciência de que nada mais lhe restava.

O profeta Elias se ergueu, em toda a majestade que lhe emprestara Jeová, e disse para aquela mulher:

- A farinha da tua panela não se acabará e o azeite da tua botija não terá fim, até o dia em que o Senhor mandar chuva para esta terra.

Assim comeram, Elias, a viúva de Sarepta e o seu filho, conforme a promessa de Elias.

Na panela, a farinha não se acabou e na botija o azeite não fez falta, pelo socorro do Senhor Jeová.

Você quer ficar rico?

Vá trabalhar!

O Pai Celestial não vai acolitar sua cobiça e vaidade, trazendo caviar para sua mesa.

Na zona do livre arbítrio, onde você está inserido, Deus não vai fazer a sua tarefa.

O combate pertence a você.

Não adiantará nada declamar as palavras do Salmo 90.

Todas aquelas palavras valem para os angustiados e aflitos.

Será lícito adquirir os bens para uma vida digna? Sim! Tenho certeza que sim!

Os ricos são igualmente filhos de Deus, e a sua riqueza tem tudo para se transformar numa bênção.

Benditos são aqueles que criam vagas de trabalho.

Agora, se alguém deseja permanecer de joelhos em terra pedindo riquezas, eu pulo fora.

Não vejo a menor justificativa para alguém ficar tomando o precioso tempo de Deus, reivindicando salário sem esforço.

O Nosso Rabi foi claro.

Lucas nos conta que um "homem se destacou da multidão, para pedir a Jesus: Mestre, ordena ao meu irmão que reparta comigo a herança".

Lucas, 12 v 13.

A resposta do Mestre foi imediata:

- "Quem me constituiu juiz ou partidor entre vós?"

Lucas, 12 v 14.

No verso seguinte, Jesus ensina: "A vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui".

Lucas, 12 v 15.

A vida de um homem será a continuidade, o trabalho, os séculos e os milênios, onde riqueza e pobreza ocorrerão na esteira do aprendizado.

Escassez e sobras não representam mais do que ensinamentos, nas muitas reencarnações que ainda nos restam.

Valerá a pena aceitarmos a vontade do Nosso Criador.

Dizer amém aos seus métodos de correção.

Se ele nos quer ricos, louvado seja o Seu Santo Nome.

Se ele nos deseja pobres, que se cumpra a Sua Santa Vontade.

Nós temos a certeza de que Deus só deseja o nosso bem.

Seguindo esta linha de raciocínio, nós ficamos perplexos diante destes cultos de orações pedindo riquezas.

Estes cultos de prosperidade, como são chamados, repercutem como violação das diretrizes divinas.

Na prece que Jesus ensinou fala-se "no pão nosso de cada dia": o pão para o dia de hoje; não para o século nem para o milênio.

Na prece que Jesus ensinou, aparece o apelo - "livrai-nos do mal", mas também se encontra lá o "seja feita a vossa vontade".

E a propósito, o Evangelho nos conta esclarecedora parábola:

"O campo de um homem rico produziu com abundância", diz o Mestre.

"E ele arrazoava consigo mesmo: Já não tenho mais lugar para recolher a produção? Já sei, disse ele: Vou demolir os celeiros e construir outros maiores, para abrigar todos os meus bens".

Aquele homem não cabia em si de contentamento.

"Então direi a minha alma: Tenho provisões e suprimentos para muitos anos. E ele disse para sua alma: Descansa, come, bebe e regala-te".

A vontade de Deus, porém, era diferente:

"Louco, ainda esta noite será requisitada tua alma. Quem aproveitará o que guardas em teus muitos depósitos?"

Parábola de Jesus, em Lucas, 12 vv 16 a 20.

A morte poderá colocar pá de cal cobrindo os tesouros do egoísmo, distanciados de Deus.

A morte poderá ser a grande retificadora dos desvarios humanos.

Aquele que amontoa tesouros exclusivamente para si mesmo, nada tem com Deus.

A riqueza que se alicerça no egoísmo é um aborto das trevas, é o destempero do coração...

É uma bofetada no rosto da Verdade...

É o aviltamento vergonhoso daquele que nos criou para o bem.

Dentre todas as drogas perniciosas, a cobiça talvez seja a mais prejudicial e a mais perigosa, porque escraviza mais que as outras.

Livrai-nos do mal, Senhor.

Livrai-nos das torpezas e das ciladas da nossa mente.

Livrai-nos da cobiça que amolece a nossa consciência e nos enfraquece o coração.

Fazei-nos dignos do vosso amor, Jesus.

Que as diretrizes do vosso Evangelho orientem nossa vida.

Louvado seja Deus.


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