Pensar em Largos Horizontes

Data: segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Uma criança, dia destes, recolheu uma página amarelada que encontrou no metrô de São Paulo.

Mendigo deixou cair aquele escrito do seu embornal.

Reminiscências de um poeta anônimo - eram as palavras de apresentação do autor.

Começa sempre com grandeza - diz o texto - mesmo que tenhas tempo só para escrever uma simples linha.

Sejas sublime superando as suas próprias expectativas.

É crime alimentar metas abaixo da média.

Pensar com grandeza deve ser objetivo de todos.

Era o que se escrevera naquele papel perdido no Metrô de São Paulo: A lição é excelente. Valerá que a idéia seja divulgada.

Graham Bell, o cientista, foi responsável por idêntica exortação.

Será indispensável que nos superemos, recomendou Bell.

Ninguém fique sempre nas ruas por onde todo mundo passa.

Será necessário abandonar as trilhas batidas, e enfrentar o desconhecido, se embrenhando na floresta.

Com certeza você vai encontrar algo que nunca viu antes.

Uma descoberta conduz à outra, e, antes que se perceba, estaremos pensando em algo precioso.

Todas as descobertas realmente satisfatórias foram o resultado destes momentos de reflexão.

Será adequado incentivarmos especialmente as crianças a pensar com propósitos altaneiros.

Que as crianças aprendam cedo a fazer da excelência as suas metas, e buscar a perfeição em tudo o que realizarem.

Rui Barbosa já dizia:

- Eu sou pequenino, mas mantenho os meus olhos cravados no alto da montanha.

Que todos conservem propósitos inabaláveis de realizar o melhor.

Hoje em dia espalhou-se o conceito de que a competição faz mal às nossas crianças.

A ordem é resguardá-las, mantendo-as distanciadas de todas as batalhas.

Elas terão tempo de competir mais tarde - é o argumento de pais e professores.

Não podemos ser favoráveis a esta preservação.

Primeiro, porque a vida que elas vão encontrar depois de nós poderá ser acirrada e até desleal.

Se elas não forem treinadas hoje, o amanhã poderá ser estreito demais, e terminarão sufocadas.

Será que estamos criando nossos filhos pelos padrões de ontem? Nenhuma inovação à vista?

A mesma praça, o mesmo banco e o mesmo jardim?

Não seria o caso de sacudirmos a mesmice que vem tolhendo nosso próprio crescimento de pessoas adultas?

O poeta foi claro:

Meu filho, sê forte,

Que a vida é combate,

Que os fracos abate...

...Que os fortes e os bravos só pode exaltar.

Levantar-se em toda a extensão do esqueleto e fazer o melhor.

Este é o caminho das pedras: o roteiro mais promissor.

Pensar com grandeza.

Levantar-se do comodismo, e fazer frente aos desafios da vida.

Pensar com grandeza é a solução, para aliviar as arestas do nosso caráter, produzindo alegria de viver.

Eu duvido que alguém, criador de algo excelente, se torne perverso: As vítimas de frustração é que acalentam azedume e revolta.

Quem goza satisfação de olhar uma tarefa feita com capricho - fica com alma leve, com o ego recompensado, com o coração tranqüilo.

Quem produz algo belo se aproxima do Criador.

Deus ama a sensibilidade dos artistas, porque os verdadeiros artistas vivem mais perto da luz.

Os artistas são mais desprendidos, mais vulneráveis aos presságios da intuição, mais abertos aos ditames da espiritualidade.

Mesmo quando perdem o rumo, as almas sensíveis retomam o equilíbrio com maior rapidez.

Certas pessoas evitam novas atividades, porque estão convencidas de que não são capazes de realizá-las.

Temos um exemplo típico: Muitos não se atrevem a guiar à noite.

Isto os deixa nervosos e inseguros.

Valerá a pena fazermos um teste.

Se a escuridão os pegou na estrada, persistam.

Mantenham-se firmes ao volante.

Um pouco hoje, mais um pouquinho amanhã, até acostumar.

Ao invés de pensar nos perigos e temores, o certo será concentrar-se em aspectos positivos.

Dizer para si mesmo: Eu estou guiando bem.

Pelo menos transmitir a mensagem de que está procedendo nos conformes.

Concentrado no lado positivo, com certeza o resultado será uma aceitação definitiva de que você é capaz de dirigir com segurança.

Qualquer pessoa pode fazer praticamente tudo.

Se pararmos de nos esconder na evasiva da falta de tempo ou da incapacidade, nada estará fora do nosso alcance.

É só querermos que assim seja, e assim será.

O destino nunca foi uma camisa de força imobilizando nossa vontade. .

Ademais, não acreditem que existam mistérios indevassáveis nem portas hermeticamente fechadas.

"Nada existe oculto que não venha a ser revelado", nas palavras do Grande Mestre.

"Buscai e achareis" - é conselho do Nosso Rabi.

Nós somos rodeados por forças maravilhosas que a razão humana é incapaz de compreender.

Pela intuição será possível estabelecermos contato.

Valerá perseverarmos, todavia, e manter nosso telefone espiritual desocupado.

De uma hora para outra a mensagem poderá chegar.

Será muito frustrante nos encontrarmos com a linha ocupada.

Famoso ufólogo foi dar um passeio no campo, depois do jantar.

Ele se encontrava meio desanimado, e saiu para espairecer.

Foi quando desceu aquele disco voador enorme, não mais que cinco metros em sua frente.

Do interior da espaçonave desembarcaram três homens verdes, como folhas de alface.

Os alienígenas permaneceram, diante dele, tranqüilos, dando-lhe chance para uma bela fotografia.

Ele sacou da máquina fotográfica, mas logo percebeu que esquecera o filme.

O registro do evento mais importante de sua vida não se consumara, por culpa da sua distração.

A grande oportunidade de provar a existência de habitantes de outros planetas morrera na casca.

O fato é que nós não podemos descuidar.

Num abrir e fechar de olhos poderá acontecer algo que acarretará enorme frustração.

Outra coisa: Será erro dizermos que o mundo é feito de coisas enfadonhas e coisas interessantes.

Tudo será valorizado quando nos envolvemos.

Para gozar o prazer da água, num dia quente, será necessário mergulhar.

Um secretário de jornal pediu, certa vez, ao repórter Roberto da Luz Pereira que escrevesse alguns artigos sobre tulipas.

- Não poderia haver assunto mais detestado, disse o repórter para seus amigos.

Mas terminou assumindo a tarefa.

Percorreu exposições, manteve diálogo com especialistas, e de repente o entusiasmo desfez a ojeriza.

Roberto se tornou consultor da matéria, mergulhando por completo em todos os seus pormenores.

Coisas enfadonhas ou desinteressantes não existem.

Quando nos envolvemos, aquele assunto poderá nos empolgar.

Tudo o que desperta entusiasmo se torna até remédio.

O cérebro humano é uma caixinha de surpresas.

Ele foi criado por Deus para uso continuado, constante.

Quanto mais utilizado, o cérebro vai demonstrando maior eficiência.

Além de tudo, o uso repetido da mente poderá ser antídoto contra inúmeras doenças.

Quem vibra em todas as notas musicais afugenta os fantasmas da depressão. Viver é mostrar-se ativo.

Quem não expressa o máximo de suas potencialidades não vive.

Apenas existe, no espaço e no tempo.

A vida não é uma conseqüência do nascer.

A vida é o resultado do exercitar.

A vida é muito mais do que existir.

As pedras existem.

As águas existem.

O fogo existe.

Falta-lhes, todavia, a consciência desta realidade que se chama vida: A sensibilidade artística foi concedida apenas ao ser humano.

Viver não pode ser simplesmente ocupar lugar.

Viver é gozar a interação com o Universo, devolvendo a ele todo o suco das nossas potencialidades.

Eu posso! Eu sou! Eu tenho capacidade!

É exatamente isto que justifica e configura nosso viver.

No momento que eu discernir sobre quem sou, naquele momento eu estarei deixando para trás as forças cegas do anonimato.

Quem regula a nossa imortalidade é a consciência que tivermos de que estamos vivos.

"Eu vim para que tivésseis vida", explicou Jesus, "e a tivésseis em abundância".

Todos os espíritos são imortais, mas nem todos têm olhos de ver.

O único problema é que muitos não alcançaram capacidade de sentir este atributo da alma.

Max Eastman escreveu:

Uma experiência simples estabelecerá distinção entre dois tipos de homens.

Junte-se a pequena multidão dentro de um barco.

Notar-se-á que alguns sobem ao convés para apreciar o cenário.

Outros se instalarão no porão perdidos em apatia ou nuvens de fumaça.

Desta forma, poderemos dividir os passageiros da barca em duas categorias:

Os que se empolgam na travessia do rio e os que apenas se interessam para chegar ao lado de lá.

Isto fornece pálida imagem de dois agrupamentos humanos: os imortais e os que ainda não acordaram.

Os primeiros estão ativos vivendo cada minuto do espetáculo.

Os segundos esqueceram que ainda estão de pé.

A vida não pode ficar aprisionada numa caixa de Pandora.

A vida é para ser saboreada, como fruto sumarento.

Jesus encontrava-se, certa ocasião, na ante-sala de um fariseu ilustre, que o convidara para um banquete.

As panelas faziam barulho, cozinhando em fogo alto.

Os apóstolos insistiam para que o Mestre sentasse à mesa.

O Nosso Rabi voltou-se para eles, e lhes disse:

"Meu banquete é fazer a vontade do Pai".

João, 4 v 34.

Isto demonstra que a vida é um banquete, quando fazemos o trabalho melhor e a tarefa perfeita.

Pensar com grandeza será sempre uma festa.

O cristão não pode choramingar pelos cantos, desprezando o enorme potencial recebido.

"Eu tudo posso naquele que me fortalece", escreveu Paulo.

Se eu reconheço que a vida de Deus está em mim, o mínimo que posso fazer é responder - presente!

O Pai Celestial sempre executou obras perfeitas.

Se eu me encontro interagindo com Deus, não me resta alternativa além de fazer o melhor.

Pela misericórdia do Pai Celestial nós ainda conservamos a mente saudável para programar e interagir.

Por que não executar nosso trabalho com capricho?

Vale a pena pensar com grandeza.

Guido Bartoloni, desde criança, sonhava com a construção de uma ponte sobre o rio Arno.

Ele desejava ardentemente construí-la.

Seu barco a remo - Napoleon - herdado do pai, não satisfazia suas aspirações: Ele queria mais!

Nos primeiros dias de março de 1947, Guido começou a escavar, deixando a esposa na direção do barco.

Em Florença, nos entulhos que a guerra produzira, encontrou postes, argolas e parafusos.

A jornada se estendia até doze, quinze e dezessete horas.

Os aldeões se reuniam, aos domingos, para assistir o trabalho.

Todos achavam que Guido enlouquecera.

Como poderia aquele homem, sozinho, construir uma ponte?

Uma ocasião, tarde da noite, ele caiu num dos buracos e quebrou duas costelas.

Embora o médico recomendasse repouso, Guido continuou capengando, com suas dores e limitações.

Nada conseguiria afastá-lo do canteiro de obras, porém.

Tão absorto permanecia, horas e horas, que nem mesmo percebia o riso e as críticas.

Vendeu as jóias e o casaco da esposa, as galinhas do quintal e a própria mobília da casa.

Preocupada, a senhora Bartolini consultou o vigário:

- Não seria o caso de internar Guido?

O velho sacerdote recomendou paciência, e, depois de marchas e contra marchas, finalmente, a ponte ficou pronta.

Dia 10 de julho de 1949 aquele precioso fruto da perseverança de um único homem foi inaugurada.

Os prefeitos de Vallina e Anchetta avançaram, ao som de banda musical, e se encontraram no meio da ponte.

Ambos cortaram a fita inaugural.

Esta figura - Guido Bartolini - ilustra, com sua perseverança, o perfil humano do nosso tema.

Coisas impossíveis acontecem, quando o homem resolve superar todas as expectativas. .

Pensar com grandeza, e executar com alma de artista - estes são os segredos do êxito.

Aliás, nós temos no Evangelho uma confirmação do Nosso Rabi de que não existem limites para nossas potencialidades.

- "Fareis as obras que Eu faço e maiores ainda".

Palavras de Jesus, em João, 14 v 12.

Aqui nós precisamos estacionar a carruagem, para entender melhor o imbróglio.

"Cesse tudo o que a musa antiga canta", como diria Camões.

Neste angu tem caroço.

Vamos analisar o texto com atenção.

O Mestre pronunciou estas palavras há dois mil anos, dirigidas aos seus apóstolos.

Eles fariam prodígios maiores do que aqueles presenciados durante três anos.

Os discípulos excederiam as realizações do Mestre.

Se o Nazareno multiplicou cinco pães e dois peixes, para 5 mil pessoas, eles dobrariam as provisões para 10 mil.

"Fareis as obras que Eu faço e maiores ainda".

Até hoje, eu não tive conhecimento de alguém que fizesse o mesmo, quanto mais superá-lo.

O Nosso Rabi foi claro, porém: "Fareis obras (...) maiores ainda".

Nenhuma palavra foi escrita, até hoje, pelos teólogos, para explicar por que os prodígios ainda não foram superados?

Lázaro permaneceu 4 dias no sepulcro, e depois foi ressuscitado.

Alguém poderia me dizer se foi produzida proeza semelhante?

A promessa do Mestre ficou no ar, sem realização, por parte de todas as gerações daqueles que se intitularam apóstolos.

E nós estamos no vigésimo primeiro século.

Eu pertenço ao grupo dos que acreditam, sem dúvida nenhuma, em todas as palavras de Jesus.

Se Ele falou - está falado: Não há o que discutir.

Valerá, porém, esgotarmos alguns pontos negros da Teologia.

Vamos avivar as brasas de todas as contradições.

Os catedráticos das diversas correntes estão divididos na aceitação da recompensa eterna.

Uns preconizam o Céu imediato depois da morte.

Outros ensinam que o corpo fica dormindo no sepulcro, até o Juízo Final, quando será ressuscitado.

Num e noutro caso, o além será uma congregação de almas felizes e sem problemas.

E eu pergunto:

Se não existe doença, nem morte, nem qualquer mal neste outro mundo, onde serão feitos os milagres prometidos por Jesus?

Multiplicar pães, no Paraíso, onde todos já estão saciados?

Não encontraremos Lázaro morto na "Nova Terra".

Não são os próprios teólogos que afirmam que depois do Juízo Final não haverá mais morte?

Como nossos tele-espectadores estão percebendo, estaríamos no mato sem cachorro se aceitássemos a orientação dos teólogos.

Fica uma inquietadora interrogação no ar, clamando por uma resposta coerente.

Se Jesus fez esta promessa há dois mil anos, e todos morreram e acordarão salvos, em que época os prometidos milagres serão feitos?

No Paraíso certamente não encontrarão Lázaro morto.

Se a vida continuar na Jerusalém Celestial, trazida por Deus, numa nuvem, haverá sobra de pão.

Como todos podem perceber, o telhado da Teologia tem goteiras em toda parte.

Uma telha não se encaixa na outra.

Os jornais publicarão o anúncio - procura-se um Lázaro Morto, e o defunto não será encontrado, porque os teólogos dizem que não existirá mais morte.

E agora? Como proceder?

Só nos resta buscar esclarecimentos na abençoada doutrina da Reencarnação?

Nas muitas vidas o imbróglio se desfaz.

Jesus falava para todos nós.

"Fareis tudo o que eu faço (...) e coisas ainda maiores".

Com Reencarnação a vida não tem limites e ninguém dorme na inconsciência, porque a morte não existe.

Os apóstolos de Jesus, que escutaram suas palavras, apenas se livraram do escafandro do corpo físico.

Estão vivos e conscientes até hoje.

"Deus não é Deus de mortos", como disse Jesus aos saduceus.

O Mestre se referia a Abraão, Isaac e Jacó vivos, porque eles nunca morreram.

Aqueles que clamaram pela crucificação de Jesus estão todos no palco da história.

O crescimento espiritual é incessante.

Jesus pensava com grandeza quando fez a promessa.

Tudo será possível aos que acreditarem.

Não estamos amarrados a uma Teologia estreita, que fala da Terra como se fosse o fim da linha.

Nós falamos do cosmos, de uma vida incessante, que se espraia pelo reino do sem fim.

Aquilo que Jesus realizou na Palestina há dois mil anos, será superado, alhures, por todos nós, no rastilho das estrelas.

Os Lázaros se encontram por todas as esquinas de milhares de mundos, esperando pela ressurreição.

O planeta em que vivemos é apenas uma estação de passagem.

Deste nosso retiro provisório, seremos utilizados pelo Pai Celestial para espalhar suas bênçãos em todas as direções.

Veremos nossas mãos incendiadas pelo amor divino fazendo o pão nascer do pão.

Multidões famintas serão saciadas, numa atmosfera de assombro e perplexidade.

"Fareis as obras que eu faço e maiores ainda".

Somos obrigados a pensar com grandeza, porque não existem limites para o amor de Deus.

Jesus não falava do horizonte próximo.

Jesus apontava o amanhã distante.

O grande fiasco tem sido considerar a Terra como ponto final.

Nascer, viver, morrer e se salvar, num único planeta - é visão estreita, de mentalidades estreitas, que exalam estreiteza por todos os poros.

Demandando a largueza da obra de Deus nós entendemos perfeitamente as palavras de Jesus.

- "Fareis obras ainda maiores".

Deus não é Deus de corpos ressecados, imóveis em mausoléus de pedra.

Deus é Deus de espíritos imortais, totalmente conscientes e prazerosos em servi-lo em todos os cantos do Universo.

Este é o Evangelho Cósmico que transcende todas as nossas expectativas.

Com este pensamento nós entendemos o amor de Deus e a grandeza de Deus. .

O Nirvana se encontra além da encruzilhada, mas o Pai Celestial está presente em toda parte.

Quando crescermos o suficiente para ressuscitar mortos, os Lázaros surgirão, para glória de Deus.

Espontaneamente, reencarnaremos em planetas "onde há prantos e ranger de dentes", para lecionar esperança e divulgar o Evangelho.

Nada de paraísos falsos...

De infernos que não existem...

De demônios que perderam os chifres...

Ninguém espere o Céu da preguiça e da contemplação.

Anjinhos tocando harpas são frutos de sonhos criados por visionários deslumbrados.

Eles tomaram os símbolos pelos simbolizados, apregoando ruas de ouro e casas de rubis.

O enfoque do nosso destino, em nosso entendimento, é diferente.

Aqui ou acolá, os servos do Senhor estarão entregues ao trabalho, em atividade constante.

Só a repetição das vidas na carne nos dará condições de crescimento seguro.

"Não te admires de Eu te dizer", disse Jesus a Nicodemos. "Será necessário nascerdes outra vez".

João, 3 v 7.

A vela acesa revelava o rosto afogueado do representante do Sinédrio.

"Não te admires" fora recomendação do Mestre.

Quem poderia manter-se tranqüilo, porém, diante de uma revelação tão espantosa quanto aquela.

Voltar a viver depois de abandonar o corpo?

Quando Jesus terminou sua explicação, Nicodemos estava simplesmente deslumbrado.

As palavras do Mestre pareciam redemoinho em sua cabeça.

"Em verdade te digo - quem não renascer não verá o Reino de Deus".

Nicodemos sempre buscara algo além dos compêndios.

Por isso convivera com rabinos ilustres.

A carne nasce da carne: Todos conhecem a mãe, ninguém desconhece o pai.

O elemento água - símbolo da matéria - foi trazido por Jesus para definir o novo ser vivo.

Cada centímetro daquele corpo maravilhoso já foi definido e catalogado pela ciência.

Oceanos de linfa cristalina escorrem pelas células, alimentando-lhe a vida.

Das profundezas misteriosas do desconhecido, todavia, um outro corpo aparece para completar sua personalidade.

Jesus usou o vento para defini-lo.

- "Não sabes de onde vem, nem para onde vai".

Invisível como a brisa fresca da tarde, o vento penetra no átrio e sacode as cortinas.

O espírito que aparece nas asas do vento toma posse daquela criança, e coordena seus passos durante toda a vida.

Louvado seja Deus.



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