Data: sábado, 31 de janeiro de 2009
Naquela tarde fria de inverno, alguma coisa estava me aborrecendo.
Um projeto em que eu apostara todas as fichas não dera certo.
Devido a uma seqüência de erros de planejamento, eu tive que admitir uma série de equívocos.
Senti que me encontrava em débito comigo mesmo.
Estava vivendo um daqueles dias em que duvidamos da nossa capacidade e do nosso discernimento.
Naquele tempo, eu era responsável pela empresa, e considerava obrigação mantê-la em ritmo de progresso.
Com certeza, se eu tivesse agido com mais atenção, aquele tropeço não ocorreria.
Pequei pela falta de cuidado.
Aquilo terminou martelando a minha cabeça, desmoronando o meu sossego e desfazendo o meu bem estar.
Eu me encontrava ruminando a minha falta de visão, quando deparei artigo pertinente escrito por Arthur Gordon.
Aquele artigo me devolveu o equilíbrio e a serenidade.
Por curiosa coincidência, o jornalista escrevera levado pela frustração de um erro cometido.
Martirizado pela falha, ele se entregara ao embalo da culpa, e a culpa se encastelara em seu coração.
Este é o grande e grave problema: Sentir-se esmagado, sem apelação, por algo que parece maior do que nós.
Num pequeno restaurante francês, por sorte, Arthur Gordon encontrou médico amigo, que acabara de atender o último paciente.
Há muitos anos, Arthur chamava aquele psiquiatra pelo apelido carinhoso de Velho.
Na verdade, o médico já completara oitenta anos e o apelido era pertinente.
Apesar da idade, aquele homem completara doze horas de expediente no consultório.
Estava ali alguém que poderia ajudá-lo, pensou Gordon.
Bastou o Velho chegar e o garçom já lhe entregou a sua cervejinha preferida.
O médico experimentado olhou para Arthur Gordon, e de imediato discerniu que ele não se encontrava de bom humor.
- Então, meu rapaz: Qual é o seu problema? Perguntou.
Há muito tempo, Arthur Gordon deixara de se surpreender com o poder de observação do médico.
- Não tive alternativa, escreveu ele. A pergunta direta desfez qualquer vacilação que ainda restasse. Mesmo porque eu queria desabafar com alguém..
Levado por aquele melancólico orgulho sentido pelas criaturas que se julgam palmatórias do mundo, Arthur descreveu sua grande frustração.
Os passos em falso, as decisões erradas, a falta de atenção a detalhes, tudo isto foi passado ao Médico com riqueza de pormenores.
O jornalista abriu o coração, expondo toda a incômoda realidade.
- Tenho a sensação de ter feito tudo errado, foi o desabafo final de Arthur Gordon.
Durante quinze minutos da dissertação, o Velho manteve-se em silêncio, tomando sua cerveja.
Quando a confissão de culpa terminou, porém, ele disse:
- Vamos embora. Vamos para o meu consultório.
Fiquei surpreso, descreveu Arthur.
- Acompanhei o Velho, porém, e ele colocou uma fita no gravador.
Os três depoimentos, que não eram identificados, mostravam pessoas infelizes, que tinham sido clientes dele.
O primeiro sofrera prejuízo, e se culpava por não ter trabalhado mais.
A moça, em seguida, não se casara por causa de compromisso com mãe viúva. Ela recordava, com amargura, os pretendentes que dispensara.
A terceira voz pertencia à mãe de filho adolescente.
O menino se encontrava com dificuldades com a polícia, e a mulher se culpava, porque não lhe fornecera melhor educação.
Terminados os depoimentos, o Velho desligou o aparelho e se abandonou ao conforto da poltrona.
Depois de coordenar as idéias, ele disse:
- Seis vezes nestas gravações foram pronunciadas combinações de palavras que considero venenosas. Se você descobrir quais sejam estes vocábulos, eu lhe darei um brinde.
Por mais que Arthur colocasse a cachola para funcionar, ele não conseguiu desvendar o enigma.
- Talvez seja difícil porque você mesmo usou dita frase, em nosso diálogo agora a pouco no restaurante.
Eu, como psiquiatra, já ouvi tais palavras milhares de vezes.
O Velho tomou a caixa onde guardava as gravações, e apontou a frase escrita na tampa.
Em letras vermelhas, lá estava escrito - "Se ao menos..."
- Você pode ficar perplexo, mas eu lhe digo: Milhares de vezes eu escutei casos dolorosos que começam por estas três palavrinhas.
Se ao menos eu tivesse me mantido calmo...
Se ao menos eu não pronunciasse aquela crueldade, expondo meu filho ao ridículo.
Se ao menos eu evitasse aquela mentirinha, para abreviar o entendimento difícil.
Se ao menos eu agisse com maior controle, com menos egoísmo, com redobrada sensatez e coragem, e a coisa poderia ter ocorrido sem problemas.
Estas palavrinhas - se ao menos - fazem parte de todos os depoimentos, como estribilhos macabros.
Muitas vezes eu saio do sério, e reclamo:
- Está na hora de vocês pararem de dizer "se ao menos" - para que eu possa tratá-los com o remédio que está disponível dentro de vocês.
Quem não aprende com seus erros não merece ser curado.
O psiquiatra experimentado de tantos anos estava empolgado com a chance de aplicar sua fórmula para socorrer o amigo.
Ele queria dar-lhe uma lição que nunca mais esquecesse.
O Velho esticou as pernas, para encontrar melhor posição, e depois disse:
- O mal é que estas palavras "se ao menos" não modificam nada.Elas fazem a pessoa voltar-se para o lado errado: Ao invés de avançar, as pessoas retornam ao passado. É um desperdício de tempo e de energias. E o pior de tudo é que esta atitude passiva pode tornar-se um hábito.
A sistemática constatação de que cometemos algo errado termina agindo como camisa de força, paralisando nossas energias.
O filho de Deus pergunta:
- Não será melhor me retrair, antes de continuar praticando outras coisas erradas?
Este que assim procede está se imobilizando no casulo da inércia.
Ele já perdeu a confiança em si mesmo.
Resta muito pouco para que deixe de confiar, também, no Pai Celestial.
O Velho voltou-se então especificamente para Arthur Gordon:
- Seus planos não deram resultado certo? Perguntou. Vejamos por que? Você deve ter cometido erros. Convenhamos que isto é normal. Todo mundo erra. E aqui se encontra a verdadeira falha: Você desprezou a sabedoria residual do fracasso. Você desperdiçou a lição contida na experiência.
- Se o que eu fiz resultou fracasso irremediável, eu não vejo onde se encontra alguma lição, respondeu Arthur, na defensiva.
- É que você nunca se desligou do passado, disse o Velho.
E uma curiosidade: Em todo este tempo de explicações, você não mencionou o futuro uma única vez.
Esta insistência no lado dramático da história revelava que Arthur estava feliz remoendo insucessos.
Há um traço de perversidade em todos nós que sente prazenteira sensação quando focalizado, mesmo negativamente.
Afinal de contas, quando narramos algo que nos aconteceu, representamos o personagem principal e ocupamos o centro do palco.
Arthur Gordon abanou a cabeça, melancólico, e disse:
- Bem, mas e o remédio qual será?
- Mude a perspectiva, Arthur. Troque as palavras de desânimo por outras que despertem otimismo.
- E o senhor tem estas palavras mágicas? Perguntou o jornalista.
- É claro, respondeu o Velho. Risque as palavras "se ao menos" e as substitua por "da próxima vez".
- Da próxima vez? Repetiu Gordon, desconfiado.
- Isto mesmo, disse o Velho. Já vi estas palavras realizarem milagres. Quando meu paciente pronuncia "da próxima vez", eu sinto firmeza de que a cura está chegando. A depressão se vai, porque o paciente passa a tomar o antídoto contra o veneno. É o erro aproveitado como experiência.
Ocorrendo algo irregular em nossas vidas, a lição ficará gravada nas entrelinhas.
Quem lê as entrelinhas tem o histórico completo da culpa e fica conhecendo o antídoto.
Aqui nós encontramos os parâmetros que nos levaram a definir o tema - Remorso versus Arrependimento.
O remorso está estreitamente ligado a Judas.
O arrependimento é típico de Simão Pedro.
"Então Judas (...) tomado de remorso(...) retirou-se e se enforcou".
Mateus, 27 vv 3 e 5.
- "Também este se encontrava com Jesus", afirmou alguém. E Pedro se esquivou, dizendo: "Não conheço este homem".
Então, ele viu os olhos do Mestre voltados para ele.
E se lembrou do que Jesus predissera: "Três vezes me negarás".
"Saindo dali, o apóstolo, arrependido, chorou amargamente".
Lucas, 22 v 62.
Dá p'ra perceber a diferença entre remorso e arrependimento.
O remorso desperdiça a porção valiosa do erro.
O arrependimento manda todas as lições para o alforje da consciência e dificilmente o mal será repetido.
Aquela marca foi realizada com ferro em brasa.
O ensinamento pode até ser doloroso, mas permanece vivo como chaga na pele.
É uma lição para toda a vida.
O Velho Médico outra vez se dirigiu para Arthur Gordon:
- Quando você estava falando sobre os seus erros, lamentando isto, lastimando aquilo, na verdade você não aprendia nada.
Estava apenas tentando se justificar em seu muro de lamentações.
É fácil ficar escondido atrás do muro, pensou Arthur Gordon, melancólico.
Será cômodo fugir pela tangente do falso arrependimento?
Será possível enganar a Deus e escapar dos efeitos colaterais?
Abolir o remorso, fugir dos protestos da consciência, alienar-se em doutrinas que falam na dívida já resgatada.
Será este o caminho mais adequado para refrigério e tranqüilidade?
Tudo isto pode ensejar discursos inflamados, acompanhados de muito entusiasmo e protestos de fidelidade.
- "(...) estou pronto a ir contigo, tanto para a prisão quanto para a morte", foram palavras ditas por Pedro a Jesus, em Lucas, 22 v 33.
O mundo está repleto de líderes carismáticos, que tentam imitar Pedro, nos seus arroubos de bom soldado.
Antes de cantar o galo, todavia, a debandada é geral.
Depois da ressurreição do Mestre, os negadores voltaram.
Resta sabermos se eles aprenderam a lição, depois das quedas.
Será que eles trocaram as palavras "se ao menos" pela panacéia milagrosa "da próxima vez?"
Será que os médicos estarão dizendo: Da próxima vez, eu estarei vigilante na cabeceira das enfermarias.
Da próxima vez, eu levarei leite em pó para aquela criança cujo pai operário se acidentou.
Da próxima vez, eu liberarei perdão para aquele parente que me ofendeu mortalmente.
Começar por atitude fraterna será meio caminho andado.
O publicano Zaqueu não fez rodeios, quando Jesus o visitou em sua casa.
Ele aproveitou a lição que o Mestre deliberadamente reservou para ele.
"Darei aos pobres a metade dos meus bens, e restituirei quatro vezes a quem tenha eventualmente logrado".
Lucas, 19 v 8.
Então Jesus lhe disse: "Hoje entrou salvação nesta casa, pois que também este é filho de Abraão". Lucas, 19 v 9.
O cristianismo é uma religião surpreendente.
Aquele publicano odiado chamado Zaqueu recebeu a visita de Jesus, o qual foi acolhido pelo coletor de impostos como hóspede.
Críticas não valem: Errado por errado - todos somos errados.
Pecadores por pecadores - todos somos pecadores.
O que vale mesmo é sabermos o que fazer com a culpa.
Jesus sabia e Zaqueu corporificou o modelo como exemplo.
Se a culpa produzir resultados benéficos, como aconteceu com Zaqueu, ela pode até ser perdoada pelo Pai Eterno.
Vejam que o Mestre disse: "Hoje entrou salvação nesta casa".
Zaqueu aprendera a reciclar a culpa.
Por isto as leis flexíveis da justiça mais alta disponibilizam variáveis para resgate de débitos:
O amor cobre multidão de pecados.
A iluminação poderá clarear sombras da nossa personalidade.
Em última instância, e somente então, a dor entra em cena para vencer os retardatários.
Ninguém cairá doente, antes de ser alertado por advertências e sinais.
Talvez esta larga margem de misericórdia esteja confundindo os eternos pregoeiros da impunidade.
Ninguém se iluda.
Nenhuma culpa é definitiva, mas nós teremos que aprender o que fazer com a culpa.
Precisamos discernir se aquilo que sentimos é remorso ou arrependimento.
O remorso nos cobra tudo e não devolve nada.
O arrependimento poderá transformar-se numa lição que nos aperfeiçoa.
O remorso está ligado só ao passado. Ele aponta somente aquilo que deixamos de fazer: "Se ao menos..." é a sua frase favorita.
O arrependimento é compromisso assumido com o futuro: "Da próxima vez" agiremos de forma diferente.
Quando o vento forte soprar aquela vidraça será fechada.
Quem conhece a força do vento norte, e já sofreu estragos, certamente aprendeu a lição.
Quem padece, uma vez, as conseqüências da culpa sabe muito bem o que fazer.
Contra o vento norte ele aprendeu a solução: fechar a vidraça.
Contra as seduções da culpa - orar e vigiar é o certo.
Depois do erro praticado ainda nos resta o arrependimento e o propósito de reduzir as conseqüências do mal.
Existe uma transgressão, porém, que é um problema de maior complexidade:
"Se alguém pecar ou proferir blasfêmia contra o Espírito Santo não será perdoado nem neste mundo nem no mundo futuro".
Palavras de Jesus em Mateus, 12 v 32.
Estas palavras do Nosso Rabi nos ensinam que estamos diante do mais monstruoso pecado que existe na face da Terra.
O pecado contra o Espírito acontece quando perdemos a sensibilidade.
Imaginemos uma caixinha quadrada e dentro dela uma espécie de dado também quadradinho
Imaginemos que esta caixinha quadrada está dentro do nosso peito, como se fosse um marca-passo.
Cada vez que cometemos um pecado aquele dado começa a rodar alucinado, dentro da caixa, com enorme velocidade.
A fricção do dado quadrado na caixinha quadrada nos causa dor.
Isto fornece idéia do que seja a dor de consciência.
Cada pecado cometido faz girar aquele objeto, e a velocidade nos causa extremo desconforto.
De repente, o dado e a caixa se arredondam, pela fricção constante, e as arestas deixam de incomodar.
E não sentimos mais a dor da consciência.
Este é o pecado contra o Espírito Santo.
A nossa consciência fica desligada, sem vida.
Maltratar uma criança, perturbar um velhinho, furtar a marmita de um operário - nada disto incomoda, depois da morte da nossa consciência.
Nem mesmo o remorso será sentido pela mente anestesiada.
Jesus nos diz que este pecado não tem perdão nem neste mundo nem no mundo futuro.
Isto revela a gravidade da transgressão, e o tempo enorme que este tipo de pecador permanecerá desprovido da graça de Deus.
Nós, adeptos da Reencarnação, sabemos que, além destes dois mundos, a misericórdia divina multiplicou nossa chance.
A esperança renasceu também para estes transgressores.
Eles também serão salvos, embora com atraso.
A insensibilidade os maltratará, mas todos serão salvos nas muitas moradas do Pai Criador.
Se voltarmos, num faz de conta, ao consultório do Velho, veremos Arthur Gordon às voltas com o enigma.
Aquilo absorvera tanto a sua atenção, que mais parecia um quebra cabeças.
Mentalmente, o jornalista imaginava situações de culpa, e substituía em cada caso aquele famigerado "se ao menos" por "da próxima vez".
Ele se surpreendia porque aquilo dava certo.
As novas palavras se ajustavam até com estalido audível.
Dava para notar a diferença.
- Você pode aplicar o truque em todas situações, disse o Velho. Sempre será possível extrair lições.
E o médico tirou da estante um livro, que foi passado ao amigo.
- Este é o diário de uma professora da cidade onde eu nasci. O marido era um boa-vida simpático, sedutor, mas completamente incapaz para sustentar a família.
E a esposa teve que enfrentar a vida, sozinha, e criar os filhos.
Em seu diário, esta mulher desabafa, anos e anos de esforço e o peso da responsabilidade.
As referências irritadas se sucedem em frases incisivas:
As fraquezas de Jonathan, os defeitos de Jonathan, a falta de colaboração de Jonathan em momentos difíceis.
Aquele diário era o desabafo da mulher descontente com o companheiro e também com o destino.
- Eu não mereço viver carente de socorro, bradava ela, em seu diário, mergulhada em revolta.
- Então morreu Jonathan, explicou o Velho, continuando a leitura do diário da professora, e as anotações foram interrompidas, por muitos anos.
Por razões desconhecidas o diário ficou paralisado.
Em março de 1968, a professora, numa letra tremida e nervosa, voltou a registrar suas impressões.
Arthur Gordon, movido por enorme curiosidade, aproximou-se para ouvir melhor.
E o Velho leu as últimas impressões escritas no livro.
- Hoje, fui nomeada superintendente do ensino, em todo o Estado.
O ordenado é o dobro e eu deveria estar bastante orgulhosa.
Arthur Gordon percebeu lágrimas nos olhos do velho médico.
Somente depois de uma pausa ele voltou a ler aquelas últimas anotações da professora.
- Seria natural que eu me sentisse aliviada, depois deste refresco do destino. É a primeira vez que eu tenho condições de viver com relativo conforto. Todavia, eu não me sinto nem alegre nem realizada.
Ah! Se eu soubesse onde se encontra Jonathan?
Eu olho para as estrelas, e me pergunto: Onde andará meu marido?
Por que ele partiu tão cedo?
Se eu descobrisse uma condução para me levar até ele, eu largaria tudo e correria ao seu encontro.
Foi difícil a nossa vida em comum.
Mais difícil, porém, está sendo viver sem ele.
O velho médico balançou o livro de confidências daquela mulher, e olhou emocionado para Arthur Gordon.
- Esta mulher também está usando a frase - "se ao menos", disse ele, carregando na pronúncia.
"Se ao menos" eu tivesse aceitado suas limitações e falhas - era a frase que aparecia no papel.
"Se ao menos" eu guardasse a memória de tê-lo amado incondicionalmente.
"Se ao menos" eu confessasse a ele que era feliz, apesar das diferenças e dos desencontros.
Isto seria bastante para gozar suas lembranças, com tranqüilidade, sem remorsos.
E com as lembranças serenas talvez eu fosse premiada com a paz.
O Velho recolocou o livro na prateleira, e sussurrou para Arthur:
- Nestes momentos, as palavras tristes se tornam ainda mais tristes, porque já é tarde para se recuperar o que se perdeu.
Fica apenas a lição, para que o remorso seja exorcizado das nossas vidas.
Entrevista terminada, Arthur Gordon e o Velho saíram do edifício à procura de um táxi.
Outro pedestre mais rápido, porém, se adiantou e adentrou o automóvel.
O médico não perdeu oportunidade de brincar com o jornalista.
- "Se ao menos" tivéssemos descido um minuto antes, disse o Velho, sorrindo, com malícia, e não perderíamos o táxi.
Arthur Gordon não perdeu o rebolado:
- "Da próxima vez" nos movimentaremos com maior pressa, disse ele, zombeteiro.
E a coisa ficou neste pé, depois daquela verdadeira aula de cristianismo.
O importante é que cada um procure fazer a coisa certa.
Se algo sair errado, porém, que ninguém fique chorando sobre o leite derramado.
Será melhor extrair o caldo benéfico das experiências, ao invés de ficar se lamentando.
O apóstolo João, que envelheceu como servidor do Evangelho, deixou escapar uma recomendação pertinente:
"Filhinhos, escreveu ele, eu vos aconselho que não pequeis. Mas se alguém pecar eu lembro o nosso advogado junto ao Pai: Jesus, o Cristo".
I João, 2 v 1.
Eu já escutei alguém dizer: Eu sou miserável pecador e não guardo esperança.
Eu digo p'ra você, meu irmão: Ninguém é réu de pecado eterno.
O Mestre é dono de todo poder na Terra e nos Céus.
Como Cristo que se tornou, Ele está capacitado a resolver todos os nossos problemas, incluindo as manchas do pecado, da doença e da morte.
Louvado seja Deus.