Coração Gentil Arromba Portas

Data: domingo, 24 de janeiro de 2016

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Então disse Nabucodonosor a Asfenez, eunuco a serviço do rei:

"Dos filhos de Israel, eu quero seleção de meninos de gentil presença, instruídos em tudo o que diz respeito à sabedoria (...)".

Daniel, 1 vv 3 e 4. (17 vls).

O rei da Babilônia queria sangue novo para integrar a corte.

Asfenez, sem hesitação, escolheu Misael, Azarias, Ananias e Daniel.

Seguro de que fizera escolha certa, aguardou os resultados com serena expectativa.

Percebemos a preocupação do monarca pelo aperfeiçoamento dos seus assessores, também no aspecto da sabedoria.

Ele desejava colaboradores instruídos e de boa índole.

Considerando a civilização babilônica, cuja sobrevivência dependia de aguerridos soldados, Nabucodonosor revela preferência estranha.

Não seria mais aceitável que o Rei determinasse escolha dos mais hábeis nas artes bélicas? Guerreiros treinados não seriam mais úteis?

A resposta ao questionamento nos chega da história:

Os reis da Caldéia e da Assíria mantinham escolas de alto nível para mancebos escolhidos dentre inimigos aprisionados.

Assurbanípal manteve rica biblioteca, em Nínive, para proporcionar educação superior para os cativos instruídos e de gentil presença: Pessoas afáveis e bem educadas.

A razão do interesse eram os povos conquistados que demandavam cada vez maiores quadros de administradores.

Por isso, o treinamento destes prepostos tornava-se deveras importante.

Exemplo típico de alguém que justificou a escolha, e fez carreira brilhante em terra estranha, é o profeta Daniel.

Ele se tornou prova de que coração gentil arromba portas.

Apesar de Daniel ser estrangeiro, diante dele todas as portas se abriram, e ele chegou perto do rei em termos de autoridade.

O grupo de Daniel tornou-se exemplo de que pessoas de coração gentil despertam simpatia.

Elas têm presença.

Elas têm luminosidade.

Elas sabem conviver e interagir.

Todavia, é oportuno que se declare:

Coração gentil é dom de berço.

A pessoa nasce com este espontâneo calor humano.

Quem não dispõe de tais dotes, deve fazer esforços para adquiri-los através de convivência harmoniosa.

Ninguém esqueça que coração gentil arromba portas.

Tomando conhecimento de exemplos, em nosso redor, será mais fácil absorção da técnica e da prática.

Senhora de Curitiba, Marlene Camargo, protagonizou episódio pertinente.

Dona Marlene se mantém atenta ao pequeno mundo onde vive.

Ela jamais perde ocasião de estimular ânimo nas pessoas vacilantes e desencorajadas.

Em reunião de senhoras, em sua casa, ela disse para menino franzino, de aspecto doentio, que se encontrava por perto:

- É claro que sentimos receio, Joãozinho, pois apenas mulheres se encontravam reunidas neste aposento isolado. Estamos tranquilas, agora, porque você chegou e temos homem na casa.

Houve momento de expectativa na sala de reunião, quando todos, embora silenciosamente, apreciaram o incentivo generoso.

O menino que se escondera, com timidez, num canto isolado, se levantou, com a dignidade, e disse:

- Vou ver se tudo está em ordem, em termos de segurança.

Afastou-se recompensado pela apreciação daquela dama de alma generosa e coração gentil.

Valeu o lembrete que plantou autoestima na criança.

Pequena insinuação algumas vezes realiza prodígios.

Mil percalços do cotidiano desaparecem nestes momentos mágicos.

Dizer algo valorizando a coragem é alavanca que produz autoestima.

O companheiro fragilizado por inúmeros fracassos naturais da vida necessita destas injeções de ânimo.

Alguma deficiência física ou mental não pode ser motivo para alguém ficar proscrito e chutado para escanteio.

Este nosso irmão é humano, e Deus pode fazê-lo crescer e sonhar alto: Por que não?

Simples frase solta ao vento produz renovação do ânimo.

Pela magia de observação pertinente, Marlene Camargo transformou a timidez do garoto na segurança de alguém destemido.

A patronesse terá usado bondade instintiva ou intencional?

Teria sido compaixão, enternecimento, estímulo para que a criança despertasse?

Ou combinação de todas estas coisas?

No meu entendimento, acho válida a ultima opção: Combinação de todas as hipóteses.

Referindo-se a este tipo de generosidade, filósofo antigo usou expressão mágica: "coração gentil".

Rememorando nossa própria trajetória, lembramos pessoas que nos colocaram pra frente.

Estes abençoados benfeitores nos arrancaram, muitas vezes, do turbilhão de areia movediça.

Elizabeth Byrd, em seu diário, deixou confidência.

- Quando eu tinha sete anos, minha mãe estava preparando chá de cerimônia, e eu lhe entreguei ramo de dentes de leão para enfeitar a mesa.

Minha expectativa era de que mamãe colocasse as flores do mato num cantinho escondido da mesa decorada com esmero.

Não foi o que aconteceu, porém.

Mamãe as colocou em bonito vaso no centro do piano, para que todos a enxergassem.

O coração gentil deve ter, acima de tudo, profunda compreensão para os altos e baixos no entendimento das pessoas.

Orlando Fragoso, esportista profissional de São Paulo, foi vitimado por uma fratura nos pés.

Ele andava com dificuldade, mancando.

- Por incrível que pareça, confidenciou Orlando, a situação me proporcionou algo inusitado: As portas se abriam para que eu passasse. Estranhos me ajudavam a entrar no táxi, providenciavam lugar no elevador, abriam clareiras na multidão, preocupados de que eu não fosse molestado.

Alguém mutilado desperta compaixão que o ser humano esconde em ocasiões normais.

E Orlando Fragoso desabafa:

- Meu espírito se deliciava pelo generoso tratamento público. Quando desvesti o derradeiro símbolo da minha deficiência, porém, toda aquela gente voltou a me empurrar para tomar dianteira.

Ocorreu-me, então, disse Orlando, que, embora todos tenham fratura invisível, pelo fato de não ser vista ela não é lembrada.

Estas machucaduras ocultas talvez produzam mais desconforto que as outras.

- Não seria o caso de agregar mais este carisma ao nosso Terceiro Olho: excogitar o sofrimento silencioso?

O peregrino que dobra esquina, em sua frente, faz força para esconder, mas é possível que se encontre no limite da resistência.

- Minha gente, desabafou Orlando Fragoso, existem dias em que tenho mais carências do que quando usava muletas.

A jornada humana se tornaria bem mais amena quando todos enxergassem os pés quebrados da alma.

Que tal penetrarmos o segredo não revelado das pessoas que perderam o rumo?

Mesmo que fôssemos incapazes de solucionar os problemas, restaria o recurso infalível da prece.

Muitos divulgam erradamente que o Evangelho é complicado.

- Eu posso afirmar que tal afirmação é falsa.

Nosso Rabi desceu para nos entregar o mais singelo sistema de alcançar a felicidade, inédito antes e depois de sua passagem pela Terra.

O verdadeiro servo de Jesus desenvolve faculdades intuitivas e adquire suporte para dissipar descontroles emocionais.

A peça chamada "Um Criador de Homens" conta história de funcionário de banco.

Naquela tarde, ele chegou, desalentado, e desabou no sofá, completamente fora de costumeiro equilíbrio.

Deprimido, o rapaz contou à esposa que a promoção com que ele tanto sonhara outro a recebera.

- Não passo de verdadeiro fracasso, disse o rapaz, chorando. Que fiz da vida?

A esposa voltou-se para ele, beijou seu rosto afogueado e lhe disse:

- Estou sabendo o que você fez da vida. Fez uma mulher amá-lo. Deu lealdade e compreensão para sua família. Por isso, eu tenho autoridade para dizer que você é, acima de tudo, vitorioso e alguém digna de admiração e respeito.

A esposa deste bancário, sem qualquer dúvida, possuía coração gentil.

Suas palavras simples minimizaram impacto da decepção do esposo, permitindo retorno do ânimo perdido.

Hoje é o dia certo para apagar a chama que ameaça incêndio

Amanhã pode ser tarde para recolocar as coisas nos seus lugares.

Santo Agostinho escreveu com grande acerto:

"Deus prometeu perdão para vosso arrependimento, mas não prometeu amanhã para vossa protelação".

Quem atrasa indefinidamente o impulso de corrigir insegurança de alguém arrisca perder o trem.

O engenheiro Rogério Donato conta algo que aconteceu em acampamento administrado por ele.

Imediatamente após sua posse, ele cogitou despedir trabalhador chamado Tony, em vista do seu temperamento agressivo.

A função de Tony era cobrir a colina de areia.

O proprietário da empresa, percebendo impasse entre os dois, interviu, antes que a coisa se agravasse.

- Haja o que houver Donato, nunca mexa com Tony. Ele é birrento e muitas vezes insuportável. No entanto, em vinte anos, nunca houve acidente, envolvendo homens e animais, no trecho de sua responsabilidade.

Naquela manha, numa temperatura gelada, Donato observou Tony de pé junto à fogueira.

Ele não estava se aquecendo, porém.

Tony estava todo ele absorvido esquentando areia para espalhar pela colina gelada.

O engenheiro viu o zelo e a concentração do operário inteiramente absorto no que estava fazendo.

Aproximou-se e lhe disse:

- Sou o novo administrador. O patrão me disse que você é figura exemplar, incomparável na função.

E revelou, palavra por palavra, o que o proprietário dissera:

Agradecendo a Donato, Tony absorveu a surpresa, e exclamou:

- Por que cargas d'água, o patrão nunca revelou que apreciava o meu trabalho?

Doze anos depois, Donato encontrou Tony trabalhando como superintendente da construção de outra ferrovia.

- Obrigado, disse ele a Donato, apertando-lhe a mão. Naquele mesmo dia eu mudei de atitude. Compreendi minha competência, e desapareceu insegurança que me tolhia como profissional.

Tony se tornara um "bicho do mato" porque perdera a confiança em si mesmo.

Considerando seu trabalho como inferior, indigno de consideração, ele passou a usar agressividade como escudo e se isolou dos demais.

Imaginava rejeição de todos, e cada dia se tornara mais insuportável.

Tony se perdera no seu isolamento, sem amigos e passatempos.

O doutor Donato fora sua tábua de salvação.

Donato lhe revelara o alto grau de confiança que o patrão depositava nele e a revelação foi estopim que fez crescer sua autoestima.

Foi espécie de luz que desfez escuridão daquele homem.

Muitas vezes pequeno empurrão faz funcionar automóveis com problemas elétricos.

E neste troca-troca de estímulos nos ocorre algo pertinente:

- Terá Jesus encontrado alguém que merecesse elogio de sua parte?

Neste planeta ensombrado terá existido ser humano que provocasse reparo positivo do Mestre?

Embora Jesus tivesse o mais gentil de todos os corações humanos, reconhecemos a escassez de alguém merecedor.

No entanto, por incrível que pareça, esta figurinha existiu e o episódio é descrito no Quarto Evangelho:

"Filipe encontrou Natanael e lhe disse: Achamos aquele de quem Moisés escreveu na Lei, e a quem se referiram os profetas: Jesus, o Nazareno, filho de José".

João, 1, v 45.

"Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê. Jesus viu Natanael aproximar-se e disse a seu respeito: Eis aí um israelita no qual não existe falsidade".

João, 1 vv 46 e 47.

O elogio saiu com todas as letras: "Eis aí um israelita no qual não existe falsidade".

O Mestre usou seu coração gentil para levantar o ânimo daquele homem.

Certa ocasião, em palestra que fiz em Londrina, alguém usou estas palavras de Jesus para me contradizer.

Segundo meu crítico, eu afirmara erradamente que " todos nós somos pecadores". E usou Natanael como prova do meu erro.

Natanael sem falsidade era santo, segundo meu crítico; todavia, eu entendo esta virtude, como apenas parte do crescimento.

Natanael não se tornava anjo tão somente pela honestidade.

Todos têm qualidades e defeitos e Natanael não era exceção.

Jesus preferiu esquecer seu lado negativo, quando exaltou sua honestidade.

Ressaltar coisas boas é lição sempre bem vinda.

Ninguém deve esperar perfeição de alguém para depois elogiar.

A criança que consegue escrever as três primeiras letras do alfabeto - ABC - deve receber imediato incentivo.

Quem escutou com atenção a narrativa do Evangelho verá que Natanael, apesar da integridade, tinha defeito clássico.

Natanael revelou-se preconceituoso, adotando generalizações pouco inteligentes sobre Nazaré:

- "De Nazaré pode sair alguma coisa boa?" perguntou ele, zombando da cidade onde viveu Jesus.

Estas palavras levianas mostram que Jesus fechou os olhos para os defeitos de Natanael.

O Nosso Rabi, com certeza, deixou escapar aquele comentário positivo para incentivar a edificação do israelita.

Será oportuno lembrarmos que Jesus escolheu a casa de Zaqueu para jantar naquela noite, e Zaqueu não era "flor que se cheirasse".

Os critérios do Mestre para distinguir alguém estão completamente fora dos nossos parâmetros.

Assim acontece na vida.

De repente, Deus resolve sacudir o marasmo de alguém, injetando ânimo e coragem para que este alguém volte a ser feliz.

Em festas, sempre existe "gata borralheira" esquecida num canto.

De repente, alguém de coração gentil, convida a moça pra dançar.

Vocês nem imaginam o desfecho da história:

Aquela "gata borralheira" poderá ter os pés ajustados ao sapato do príncipe, e vai sorrir e cantar e se tornará mulher belíssima.

Eu já testemunhei transformações espantosas.

Moças tímidas readquiriram confiança, e, em seguida dançaram durante toda a noite.

Eu já disse e vou repetir:

- Simples palavra realiza milagres.

- Gesto de aprovação levanta o ânimo.

Galanteio aplicado em hora certa dará brilho ao casamento.

Restabelece relações que estavam perigando...

Traz de volta o afeto e o carinho.

No dia que completou quarenta anos, Márcia Gonzaga sentia-se profundamente deprimida.

Previa cabelos encanecendo, rugas se aprofundando, e a batalha incessante para se conservar bonita.

Na hora que o marido voltou do trabalho, ela se fez forte, mas a tristeza pairava, dançando em seu rosto.

Depois do jantar, o marido lhe disse, com ar misterioso:

- Venha ver seus presentes.

Márcia Gonzaga não se entusiasmou tanto.

Os dois sempre trocaram presentes práticos, e ela esperava aspirador de pó de que estavam precisando.

Com surpresa, desembrulhou par de chinelas bordadas, conjunto completo de lingerie e camisola deslumbrante.

Ele não explicou a razão do presente, e nem precisava.

Márcia Gonzaga entendeu a mensagem:

O cartão era sucinto, mas dizia tudo:

- Você é linda! Eram as palavras escritas.

O curioso da história é que Márcia Gonzaga, dali para frente, sentiu-se poderosa... e a insegurança despareceu.

Coração gentil modifica as pessoas, fornecendo seiva para perpetuação de relações harmoniosas.

Coração gentil constrói afeições recíprocas.

Afirma verdades escondidas, intraduzíveis.

Coração gentil é toque de requinte

Rafael morava em favela no Rio de Janeiro.

Criança solitária, nada conhecera além das quatro paredes do barraco onde morava.

Ursinho de pelúcia, que ganhara em distribuição de Natal, tornara-se ponto central do seu afeto.

Apenas único olho restava em seu rosto dilacerado.

Rafael, de repente, adoeceu com as amídalas inflamadas.

- É caso para cirurgia, disse o médico.

A enfermeira lutou para tirar o urso de pelúcia das mãos da criança, mas Rafael resistiu, bravamente.

O médico percebeu a cena insólita, e teve inspiração.

- Deixe o ursinho nas mãos do Rafael, disse ele. Afinal, este urso também precisa de cirurgia.

A criança se aquietou, nas mãos do médico, e, dali para frente não deu mais problema.

Quando o menino acordou da anestesia, o ursinho se encontrava ao seu lado, na cama.

Olho novo fora implantado, com capricho, pelas mãos compassivas daquele médico de coração gentil.

Pelo jeito, aquele médico foi o primeiro amigo que apareceu na vida de Rafael, depois do inseparável ursinho de pelúcia.

Ninguém imagine que faltam oportunidades para o trabalho importante de vigilância afetiva.

À nossa volta, em todas as horas do dia, circulam seres humanos cansados e desiludidos.

Basta conservar olhos atentos, identificar crises, e tentar, de alguma forma, penetrar na couraça que encobre lágrima secreta.

Deus nos entregou mãos e a magia da palavra.

Resta pedirmos sabedoria para bem utilizar as ferramentas que Deus nos emprestou.

Certa vez, eu estava fazendo compras numa feira, quando presenciei algo insólito.

Criança ajudava o pai a vender legumes.

Com satisfação pela ajuda que prestava, o menino entregou couve-flor para freguesa apressada, e estendeu a mão para receber o dinheiro.

A mulher afastou os braços da criança, e fez questão de entregar o dinheiro ao dono da banca.

O sorriso do menino desapareceu do seu rosto.

Outra mulher por perto percebeu o desapontamento.

Ela chamou o menino e escolheu maço de couves, outro de cebolinhas verdes e também pacote de tomates.

Deu nota mais alta que o valor da compra, nas mãos do menino, que rapidamente lhe deu o troco certo.

- Obrigada, disse ela. Eu não teria calculado tão depressa e com tanta exatidão.

- Que nada, disse o garoto, sorrindo, feliz pela aprovação do pai, que, ao lado dele, assistira o episódio.

Sempre existirá maneira de aplainar as arestas suscitadas por criaturas desatentas.

Coração gentil possui dom especial de refazer e consertar porteiras com fechaduras emperradas, derramando nelas o azeite do calor humano.

Coração gentil aparece na hora certa.

Ele tem voz para dizer a palavra adequada.

Ele sabe calar quando calar possa ser mais conveniente.

- "A porta da felicidade se abre para fora" - escreveu teólogo dinamarquês - "E, entre as muitas maneiras de abrir esta porta, nenhuma é mais eficiente do que tratarmos a todos com gentileza".

Quando voltamos do trabalho, e nosso filho vier correndo, excitado, para nos contar notícia, cuidado!

Está na hora de calar a manifestação apressada.

O menino diz, excitado, atropelando as palavras:

- Pai, você sabe o que aconteceu na Rua das Tropas com a Avenida Central?

Você já tomou conhecimento desta mesma notícia, muitas vezes, naquele dia, através do rádio e de cinco testemunhas oculares.

No entanto, você percebe o prazer do seu filho e permanece calado, escutando atenciosamente.

Você cala para alimentar o prazer da criança.

Você espera o menino contar o fato, com todos os detalhes, e se rejubila, pela novidade.

- Que bom, filho. Especialmente pelo fato de que você está atento para sempre me trazer boas novas. Obrigado, meu garoto.

Você mostra no rosto a gratidão por ele correr ao seu encontro para dividir expectativas.

Há neste mundo soma infinita de amor disponível para extravasar.

Não será benéfico colocar diques para conter esta benfazeja inundação.

Será adequado deixarmos que corra como cascata e que inunde o planeta, como bênção divina.

Louvado seja Deus.


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