Jesus Ordenou Trabalho no Sábado

Data: domingo, 8 de janeiro de 2017

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Alguém me visitou nas primeiras horas da manhã.

Logo que chegou foi logo dizendo, sem preâmbulos:

- Você extrapolou, em palestra recente na TV, Getúlio: Denegriu sagrado depósito trazido por Moisés, cujas letras foram impressas pelo próprio Deus. Quando Jesus reduziu os mandamentos ao mínimo de dois - amarás a Deus e ao próximo, - Ele não desmereceu o Decálogo, como você maliciosamente tentou provar. Observe Getúlio, que as tábuas da Lei recomendam as mesmas coisas que Jesus: As primeiras definem obrigações para com Deus e logo em seguida surgem preceitos de boa convivência entre humanos.

Eu acredito que os telespectadores já perceberam a identidade deste agressivo visitante?

Não poderia ser outro além do meu eterno crítico que responde pelo nome de Crispim dos Anjos.

Eu tentarei repetir nossa conversa, que, apesar de confrontação foi esclarecedora.

- Em resposta ao amigo discordante, eu declaro que jamais apontei o Mestre desmerecendo advertências divulgadas pelo Decálogo.

Veja que todas as vezes que disse - "Os antigos vos disseram; eu, porém, vos digo", Jesus discretamente modificou preceitos, da Bíblia, sem foguetórios.

Ele usou seu poder de veto de forma discreta e elegante.

Os Dez Mandamentos não constituíram exceções.

Eles se encontram no mesmo pacote daquilo que os "antigos disseram" - e que tiveram legítimo tempo de validade.

Depois do prólogo "os antigos vos disseram", ninguém esqueça a correção do Mestre, logo em seguida: "Eu, porém, vos digo".

Depois desta introdução, o preceito antigo era mutilado e reduzido a escombros, demonstrando que a evolução vai modificando preceitos.

Estas modificações radicais mostram que as doutrinas divulgadas pelos "antigos" perderam validade, porque já não refletiam a filosofia cósmica do Evangelho.

Embora anteriormente tenham sido legítimas, agora se tornariam incoerentes, contraditórias e até demolidoras da liberdade instituída pelo Cristo.

- Você continua atravessando sinal vermelho, Getúlio, com esta conclusão de que algum dentre os dez mandamentos ameaça liberdade cristã. Não vejo o menor sentido nesta sua afirmação sem pé nem cabeça.

- Será fácil mostrar aquilo que você não está enxergando, Crispim: Começarei pelo descanso no sábado, que considero obrigatório só para os judeus.

Para os antigos era Lei: Por quê? Ora, amigo Crispim. Bastará retrospecto rápido quanto à ferocidade daquela gente, e o motivo aparece:

Alguém duvida que os patrões daquele tempo, sem o freio do Decálogo, deixariam de esmagar os servos com trabalho escravo ininterrupto?

Valorizar o sábado foi atitude louvável do legislador merecedora de aplausos.

Com a força da autoridade Divina, ele salvou obreiros massacrados.

O descanso, num dia da semana, lhes proporcionou alívio fora de todos os parâmetros.

Escutem o que diz o texto:

"Lembra-te do dia de sábado para santificá-lo".

"Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo é o sábado do Senhor Teu Deus. Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo nem tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro".

Êxodo, 20 vv 8 a 10.

Na verdade, amigo Crispim, debates à parte, Moisés realizou obra maravilhosa, obrigando seus compatriotas a descansar.

Isto não significou perenidade para sua invenção, porém, que foi louvável enquanto necessária.

Há bastante tempo, a evolução dos costumes e as garantias humanitárias criaram sólidos instrumentos para impedir trabalho escravo.

Veja que naquele tempo a folga obrigatória dos servos, escravos e até dos animais de carga representou conquista maravilhosa.

Simples recomendação de Moisés, porém, sem o dedo miraculoso de Jeová, não teria força para estancar a crueldade dos proprietários.

E o legislador Hebreu mostrou-se rápido no gatilho: Envolveu a determinação com toda a sacralidade do Deus dos Exércitos.

Exigência que todos descansassem foi decreto que Moisés atribuiu à vontade Divina, e se tornou merecedora de aplausos.

Repito o que já afirmei, sem medo de erro:

Embora nossos aplausos pelo preceito, no que concerne ao ciclo mosaico, discordamos de estendê-lo aos cristãos.

Atualmente não deparamos o menor sentido em diminuir a sacralidade dos demais dias da semana em proveito do sábado.

Todos os dias foram criados por Deus e não será o trabalho nem o descanso que irá denegrir seus usuários.

Proibição de atividade no sábado representaria violentar a liberdade exposta nos Evangelhos.

"Ubi Spíritus Dei Ibi Libertas" traduzindo significa "Onde o Espírito de Deus está liberdade se encontra".

Leiam II Coríntios, 3 v 17, e vocês acharão esta famosa frase de Paulo.

Sem pretender diminuir o mérito do legislador antigo, os ventos da Nova Aliança varreram os aspectos desatualizados de todos os códigos..

Preceitos coercitivos perderam validade.

Hoje a sementeira é livre para semeadores de forma geral e irrestrita.

Cristão vive a simplificação do preceito de fazer "aos demais o que quereis que vos façam".

A colheita sim - esta é obrigatória. Desta ninguém escapa!

Quem planta espinheiros não colherá trigo.

Códigos opressivos e pesados são coisas do passado.

Hoje sabemos que Deus é Pai e além de não se encontrar mais escondido pela nuvem, no deserto, está morando no coração das criaturas.

Jesus foi portador desta revelação.

Cristão que se respeita dispensa quebra molas para redução de velocidade.

Ele sabe o que é justo e necessário para conviver em paz com seus irmãos, por compulsivo impulso interior.

Quando pisa fora da trilha, alguma coisa dentro dele grita.

Se este monitoramento fosse provocado pelo chicote da repressão, seus efeitos perderiam as doçuras da espontaneidade.

Fazer o bem por medo do Inferno elimina o mérito.

Cristianismo só pode ser verdadeiro quando proceder corretamente se torna prazer.

- "Meu jugo é suave e o meu peso é leve ", como disse Jesus.

A diferença fundamental entre o que fazer do ciclo Mosaico e do ciclo Cristão é semelhante a dois reservatórios de água:

O container mosaico permanece lacrado, enquanto o container cristão escorre suas águas livremente pelas lavouras sedentas de humidade.

Vale refletirmos que o Evangelista Marcos repetiu palavras oportunas pronunciadas pelo Mestre:

"O sábado foi estabelecido por causa do homem e não o homem por causa do sábado".

Marcos, 2, v 27.

Estas palavras do Mestre fornecem a medida de sua ojeriza contra formalidades rituais.

Elas foram endereçadas aos endeusadores do sábado, que criminalizaram os apóstolos pela colheita de espigas no sétimo dia.

Jesus discordou da limitada inteligência dos defensores do estratagema montado por Moisés, que perdia validade.

O Nazareno lembrou Davi, que comeu pães da reserva exclusiva dos sacerdotes, mostrando a reduzida importância dos esquemas cerimoniais.

Leis rituais devem ser esquecidas quando ameaçado bem estar dos seres humanos.

- Sim, Getúlio, exclamou Crispim, emitindo gemido prolongado. Mas eu concordo com você tão somente neste aspecto. Os apóstolos estavam com fome e o Mestre, compadecido permitiu que trabalhassem no sábado. Foi exceção tolerada por Jesus, e aceita por Ele. Mas, no geral, o Mestre rigorosamente cessava atividades no sétimo dia.

- Outra vez discordo de você, caríssimo Crispim, pois a realidade fica longe desta sua expectativa. O Mestre jamais paralisou suas atividades, e suas próprias palavras comprovam nossa declaração.

"Meu Pai trabalha sempre e Eu não cesso de trabalhar" foi desabafo do Nazareno, em João, 5 v 17.

Nosso Rabi avalizou a verdade de que todos os dias têm o mesmo peso.

De minha parte eu defendo a tese de que até dormindo Jesus não cessava atividades, em comunicação direta com o Pai das Alturas.

E aqui defrontamos com o lendário sono do Criador, no Sétimo Dia.

É outra afirmação inaceitável, depois das palavras - "Meu Pai trabalha sempre e Eu não cesso de trabalhar".

De minha parte, eu nunca duvidei das revelações de Jesus, e neste caso elas estão corrigindo o Velho Testamento.

Verificando que a história do descanso no sétimo dia foi registrada por Moisés, percebemos a motivação por detrás da notícia.

Ele queria respaldo para seu decreto de paralisação geral e irrestrita em todos os departamentos da nação que governava.

Era necessário incutir nas mentes a sacralidade do descanso sabático, para afastar perigosas contestações.

Entre Moisés e o Grande Mestre, eu não vacilo.

Se Deus trabalha incessantemente, na afirmação de Jesus, o descanso Divino apontado no Gênesis só pode ter sentido diferenciado.

Para não denegrir a imagem de Moisés, arriscamos considerá-lo alívio inefável pelo término da obra.

Jeová foi tomado de euforia pelo resultado da criação do planeta Terra, e "descansou" na alegria do sonho que se tornara realidade.

Sensação de alívio pode se confundir com descanso.

Admitindo os contornos desta configuração, eu consigo reciclar e aceitar o imbróglio com esta diminuta modificação de palavras.

E somos obrigados a voltar às reflexões.

Temporariamente para proteção dos trabalhadores, o descanso no sábado foi obrigatório e meritório.

E eu acrescento os motivos da revelação de Jesus de que Ele e Deus jamais cessaram de trabalhar.

Naquela ocasião, Ele havia curado paralítico, em dia de sábado e os fariseus o perseguiram pelo que consideravam transgressão.

E o Crispim me encara com o rosto afogueado:

- Se você pensa que está me vencendo, tire o cavalinho da chuva, Getúlio, pois eu possuo inúmeros cartuchos, é o desafio do Crispim.

E ele retorna ao assunto:

- Gostaria que você me explicasse a controvérsia Getúlio: Se o Cristo inaugurou Novo Ciclo, e o Decálogo perdeu validade, por que Jesus citou alguns dos Dez Mandamentos ao Moço Rico? Você não concorda comigo que algo inválido não deveria ser aproveitado pelo Mestre.

- Apreciei a lembrança desta passagem, Crispim, pois sua sugestão me ajuda no desmonte de seus argumentos. É bastante significativo aquilo que Jesus deixou de dizer ao Moço Rico.

Os mandamentos repetidos pelo Mestre foram: "Não matarás, não adulterarás, não furtarás, não dirás falso testemunho, honra ao teu pai e a tua mãe e amarás ao teu próximo como a ti mesmo".

Mateus, 19 vv 18 e 19.

Tratando-se preceitos determinantes de boa convivência, isto não é matéria exclusiva do Decálogo, Crispim, mas tem sido divulgada em caráter amplo.

Nestes preceitos de ética, moralidade e boa convivência, os Dez Mandamentos repetiram legisladores de grandes troncos religiosos.

Entendemos que simples citação deles não significou adesão do Nazareno ao Decálogo, como é seu desejo Crispim.

Pela notória eficácia e universalidade de tais preceitos, Jesus os repetiu, porque, na verdade, quem os segue está no rumo certo.

Aqui eu paro a carruagem, faço pausa e peço atenção de todos cauteloso, pois receio ser mal entendido:

- Acabei de dizer que os seguidores de mandamentos estão no rumo certo, mas ninguém interprete que os considero salvos e santos. Por favor, entendam.

De tal maneira se multiplicam pregadores da salvação grátis, que sou obrigado a me resguardar, para não ser confundido.

Vejam que após o Moço Rico declarar-se cumpridor de todos aqueles mandamentos, Jesus ainda o declarou faltoso:

"Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, entrega tais valores aos pobres, e terás tesouro nos Céus. Depois, vem e segue-me".

Mateus, 19 v 21.

No vai da valsa das controvérsias, desviamo-nos alguns graus à direita do nosso tema, e será preciso retomar o assunto.

Nesta altura, lembramos ao Crispim que o Sábado não esteve entre as recomendações ao Moço Rico.

A omissão do preceito indica que o descanso no Sétimo Dia, na opinião de Jesus, não mais fazia parte do pacote de imersão na bem aventurança.

Se a guarda do sábado fosse cláusula pétrea, Jesus o teria repetido para o Moço Rico no meio das recomendações enriquecedoras.

Veja Crispim, que o Mestre disse para o Moço Rico:

"Se queres entrar na vida guarda os mandamentos".

Mateus, 19 v 17.

É outra prova de que valeram até o surgimento de novo ciclo inaugurado pela pregação do Batista.

"Os profetas e a lei profetizaram até João" - foram palavras de Jesus em Mateus, 11, v 13, mostrando a transição para novos tempos.

É o próprio Mestre revelando o término da validade de antigos conceitos, agora desnecessários e até prejudiciais.

E Jesus seguiu desbastando outros penduricalhos indevidos.

"Ouvistes o preceito: olho por olho, dente por dente. Eu, porém te digo. Não resistas ao perverso. Mas ao que te ferir a face direita libera também a esquerda".

Mateus, 5 vv 38 e 39.

- Sim, Getúlio, murmura o Crispim, cada vez mais aborrecido. Mas eu considero o Decálogo intocável, quando leio palavras de Jesus, no Evangelho.

- Pois me aponte logo tais palavras, Crispim, e, logo em seguida conversaremos.

O Crispim ajeitou os óculos, e leu a frase que considerava decisiva:

- "Não julgueis que vim destruir a Lei e os profetas. Não desci para destruir, mas sim para aperfeiçoar todas estas coisas".

Mateus, 5 v 17, palavras de Jesus.

- Baseado nesta declaração inquestionável do Rabi Galileu, Getúlio, eu, Crispim dos Anjos, não aceito que Jesus transgrediu o descanso sabático. Em todas as ocasiões que surgiram supostas ocorrências, motivos humanitários as justificaram. Fique certo, Getúlio, que as tarefas não ultrapassaram este limite.

Já que você admite, Crispim, que motivos humanitários justificaram violações, nós dispensaremos este precioso filão de sólidos argumentos.

Digo argumentos, porque muitos dentre eles poderiam ser transferidos para o dia seguinte, ou para terça ou quarta-feira.

Para alguém vitimado por doença crônica, adiar o milagre 48 horas não representaria transtorno.

Se Jesus preferiu curas imediatas, no sábado, isto sinaliza despreocupação.

Mas, como já prometemos ao Crispim encerrar o assunto, por este lado, silenciaremos diante de emergências que obrigaram violações do Sétimo Dia.

Palavra dada obrigatoriamente deve ser cumprida.

Dentre os inúmeros prodígios realizados no Sétimo Dia, entretanto, um deles é atípico, e a violação, após a cura, foi inteiramente desnecessária.

Este é nosso maior argumento para provar que Jesus revogou o descanso que alguns consideram obrigatório.

O paralítico estava curado e já se preparava para retorno triunfal para seus familiares.

Depois da cura prodigiosa, bastaria correr para o abraço.

A cama onde dormira ao lado da piscina de Betesda, esperando oportunidade de cura, era traste imprestável, parcialmente apodrecida.

Ele nem cogitara carregá-la, depois de trinta e oito anos de uso.

Quando o anjo chegava e movimentava as águas, outro mais ágil mergulhava, e ele permanecera deitado e frustrado.

Jesus se compadeceu do pobre paralítico e ele foi curado em seguida.

Algo, entretanto, causou perplexidade.

A ordem de Jesus, decretando a cura, ordenava, sem a menor necessidade, a violação do descanso no Sábado.

Jesus lhe disse: "Levanta-te, toma o teu leito e anda".

João, 5 v 8.

O beneficiado, eufórico, embora consciente de que o traste velho não valia o esforço, colocou a cama nas costas e partiu.

Quem poderia negar alguma coisa ao taumaturgo que acabara de curá-lo?

Ele se considerava obrigado a obedecer, sem restrições, aquele que o salvara da doença.

Por isso, seguiu no rumo de seus familiares, carregando a cama.

Se a determinação o forçara violar preceito da religião judaica, que os sacerdotes procurassem o autor intelectual da transgressão.

Já bastava o aborrecimento de arrastar aquela cama sebosa e pesada, difícil de carregar.

Pela sua própria vontade ele incendiaria de imediato aquele traste velho.

Não concretizou o intento tão somente para realizar o incompreensível desejo do homem que lhe concedera vida nova.

Não tardou e os fariseus cercaram o carregador da cama, incrédulos que alguém se atrevesse enfrentá-los, transgredindo publicamente a Lei.

- "Hoje é sábado e não te é lícito carregar o leito", disseram os judeus.

"Ele respondeu: O mesmo que me curou disse: Toma o teu leito e anda".

João, 5 vv 10 e 11.

Valia como censura aos emplumados padres, que zelavam pelo descanso obrigatório, mas nada faziam para aliviar as dores e enxugar as lágrimas.

Implicitamente a pergunta e a resposta ficaram bailando, como luzes de pirilampos, acendendo e apagando na mente do grupo que se formara.

- Foi Jesus quem curou o entrevado de quase quatro décadas.

E a ordem de carregar o leito também partiu de sua boca.

- Eu sou testemunha ocular dos dois procedimentos, disse alguém.

A cama imprestável fora carregada, a contra gosto pelo homem, certamente porque Jesus queria provar alguma coisa.

Salta aos olhos as razões do Nazareno: Ele queria mostrar que o passado tinha que morrer para que o futuro se mostrasse esplêndido e alvissareiro.

Só única Lei existe cuja vigência é Eterna: A Lei do Amor!

O Decálogo permaneceu como regra enquanto válido.

Depois de João Batista, os preceitos antigos perderam força e peso, substituídos pela radiosa liberdade dos filhos de Deus.

"Amarás a Deus de todo o teu coração e de toda tua alma, e amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Nisto se resume a Lei e os Profetas".

É justificável que os fariseus antigos e modernos rejeitem a simplificação, porque a simplificação lhes arranca o poder.

As ofertas diminuem.

A enganação se torna impossível.

De nada adiantará espernear, todavia, porque olhos atentos estão se abrindo e analisando.

No meio da confusão somente a Verdade ficará de pé.

Leis provisórias vão sendo substituídas, conceitos de ontem já não servem hoje... Procedimentos perversos não se sustentam.

Seculares práticas se esgotam, como escorpiões, vitimadas pelo próprio veneno.

Certa ocasião, alguns fariseus perguntaram a Jesus:

- Será lícito ao marido repudiar sua mulher?

E o Mestre lhes disse:

- O que Deus uniu não separe o homem.

Mateus, 19 vv 3 a 6.

Retrucaram os fariseus que Moisés permitira o repúdio.

"E Jesus lhes disse: Moisés permitiu a crueldade por causa da dureza dos vossos corações". Mateus, 19 v 9.

E nós encontramos convergência entre a proibição do sábado, em Êxodo, e a resposta de Jesus aos sacerdotes judeus.

Os dois preceitos provisórios não passavam de tapa buracos, necessários por causa da dureza de coração dos seres humanos.

Um deles para proporcionar descanso aos escravos, outro para permitir quebra das obrigações conjugais, evitando assassinato das mulheres.

Melhor desligá-las dos maridos violentos, do que vê-las morrer vitimadas pela dureza de coração dos companheiros.

Nos dois casos, a sabedoria do Mestre provou que eram leis temporárias.

Nos casos de repúdio pela dureza de coração.

No descanso sabático, para proteger os servos assoberbados, dia e noite, por atividade massacrante.

No século 21 podem ocorrer abusos, mas a Lei irretocável da consciência já é conhecida de todos.

Ninguém pode alegar ignorância quanto a lei.

Todos sabem que o próprio corpo é o Templo do Espírito Santo, e Ele nos cobra cada passo errado.

Grossos alfarrábios e milhares de códigos serviram de guias, no passado.

Hoje, o nosso guia se encontra na consciência, que é o Cristo Interno e Eterno, o mesmo ontem, hoje e para sempre.

Louvado seja Deus.





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