Data: domingo, 19 de março de 2017
Você encontra este amigo na rua. Ele aparece logo que você dobra a esquina.
Basta que ele se aproxime, e, por certo abanará o rabo, feliz da vida.
Se você chegar perto dele, e deslizar a mão pelo seu pelo cinzento, ele vai retribuir a carícia com verdadeira festa.
Ele demonstrará sem a menor sombra de dúvida que gosta de você que se encontra feliz pela sua amizade.
Dale Carnegie escreveu:
"O cachorro faz amigos porque está interessado nas pessoas, e não para forçar os outros a se interessarem por ele".
Maioria dos seres humanos é diferente dos cães.
Eles reivindicam a atenção dos outros, e quando correspondidos, se revelam afáveis e alegres.
Desejam amigos, mas poucos sabem fazer ou conservar amigos.
Certos abraços podem disfarçar tentáculos de polvo, com segundas intensões.
Grande parcela da população mundial se encontra demasiadamente concentrada em si mesma.
Esta visão unilateral é subproduto de egoísmo fora de todos os parâmetros.
E todos sabem que o egoísmo é urna funerária da amizade.
Nós temos todas as condições para conservar parcerias sólidas.
Não será este o ponto mais importante, porém.
A ferramenta mais adequada para conservar amizades será mostrar que procuramos valorizar o intercâmbio.
Jesus preferia partilhar sua missão redentora com amigos.
Ele disse aos apóstolos:
"Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Como amigos, vos tenho transmitido tudo quanto ouvi de meu Pai".
João, 15 v 15. Palavras de Jesus.
O Mestre, todavia, não deixou vazio o comprometimento.
"Vós sois meus amigos, enquanto fazeis o que eu vos mando".
João, 15 v 14.
Todos os humanos sentem fome e sede de aprovação, de simpatia e de amizade.
Resta saber quem está disposto a pagar o preço da parceria.
Será importante memorizarmos estas palavras do Nosso Rabi: "Vós sois meus amigos, enquanto fazeis o que eu vos mando". João, 15 v 14.
Entre as condições de nos tornarmos amigos do Mestre Divino, se encontra o compromisso de cultivar amizades.
Ele disse:
"Isto vos ordeno - Que vos ameis uns aos outros".
João, 15 v 17.
Estas simples palavras são aberturas, nos convocando para concretizar circulo cada vez maior de bons amigos.
Afinal, não foi Jesus "o maior amigo" de todos nós?
"Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos".
João, 15 v 13. Palavras de Jesus.
Afinal não fosse Jesus se tornar Cristo, e o planeta teria explodido pela força do ódio.
O Messias foi o para raio que absorveu a catástrofe.
Dá para percebermos o grau de excelência em que Jesus coloca os amigos.
Toda a missão do Nazareno se desenvolveu para que gozássemos os benefícios de couraça salvadora.
Até nos momentos em que somos prejudicados por alguém, Nosso Rabi aplainou terreno para que não perdêssemos amigo:
"Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o com discrição, entre ti e ele tão somente. Se ele te ouvir ganhaste o teu irmão".
Mateus, 18 v 15.
Contornando as dificuldades de relacionamento, o Nosso Rabi recomendou cautela para jamais desperdiçar amizade.
"(...) se ele te ouvir ganhaste o teu irmão", disse Jesus.
A receita do Mestre demonstra cuidado pela continuidade da convivência amiga e fraterna.
Até ditadores mantem amigos em torno do poder.
Governando sem restrições, eles poderiam manter-se longe de testemunhas perigosamente indiscretas, mas a força da amizade vence a cautela.
Exércitos garantem continuidade do regime com o povo desarmado.
Por que se preocupar?
Não obstante, os ditadores colecionam amigos.
Avaliação favorável é aspiração universal.
Todos desejam companheiros para bater palmas.
Este anseio de ser bem avaliado transpõe limites do corpo, e se transforma em aposta da alma.
Tem a ver com eternidade.
É o espírito assaltado por mil cogitações sobre futuro julgamento.
Ficar de bem com todo mundo parece ser chave mestra de tranquilidade em outra vida.
Na parábola do Feitor Infiel, Jesus trata deste assunto.
- "Não poderás continuar sendo meu administrador", disse o proprietário para o gerente dos seus negócios.
O Feitor, desalentado, sofreu crise de pânico.
"Que farei agora? Estou na rua. Não posso trabalhar na terra. Mendigar seria vergonhoso".
Lucas, 16 vv 2 e 3.
De repente, ideia salvadora apareceu na sua mente.
Já sei, bradou o Feitor, aliviado, e pôs em prática o plano que poderia salvá-lo da indigência.
"Chamando os que deviam ao patrão, propôs ao primeiro: Quanto você deve? Cem jarras de azeite, foi a resposta. Ele orientou: Escreve cinquenta".
Lucas, 16 vv 5 e 6.
O segundo entre os convocados assinara compromisso de cem coros de trigo.
- "Escreve oitenta, ordenou o feitor".
E a Parábola nos informa que o proprietário elogiou o cidadão desonesto pela esperteza: Nota dez pela esperteza; nota zero pela honestidade.
E a Bíblia remata o assunto, dizendo:
"(...) os filhos do mundo são mais hábeis do que os filhos da luz".
Lucas, 16 v 8.
Esta parábola foi usada pelo Crispim dos Anjos, para me questionar.
E o mesmo Crispim apontou Jesus como tendo elogiado o feitor infiel, alegando que o Mestre achou certa a desonestidade dele.
Como sempre faço, tomei a defesa do Grande Mestre.
Vejam que Jesus estava contando história, e repetiu tão somente a opinião do empresário lesado.
Quem elogiou a esperteza do feitor foi o patrão dele, que achou seu plano inteligente.
Repito o que o texto contém::
- "E o administrador infiel foi elogiado pelo senhor porque procedera com astúcia".
Lucas, 16 v 8.
Esta palavra "senhor" se refere ao patrão do feitor infiel e não a Jesus.
Alguém humano apreciando procedimento humano, e reagindo com todas as limitações de alguém humano.
Na verdade, o feitor fizera uso de fórmula eficaz: desonesta sim, mas inteligente.
Ele manipulou as faturas, reduzindo seus valores, para fazer amigos.
Com este expediente ilícito, contava granjear amigos que poderiam socorrê-lo em seu futuro incerto.
Embora usando artifícios iníquos, ele demonstrou esperteza, angariando amizades.
Em termos deste mundo maquiavélico em que vivemos, o golpe do feitor será elogiado pelos espertalhões descomprometidos com a ética.
Quem examina o texto, por inteiro, todavia, imediatamente fica convencido do procedimento ilícito.
Escutem parte do texto e vocês conhecerão a posição de Jesus.
Ele disse:
"Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito. Quem é injusto no pouco também será injusto no muito".
Lucas, 16 v 10.
E no último versículo da parábola, Jesus remata a lição de forma contundente:
"Ninguém pode servir a dois senhores. (...) Não podeis servir a Deus e às riquezas".
Lucas, 16 v 13.
Estas palavras revelam, de maneira conclusiva, em único texto, que o Nosso Rabi exigia completa e absoluta integridade.
Não podemos procurar a amizade de Deus e de Mamon, ao mesmo tempo.
Isto seria procedimento pelo avesso.
O Evangelho ressalta busca de amigos de maneira certa e bem intencionada.
Os desonestos insistem no enchimento da bola dos outros, para granjear favorecedores igualmente desonestos.
Por que os filhos da luz não arrebanham amigos com idêntico ímpeto dos filhos das trevas?
Esta foi a queixa contida na Parábola do Administrador Infiel.
Por que os Filhos do Evangelho não usam a honestidade como bandeira com a intensidade demonstrada pelo feitor infiel?
Está na balança o peso e a medida da transgressão.
Será tarefa dos pregadores transformar este peso em algo execrado, impossível de aceitação por parte do cristão.
Quando chegar este vento forte de tempestades, será preciso multiplicar braços e pernas amigas para reagir contra o malvado.
É lamentável que os próprios Livros Sagrados, para vergonha dos pregadores, considere os profanos superiores para fazer amigos:
"Porque os filhos do mundo" - diz o Evangelho - "são mais dinâmicos do que os filhos da luz".
Lucas, 16 v 8.
A interrogação é angustiante:
- Os profanos continuarão levando a palma ou o prêmio mudará de mãos desta vez?
É a nossa pergunta carregada de expectativa.
Enquanto aguardamos resultados das pesquisas, valerá adotarmos formula infalível.
O mel é atração sempre superior ao vinagre, como diz o povo.
Que os "filhos da luz" consigam utilizar seus carismas para superar a inexplicável derrota.
O certo será esquecer o vinagre e adotar o adocicado fruto das abelhas.
Florenz Ziegfeld, o grande empresário de espetáculos da Broadway, conhecia o método de sensibilizar o coração das pessoas.
As mulheres do elenco ganhavam mais beleza pela maneira com que eram tratadas por ele.
Ele aumentou o salário das coristas, de 30 para 175 dólares semanais.
Nas noites de estréia, mandava rosas para todas as componentes dos grupos.
Todos nós podemos criar este nirvana de convivência, permitindo trânsito livre nesta rodovia pavimentada pela gentileza.
Pequenas frases fazem a diferença:
- Por favor, me desculpe!
- Lamento incomodá-lo, mas preciso de sua ajuda.
E assim por diante.
Frases curtas e incisivas são arrastões que nos trazem surpresas pelas ondas de oceano misterioso.
Muitas vezes, as palavras se tornam até desnecessárias para consolidar amizades.
O silêncio também pode ser parceiro eficiente.
Eu li, alhures, a experiência de escritor famoso num jantar.
Ele ocupou cadeira ao lado de técnico agrícola que estava fazendo experiências com a nossa modesta cenoura de todos os dias.
O escritor só conseguiu tempo para sussurrar vocábulos de aprovação, pois o outro discorreu longamente sobre suas descobertas.
Fez pouco mais que escutar explicação entusiasmada do técnico.
Ao deixar o evento festivo, ele escutou, por acaso, o pesquisador dizendo para o casal anfitrião:
- Obrigado por ter colocado aquele jovem simpático no acento ao lado do meu. Ele é pessoa extremamente inteligente: interlocutor perfeito
O escritor quase nada dissera, e fora chamado "interlocutor perfeito".
Simplesmente, ele deixara o estudioso da cenoura se manifestar com liberdade, mostrando-se ouvinte perfeito.
Não o interrompera, e, por isso, o tornara admirador e amigo.
E o que é mais importante: Ele deixara transparecer seu interesse pelo assunto que empolgava o novo amigo.
Lisonjeara o pesquisador, dando-lhe merecida atenção.
Isto prova que o silêncio também serve para fazer amigos.
"Se existe segredo na obtenção do sucesso" - disse Henri Ford - "ele consiste na habilidade de procurarmos entender o ponto de vista de outra pessoa. Para tanto, será importante encarar os fatos também pelo ângulo do interlocutor".
Calar para ouvir com perfeição é procedimento correto, capaz de granjear simpatia e produzir amigos.
Quando interagimos com alguém, de alma lavada, nosso interlocutor recebe impacto do nosso interesse.
Ele perceberá que estamos presentes em corpo, mente e espírito.
A outra face da moeda também é verdadeira: Nós, da mesma forma, captamos a falsidade de ouvintes enganadores.
Quando assunto não interessa nenhum dos lados, porém, será difícil concretizar parceria.
Você pode gostar de sorvete de ameixa preta, mas, numa pescaria, levará minhocas para atração dos peixes.
Lambaris não gostam de sorvete de ameixa: Eles preferem minhocas.
O produto certo será aquela isca eficiente e segura: a humilde minhoca que deixa os lambaris com secura na boca.
Sócrates era cuidadoso em suas conversações.
Pelas ruas de Atenas, ele suscitava debates acalorados sobre diversos assuntos.
Nunca perdia de vista, porém, o objetivo de somar amigos.
Em matéria de amizades, ele nunca usava a conta de diminuir.
Ou ele somava ou multiplicava.
Apostava pelo menos que a primeira resposta do oponente coincidisse com sua opinião. Depois, a coisa ficava mais fácil.
Então escolhia questões na mesma linha, e acontecia série extensa de ideias convergentes.
Naquela altura, o repetido exercício da unanimidade já influenciara o eventual contraditor e o filósofo avançava em temas polêmicos.
Sócrates detestava perder amigos.
Por isso os seus ensinamentos ainda repercutem, até hoje, suavizando as arestas de nosso mundo briguento.
A abordagem de Sócrates era tão sutil e tão forrada de argumentos que os oponentes sempre terminavam concordando com ele.
Aliás, esta técnica do velho Sócrates é exatamente o que falta no mundo de hoje, quando estamos carentes de paciência para trocar ideias.
E já que ainda nos encontramos no mundo antigo, lembramos fábula de Esopo narrando briga entre o Sol e o Vento.
Os dois questionavam qual deles seria mais forte para forçar alguém a capitular diante de eventual determinação.
O vento disse para o Sol:
- Eu vou provar que sou mais forte. Aquele velho, logo ali na esquina, vestido com casaco pesado, será prova da minha força. Eu soprarei com intensidade tal que arrancarei seu casaco na base da violência.
Vendaval bateu contra o velho e ele sentiu frio.
Quanto mais frio sentia, porém, mais botões o ancião abotoava.
Embora continuasse soprando forte, o vento não conseguiu arrancar o casaco do homem, cada vez mais encolhido e acocorado.
Quanto mais crescia a violência do vento, mais o agasalho se firmava no corpo da vítima enrolada no casaco.
Então chegou a vez do Sol.
Este envolveu o ancião, mansamente, com suavidade, e foi derramando nele o seu calor, sem forçar a barra, desprovido da menor violência.
Dali a pouco, o homem começou a ficar inquieto.
Enxugou o suor do rosto, duas ou três vezes, impaciente, e acabou desvestindo o casaco.
Então o Sol disse ao Vento que a gentileza e a suavidade podem mais que a fúria. Persuadir com brandura é o caminho mais curto para convencimento, sem traumatizar o vivente.
O velho do casaco pesado não foi violentado pelo Sol.
Ele se rendeu simplesmente pela calorosa presença..
Agredindo, você pode vencer, porém, jamais convencerá.
Quando Judas se aproximou de Jesus, para consumação da traição, aconteceu coisa inacreditável.
"Chegando-se para perto, Judas lhe disse: Deus te salve Mestre e O beijou. E Jesus lhe perguntou: Amigo, a que vieste?"
Mateus, 26 vv 49 e 50.
O espetacular se encontra nesta palavrinha - amigo.
Jesus conhecia tudo sobre a traição do Apóstolo.
Ele adivinhara cada detalhe da perfídia.
No entanto -- Ele utilizou expressão carinhosa - amigo.
Ninguém pronuncia tal palavra sem doçura na voz.
"Amigo é coisa p'ra se guardar, no lado esquerdo do peito", nas palavras do poeta-cantor.
A palavra - "amigo" - se referindo a Judas mostra o pedestal em que Jesus colocava a amizade
Para Ele, amizade deveria ser algo indestrutível.
Jesus sabia que o Judas daquela noite não passava de alguém massacrado por todas as dúvidas e dilemas do Universo.
Aquele homem se encontrava descontrolado, no limiar da loucura, sem teto e sem chão.
O Nazareno sentiu apenas compaixão de sua miséria.
Deixemos que a consciência fale, e que os culpados sejam redimidos.
Principalmente nós que somos abismo em matéria de entendimento, deveremos agir com cautela.
Em nome da amizade, o próprio Jesus engoliu a perfídia de Judas, e o chamou "amigo".
Alguém poderá argumentar que o apóstolo infiel não merecia tal consideração.
- O Mestre pisou na bola, exclamariam afoitos e escandalizados guardiões da ética.
Quais argumentos válidos irão justificar execração de alguém reconhecido como amigo pela própria vítima?
Quem somos para malhar Judas nas manhãs do sábado de aleluia?
Vejam que quase todas as religiões condenam o vinho como droga proibida.
E Jesus encheu de vinho excelente as talhas do casamento de Caná da Galileia.
Jesus fez aquilo por amizade: Quem pode censurá-lo?
Ele não quis que aquela família de poucos recursos, pagasse mico.
Jesus procedeu daquela forma para socorrer amigos em apuros.
Tudo pode ser postergado, quando está em jogo o relacionamento harmonioso entre as criaturas.
Deus não é "sargentão" feroz que invade as portas dos casais para vergastar inocentes pecados. Não!
Acima de tudo, Deus é nosso amigo.
Mesmo quando ele nos puxa as orelhas, corrigindo falhas, Ele continua nosso amigo.
Ele está procurando o melhor para nós.
Ele persistirá sendo nosso amigo.
A Religião de Deus - se Deus tivesse religião - só poderia ser aquela onde todos fossem amigos.
No meio das falhas humanas, Deus se ocupa tempo inteiro, cultivando a plantinha daqueles que caminham nas trevas.
Veja que ela nos foi entregue em semente e as primeiras folhas já apareceram.
Na opinião de alguns, ela já alcançou altura de arbusto.
Sofrimento é adubo poderoso e generoso.
Nos primeiros anos da década de 1940, a guerra violentara o cotidiano de todas as nações.
Betsie e Corrie herdaram, dos pais, pousada, denominada - Casa dos Amigos.
Judeu chegou hoje, amanhã mais dois, depois de amanhã três e quatro...
E os judeus continuaram chegando: Fugindo de Hitler, se escondiam na Casa dos Amigos.
De repente, o refúgio albergava mais de cem pessoas, e o número foi crescendo.
Sem dinheiro nem renda, a situação se tornou tensa.
Subitamente, Corrie gritou: - Algo me picou nas pernas. São pulgas, Betsie. Centenas delas. Como continuaremos vivendo aqui?
- Mostra-nos, mostra-nos como viver? Murmurava Betsie, e Corrie percebeu que a irmã agora passara a conversar com Deus.
Ela perguntava: Como conviver com estas pulgas, Senhor?
Cada vez mais, na proporção do agravamento da desnutrição, ficava difícil para Corrie discernir o momento em que Betsie falava com ela ou com Deus.
Dali a pouco, Betsie gritou e lhe disse:
- A Bíblia respondeu minha prece, Corrie. Escute:
"Que nenhum retribua mal com mal. Antes segui o bem para com todos. E estai sempre alegres. Orai sempre. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus".
Tessalonicenses, 5 vv 15 a 18. Palavras de Paulo.
Em tudo dai graças, repetiu Betsie, aconselhando que a irmã cultivasse paciência.
- Deus sabe o que faz! - Dizia.
Corrie deixou escapar interrogação repleta de duvidas:
- Dar graças também pelas pulgas, Betsie?
Betsie olhou firme para a irmã, e respondeu, com voz segura: - Também pelas pulgas, Corrie.
E também por estarmos juntas... E também pela oportunidade de salvarmos tanta gente.
- Sim, Corrie, continuou a menina, iluminada pela graça. Agradeçamos pelos judeus escondidos no porão. Por esta gente amontoada. Pela fome, pelas privações, pela insegurança pelo dia de amanhã... e também pelas pulgas.
Algum tempo depois, as duas irmãs comprovaram que os soldados alemães não localizaram o esconderijo dos judeus pela barreira incomoda daquelas pulgas.
E as duas irmãs entenderam que, nas mãos Divinas também as pulgas serviam para alguma coisa.
Betsie tinha razão: As pulgas também podiam ser amigas.
Louvado seja Deus.