Data: domingo, 15 de outubro de 2017
Reconhecer que não somos os melhores não tem sido fácil.
Maioria deseja o lugar mais alto do pódio.
Jesus, se atentarmos para recomendação que transmitiu, não partilhava desta seletiva busca.
Ele recomendou aos assessores:
"Depois de realizardes tudo quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis. Não fizemos nada além da obrigação".
Lucas, 17 v 10.
A síndrome do eu mereço isto - eu mereço aquilo parece inexistente na abstinência recomendada pelo Nazareno.
Estrelismo implode modéstia, ausência de modéstia destrói humildade e as portas da cobiça se abrem para complexos de inferioridade.
Quando alguém se considera diamante sem jaça e o maior da classe, os holofotes se voltam na sua direção.
Quem se aproxima de trono inevitavelmente terá que preservá-lo.
A empreitada ocasionará noites sem sono pelo desassossego de preservar expectativas.
Qualquer vacilação enfraquecerá alicerces e os complexos de inferioridades serão inevitáveis.
Para evitar acolhimento de tais complexos, a primeira providência será manter-se distanciado de bajuladores. Não incentivá-los.
Autocrítica perde força diante de louvaminheiros contumazes.
Brechas se abrem para invasores perversos.
Todo mérito deve ser transferido a Deus.
Ninguém arrisque colecionar troféus e lisonjas.
Lembremo-nos que o próprio Mestre declarou:
- "As obras que eu faço não são minhas. Elas são realizadas pelo Pai"
O legítimo seguidor de Jesus, portanto, deve declarar invariavelmente: "Não fiz mais que a minha obrigação".
- Getúlio, nos provoca o Crispim: Este cristão desenhado por você lembra lendário João sem braços da imaginação popular. Caberia na ficção; não existe na vida real. Trata-se de exagero de sua parte, Getúlio? Eu acredito que o exercício da benemerência nos torna sócios do Altíssimo.
E o Crispim lê trecho do Gênesis em sua Bíblia:
"Criou Deus o homem à sua imagem e semelhança, homem e mulher os criou". Gênesis, 1 v 27.
No momento que Jeová proferiu este desabafo ele não poderia estar pensando num ser alienado como este apontado por você. Getúlio.
Estas palavras "à imagem e semelhança" escritas há milênios, deveriam arrefecer seu menosprezo pela herança do Criador, Getúlio.
- Respondendo ao Crispim, lamento que não tenha prestado atenção ao que disse Jesus, e que foi base de minha fala: "Depois de realizardes tudo quanto vos foi ordenado, dizei: somos servos inúteis. Não fizemos nada além da obrigação".
Lucas, 17 v 10.
- Naquele tempo, Crispim, o apelido servo significava pouco mais que escravo, sem direito algum. Foi Jesus quem recomendou este despojamento.
No fundo, a humildade sugerida por Jesus, mesmo incompreendida no século 21, expressa desejo Divino de nos livrar da soberba.
As duas primeiras certidões de nascimentos emitidas no planeta definiram o destino final dos recentemente criados filhos de Deus: Aquelas duas figurinhas eram sementes que a evolução tornaria alhures, parecidas com o Criador.
No desdobramento da trajetória do primeiro casal, poucas linhas depois, os teólogos colocaram Adão e Eva no lugar deles. A frase da Bíblia- "Não é bom que o homem esteja só " em Gênesis, 2 v 18 foi esquecida pelos catedráticos.
Percebam que vocês têm sido ludibriados por estórias da carochinha, que substituem casal por alguém desacompanhado.
Demorou bastante para que Adão alcançasse sua Eva, ao contrário do homem do 6º dia, que a recebeu de imediato.
O homem do sexto dia ganhou companheira imediatamente.
Nós já divulgamos a interpretação inexata:
O homem do sexto dia foi criado há milhões de anos; Adão reencarnou, na Terra, entre seis a dez mil anos, expulso de Éden.
O homem e a mulher do sexto dia tiveram o matrimônio abençoado pelo Criador e escutaram voz profética de futura semelhança com Deus. (Fique claro: Futura não atual). (Semente é promessa - não atualidade),
Adão e Eva perderam o lugar onde viviam, e foram expulsos para o planeta Terra.
O Crispim dos Anjos, que se encontra por perto, não perdeu chance de nos contestar outra vez:
- Getúlio, e se eu lhe provar que este homem do sexto dia era solteiro, você concordará comigo?
- Você esqueceu Crispim, de algo indiscutível: A Bíblia descreve com clareza: "homem e mulher os criou".
- Sim, Getúlio, mas não esqueça que todo o macho possui características da fêmea. A mulher tem lado masculino e o homem, da mesma forma, revela caracteres do outro sexo. Como adepto da Reencarnação, você mesmo ensina que todos alternam renascimentos em corpos de homens e mulheres. A frase bíblica pode ser interpretada com este significado e a solteirice de Adão perde força como argumento..
- As próprias palavras bíblicas contrariam sua tese, Crispim. Veja que o Criador disse: "Sede fecundos. Multiplicai-vos e enchei a Terra". O lado masculino ou feminino, isolado de outra pessoa, não multiplica coisa alguma. Será necessário macho e fêmea para crescimento da população. E continuamos firmes apontando Adão e o homem do sexto dia como duas personalidades diferentes.
Quando Alfred Adler era menino, ao acordar certa manhã, foi surpreendido pelo irmão morto, na cama ao lado dele.
A terrível surpresa pesou na decisão de se tornar médico.
Embora inclinado desde sempre a realizar dito curso, complexo de inferioridade o mantivera indeciso.
O desafio atrevido da morte produziu disposição e o moço dedicou sua vida ao estudo e ao trabalho com perseverança fora da média.
Ele se tornou médico para se desforrar pela morte do irmão.
Já no início das suas andanças, Alfred se revelaria observador meticuloso dos efeitos que as disfunções orgânicas acarretavam.
O capítulo referente às diferenciadas reações dos enfermos, diante de incomodativos sintomas, mereceu especial atenção.
Alfred percebeu circunstâncias ainda não levadas a sério.
Corações hipertrofiados denunciavam válvulas obstruídas dificultando irrigação dos pulmões.
Teria o coração aumentado para corrigir deficiência? Era interrogação que martelava sua consciência, e amargava clamorosas expectativas.
Em corpo em que se extraíra rim, ele observou órgão parceiro aumentado de tamanho.
Quando enfermidade enfraquecia pulmão, parte saudável apressava ritmo.
Ossos fraturados consolidavam calosidade.
Adler deduziu, pela regularidade das reações, que a natureza desenvolvera leis próprias trocando mínimo por máximo, num dobrado esforço de superação.
Da frieza de órgãos, o médico psiquiatra resolveu sondar o gênero humano: Ele próprio amargara crises de complexos de inferioridade.
Tais reações dificultaram sua própria vida.
Ele se propôs desvendar o fundo daquele poço.
Visitando alunos em escolas de arte, Alfred descobriu que 70% deles sofriam deficiências visuais.
O percentual era demasiado elevado para tão pouco interesse.
Outra vez o dilema se estabeleceu: Por que construir carreiras alicerçadas em órgãos deficientes?
Seria masoquismo da juventude rebelde e desafiadora?
Analisando meticulosamente as reações, o pesquisador descobriu algo que acontecera, desde a infância, com todos eles.
O histórico do grupo, por inteiro, revelava acentuado grau de complexos de inferioridade.
A maioria dos analisados se insurgira e lutara para superar o defeito.
O lado desafiador reagiu, usando escolha da profissão como estandarte da disposição de luta.
- Tudo ou nada? - Terá sido o desabafo daquele grupo?
Para superação dos incomodativos complexos, eles apostaram na solução mais improvável.
Zeraram alternativas, e partiram para confronto direto com os fantasmas que lhes dificultavam os passos.
- Missões quase impossíveis exigem reações até mesmo tresloucadas, gritaram os mentores do grupo.
Jesus disse:
"Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, sabereis que a desolação está próxima".
Lucas 21 v 20.
Estas palavras do Mestre, historicamente, apontam os tempos de transição; todavia, elas também se ajustam ao nosso cotidiano.
Especialmente os mais jovens se encontram, como nunca em outros tempos, cercados de invasores.
Surgem oásis no meio do deserto, promessas tentadoras são sussurradas, melodias aliciadoras se escutam, mas ninguém levanta o cerco dos inimigos.
Desde o jardim da infância o assédio tem sido persistente.
Vai se tornando cada vez mais difícil viver para as crianças e jovens, neste mundo cercado de invasores, quando inocentes morrem queimados em creches.
Figuras atormentadas por neuroses desembarcam recalques, outras mais refinadas estimulam o vício, enquanto terceiro grupo trafica drogas.
Você, caríssimo jovem, pode ser a próxima vítima: Especialmente os tímidos precisam redobrar a vigilância contra os invasores.
Aos pais e professores, nosso veemente apelo: Que todos estejam vigilantes pelo bem estar de nossas crianças.
Que esta sociedade exigente e nada cooperativa compreenda que a reação desesperada das vítimas do egoísmo poderá alcançá-la
O certo será se adiantar ao sinal profético e procurar abrigo.
Será urgente criarmos antidoto para combater este adversário feroz que se chama complexo de inferioridade.
Analisada primeira etapa da pesquisa, Alfred Adler passou ao estudo das reações de antepassados fora da média.
Ele passou a estudar biografias de grandes artistas.
Albrecht Dürer fora estrábico.
Matejko suportara o carma de grave miopia.
Adolpho Von Menzel só enxergava aproximando telas bem pertinho dos olhos. Manet vivera o drama de acentuado estrabismo e Von Lenbach perdera visão num dos olhos.
Por que tantos indivíduos de visão fraca se tornaram pintores? Foi a insistente dúvida que mereceu atenção do pesquisador.
Insegurança quanto ao futuro os terá reunido naquele guarda-chuva precário?
Estariam aqueles teimosos idealistas imitando a natureza, acionados por idêntica lei de compensação das deficiências? Foi interrogação do pesquisador.
A visão deficiente melhorava audição, tato e olfato.
Natureza generosa compensava perdas, reforçando órgãos ainda disponíveis.
Deficiências auditivas de músicos como Bruckner, Franz Smetana e Beethoven forneceram preciosas conclusões na pesquisa.
Beethoven era exemplo inquestionável.
Atormentado desde a infância por deficiência auditiva séria, aos 28 anos se encontrava quase completamente surdo.
Quatro anos depois, Beethoven malmente ouvia orquestra com auxílio de corneta acústica.
Foi nesta fase da vida que ele compôs a "Segunda Sinfonia".
Mais tarde, com audição ainda mais precária, o compositor ultrapassou todos os parâmetros, com a "Heroica", "Sonata ao Luar" e a "Quinta Sinfonia".
Por último, aquela figura mergulhada há 25 anos no silêncio da surdez, ainda teve garra para presentear o mundo com a "Nona Sinfonia".
Alfred Adler se dedicou com tamanho ardor às pesquisas que aquilo adquiriu conotações quase místicas.
Vejam que ele se detivera na Biologia, passara pelos arraiais da Neurologia e terminara devassando segredos da Psicologia.
Em suas análises, foram aclarados aspectos estranhos, nunca estudados.
Analisando disfunções orgânicas, em nível biológico, o faro do analista descobriu possibilidades de implodir complexos perturbadores.
A mente humana, removendo percalços, vai se aprimorando de tal forma, que, intuitivamente, realiza prodígios.
Catalizador e beneficiário de tais esforços, o espírito humano os incentiva.
Não existem limites para o aprendizado.
Nós nascemos com ferramentas capazes de superar obstáculos.
Bastará mantê-las afinadas, no coração e nas mentes.
- Pasteur teve os centros da linguagem destruídos por acidente vascular cerebral, reagiu e venceu o entrave.
Desenvolveu novos centros, readquirindo o precioso dom da voz.
Adler abordou centenas de casos de superação que assombraram os próprios cientistas.
- Famosos atletas que tinham sido crianças raquíticas.
- Corredores recordistas que foram aleijados.
- Primeiras bailarinas vitimadas pela paralisia infantil,
- Grandes cantores egressos de sanatórios, que retornaram aos palcos, completamente curados de tuberculose.
Na reação positiva contra variadas síndromes, tais criaturas forjaram energias que talvez nem elas entenderam.
Não se tratava de energia cega, em ação fora deles, porém:
Aquilo brotava de seus interiores, como garganta de vulcão expelindo lavas incandescentes.
A capacidade do ser humano de se reconstruir física, emocional e espiritualmente é inesgotável.
Quando se movimenta na direção correta esta força se torna invencível.
O grande problema causador de insucesso é a escolha errada de objetivos.
Mocinhas românticas se enxergam dançarinas, aplaudidas, diante de teatros repletos ou na pele de modelos internacionais.
Rapazes ambiciosos fazem planos estapafúrdios, sonhando com primeiros lugares na Fórmula Um, ou astronautas.
Eles se contentam apenas com o máximo, mas nem todos lembram a alavanca do esforço e da disciplina.
Escolhem objetivos fora da média e a frustração os dilacera por dentro, e se julgam fracassados.
Está na hora de colocar sensatez na cabecinha desta gente, para que sonhos se tornem realidade.
Dentre os seres viventes somente os humanos são fragilizado por complexos de inferioridade.
O tigre, o leopardo, o elefante e todos os demais animais da floresta podem até fugir de outras feras, quando subestimam as próprias forças.
Jamais eles alimentarão sensação de inferioridade duradoura, porém.
A irracionalidade das feras desconhece o passado e não alimenta expectativas futuras.
O Criador, sabiamente, não lhes concedeu capacidade de refletir.
Somente humanos acumulam experiências que podem ser usadas, em qualquer tempo, pois se encontram catalogadas no cérebro.
Eu assisti alhures, num filme, no cinema, encontro insólito.
Garoto selvícola caminhava em picada aberta no mato.
- Talvez fosse o filho mais moço do cacique da tribo, porque agia com desenvoltura de alguém treinado.
De repente terrível fera apareceu, na mesma trilha, caminhando ao seu encontro.
Ele poderia fugir, correndo, apavorado, e seria alcançado e devorado pelo predador.
- Que fez o garoto?
Ele aprendera que aquela espécie de animal possuía escassa visão.
Rapidamente amarrou carcaça de javali ressecado na ponta de galho, e conseguiu ampliar sua altura, e torná-la aparentemente perigosa.
O bicho, assustado pelo tamanho do adversário, deu no pé. Fugiu do inexistente perigo, iludido pelo estratagema da criança.
Refletir pode ser até mesmo prejudicial, em algumas circunstâncias, quando alimentamos pensamentos que nos fragilizam.
No entanto, o exemplo desta criança nos aponta o lado benéfico.
Pela faculdade que Deus lhe entregou de refletir e formular estratégias, o garoto ergueu a carcaça do javali e assustou o predador guloso.
Não existe outro caminho para vencer complexos de inferioridade e timidez fora do esforço pela superação de tais fraquezas.
Outros aplicaram este método e deu certo.
Por que não tentar?
Aquele sujeito era feio, meus amigos, de tal maneira feio que chamava atenção por onde passava.
Ele tinha dobradas razões para ser atormentado por complexos de inferioridade, pois a sua vida nunca foi fácil.
Ao cruzar com ele, na rua, todos voltavam o rosto para desfazer possível ilusão de ótica.
A fealdade do homem se confirmava, porém, e os transeuntes se afastavam agitados, duvidando de que aquilo fosse alguém humano.
Ele nunca fez o menor esforço para melhorar a aparência, todavia.
Continuou negligente no vestuário, andando de forma desajeitada, acentuando seus desengonçados dois metros de altura.
Mesmo quando atingiu posição elevada, conservou maneiras de procedimento de pessoa do interior, aonde vivera até a maioridade.
Em toda parte parecia deslocado - nos tribunais, como advogado, como orador no Congresso e até em quatro paredes, na sua própria casa.
Ele se trancava, em solidão repleta de visões assustadoras, abalado por súbitos acessos depressivos.
Sua origem não era somente humilde, mas fora também apontada como ilegítima, condição insustentável diante da sociedade do seu tempo.
Sua própria mãe amargara, igualmente, o estigma de filha ilegítima.
Ninguém como aquele homem poderia ter surgido de mais baixo...
E ninguém, igualmente, subiu tanto.
Sem o suporte de qualquer distinção conseguiu se eleger presidente dos Estados Unidos.
Que terá feito este mágico para realizar tamanha proeza, de mãos limpas, sem armas e sem usar golpes baixos?
- Abraão Lincoln não fez a menor objeção em assumir deficiências e nunca disfarçou suas inferioridades.
A integridade do seu caráter não lhe permitia subterfúgios que mascarassem a realidade.
Viveu sem saúde, sem posição social, sem êxito no amor e no casamento.
Sua aposta única foi - não o cargo - mas a missão que lhe outorgara o Altíssimo de governar os Estados Unidos.
Sua ignorância, aos vinte anos, porém, ainda era tão grande, ao ponto de ignorar que o planeta tinha formas arredondadas e não planas como pensava.
Ninguém o informara a respeito deste detalhe.
Sua luta foi desesperada para compensar o atraso intelectual.
À luz de velas, de candeeiro, e até de chamas de fogo, ele clareava as páginas dos livros, e passava horas e horas concentrado em leituras.
Lia com os olhos cada vez mais sumidos no fundo das órbitas.
Desanimava pelo pouco que sabia pelo muito que ainda lhe restava aprender e pela rapidez do avanço do calendário.
Tinha pressa e poucos recursos para chegar ao seu destino final.
Eleito para o Congresso, ao responder questionário sobre dados pessoais, ele escreveu a palavra "deficiente" para qualificar grau de instrução.
A pergunta se impõe:
- Como terá sido possível que tal criatura despojada de tudo chegasse ao pódio dos seus ardentes desejos?
Simplesmente eu só tenho única resposta: Apontar os Céus. Deus queria fornecer a medida do seu poder e a preferência dos eleitores nasceu nas Alturas.
Louvado seja Deus!